terça-feira, 6 de maio de 2014

Biografia e obras de Ascenso Ferreira



Ascenso Ferreira (Palmares, 9 de maio de 1895 — Recife, 5 de maio de 1965) foi poeta brasileiro que integrou o movimento modernista de 1922 com uma poesia que destacava a temática regional de sua terra. Usava sempre um grande chapéu de palha, que era uma verdadeira logomarca. Sua poesia é considerada um dos marcos do Modernismo brasileiro.

Ascenso Ferreira (1895-1965) nasceu em Palmares, Pernambuco, no dia 9 de maio de 1895. Filho de Antônio Carneiro Torres, comerciante, e de Maria Luísa Gonçalves Ferreira, professora primária. Perdeu o pai aos 7 anos de idade e interrompeu os estudos para trabalhar na loja de seu padrinho. Aos 13 anos escreveu seus primeiros sonetos.

Iniciou sua carreira literária no jornal A Notícia de Palmares, com o soneto "Flor Fenecida", em 1911. Sofreu perseguição política por ser abolicionista e mudou-se para o Recife. Em 1912 começou a colaborar com jornais do Recife. Foi escriturário da Secretaria da Fazenda, tinha grande rivalidade com o também poeta e fazendário Jaime Cruz, conterrâneo e cunhado. Em 1921 casa-se com Stela de Barros Briz.

Em 1922, o Recife vivia uma época de intensa vida literária. Iniciou sua colaboração com os jornais Diário de Pernambuco e A Província. Tornou-se amigo de Joaquim Cardoso e Gilberto Freire. Apesar disso, opôs-se ao modernismo, que chegava ao estado. Logo, porém, se aproximou da Revista do Norte, porta voz dos modernistas no Nordeste. Em 1926 publica "Lusco Fusco", seu primeiro poema modernista.

Em 1927 edita "Catimbó", seu primeiro livro. Em 1928, aproxima-se do grupo paulista e faz amizade com Mário de Andrade, enquanto no Recife havia uma grande rivalidade entre os regionalistas e os modernistas. Escreveu para os periódicos Mauricéia, Revista do Norte, Revista de Pernambuco e Revista de Antropofagia.

Sua poesia é considerada um dos marcos do Modernismo brasileiro. Sua obra foi marcada por forte nostalgia do processo de transformação que ocorria na região açucareira, quando os engenhos desapareciam e em seu lugar surgiam as usinas.

Ascenso Ferreira era uma figura exótica, gordo, alto e sempre com um chapéu de abas largas. Era um boêmio que recitava seus versos com grande personalidade e graça. Em 1945, aos 50 anos passa a viver com a adolescente Maria de Lourdes Medeiros, com quem teve uma filha, em 1948.

Em 1955, participou ativamente da campanha presidencial de Juscelino Kubitschek, inclusive participando de comícios no Rio de Janeiro. Em 1956, foi nomeado por JK para a direção do Instituto Joaquim Nabuco de Pesquisas Sociais, no Recife, mas a nomeação foi cancelada dez dias depois, porque um grupo de intelectuais recifenses não aceitava que o poeta e boêmio irreverente assumisse o cargo. Foi nomeado, então, assessor do Ministério da Educação e Cultura, onde só comparecia para receber o salário.


Em 1963, a Editora José Olympio (RJ) lançou Catimbó e outros poemas.

Ascenso Carneiro Gonçalves Ferreira faleceu no Recife, no dia 5 de maio de 1965.

Obras de Ascenso Ferreira

Catimbó, 1927
Cana Caiana, 1939
Xenhenhém, 1951
Poemas, 1951 (reunindo os três livros)
O Maracatu, 1986, póstuma
Presépios e pastoris, 1986, póstuma
Bumba Meu Boi, 1986, póstuma

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