quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Elementos do clima resumo


CLIMA


Temperatura
A temperatura é tida como um dos mais importantes elementos climáticos. Tem como definição: estado térmico da atmosfera, referindo-se a sensação de frio e calor. Ela é medida pelo aparelho termômetro, sendo utilizadas duas escalas: Celsius, a mais comum e Fahrenheit. Elas podem ser convertidas, por exemplo de Celsius para Fahrenheit e vice-versa, tendo em vista que 0°C = 32°F.



Umidade
Elemento o qual influencia diretamente na vida humana, a umidade pode ser definida como o conteúdo de vapor d’água que impregna os corpos e que se encontra presente na troposfera (zona inferior da atmosfera). É tida como um dos fatores que mais influencia o clima, pois regula a temperatura do ar, sendo decisiva na ocorrência de tempestades e precipitações, em geral, como a chuva. Por exemplo, os climas quentes são divididos em equatoriais e tropicais, os primeiros apresentando chuvas constantes e abundantes, e os segundos, chuva alternada com estação seca.

Pressão Atmosférica
Dependendo da gravidade do local e de como essa é determinada pela latitude, a pressão atmosférica insere-se como a força exercida pela atmosfera sobre a superfície da Terra, equivalente a uma coluna de mercúrio de 1 centímetro de diâmetro e 36 centímetros de altura. Por ser fluido, o ar tende a acumular-se nas camadas mais baixas e, devido ao peso das camadas superiores, comprime-se e torna-se mais denso e pesado. Em altitudes elevadas, porém, o ar é mais rarefeito, dilatado e posteriormente leve, resultando em menor pressão atmosférica se comparado à superfície. Além disso, esse fenômeno varia ainda em função da temperatura; quando aquecido, e ar torna-se menos carregado e, quando resfriado, mais denso. O aparelho que mede a pressão atmosférica denomina-se barômetro, cuja unidade de medida é o milibar, correspondente a 1.000 dinas por centímetro quadrado. Ao nível do mar, a pressão atmosférica é de cerca de 1,014 milibares.


Radiação Solar
O Sol emite energia constantemente, a energia solar é absorvida pela atmosfera, oceanos e pela terra, em quantidade relativamente grande: 64%, porém cerca de 36% é refletida, sendo devolvida ao espaço. Essa dinâmica permite que o planeta se aqueça e que a vida seja possibilitada.Essa energia é a protagonista do funcionamento do sistema Terra-atmosfera, sendo a responsável pela evaporação da água do planeta, pelo aquecimento e pela movimentação da atmosfera, de forma que todo o clima é por ele influenciado.
Fonte: http://climapedia.blogspot.com.br
Questões sobre clima
1) (UNIOESTE) Sobre o clima mundial, os fatores e os processos que o condicionam, assinale a alternativa INCORRETA.
I. A latitude influencia na distribuição espacial das temperaturas. Dessa forma, quanto maior for latitude, menores serão as temperaturas.
II. A pressão atmosférica varia em função da altitude e da temperatura. Assim, quanto maior for a altitude, menor será a pressão atmosférica e quanto mais alta a temperatura, menor será a pressão.
III. O planeta Terra é aquecido uniformemente, tanto ao longo da sua superfície quanto ao longo do tempo (anos), e isto condiciona a circulação atmosférica com a produção de centros de alta e de baixa pressão, que se alteram continuadamente.
IV. Dependendo das condições locais, a precipitação pode ocorrer na forma de chuva, granizo ou neve e está relacionada, principalmente, à umidade atmosférica.
V. A diferença entre as temperaturas máxima e mínima é maior no interior dos continentes e a continentalidade exerce grande influência sobre essa amplitude térmica.
a) Estão incorretas as afirmativas I, III e V.
b) Estão incorretas as afirmativas II, IV.
c) Estão incorretas as alternativas I, IV e V.
d) Apenas a afirmativa III está incorreta.
e) Todas as afirmativas estão incorretas.
2) (PUCPR) O espaço urbano é resultado de intensiva interferência social no meio. Modifica-se o solo, as formas do relevo, o padrão de drenagem e a qualidade das águas fluviais e, ainda, há mudanças significativas no clima. Nas metrópoles e pólos industriais essas mudanças no clima são ainda mais perceptíveis.
Relacione as colunas abaixo, associando os fenômenos climáticos urbanos com as suas devidas explicações:
(1) Chuva ácida.
(2) Ilha de calor.
(3) Inversão térmica.
(4) Smog fotoquímico.
( ) Comum no inverno, quando uma camada de ar frio se situa muito embaixo na atmosfera, bem próximo à superfície, retendo e concentrando os poluentes sobre a área urbana, agravando a poluição atmosférica.
( ) Redoma climática sobre a cidade, fazendo que as temperaturas nas áreas centrais e de maior circulação de veículos, além das áreas industriais, sejam maiores do que nas áreas mais arborizadas e de menor concentração demográfica.
( ) Paira como um nevoeiro constante sobre as cidades, especialmente quando estas estão cercadas por áreas de relevo mais elevadas, como Los Angeles, Santiago e São Paulo, causando irritação na vista e intensificando os problemas respiratórios de suas populações.
( ) Ocorre com mais freqüência em áreas de extração e industrialização de carvão e outros combustíveis fósseis, cujo processo libera enxofre para a atmosfera, concentrando-a com compostos sulfurosos, modificando a qualidade da precipitação pluvial.
( ) Esse fenômeno se dá de forma mais intensa porque a cidade, sobretudo a sua área central, é uma verdadeira fonte de calor, devido ao grande consumo de combustíveis fósseis em aquecedores, automóveis e indústrias, de modo que as isotermas apresentam valores maiores na medida em que se aproximam das áreas mais centrais.
A relação correta é:
a) 3-2-4-1-2.
b) 2-4-3-1-3.
c) 2-3-4-3-1.
d) 1-2-3-3-4.
e) 4-3-2-2-1.
3) (UEL) Sobre o “El Niño” é correto afirmar que:
a) É um grande causador de Tsunamis, juntamente com os ciclones no continente asiático.
b) É causado pelo resfriamento das águas do Pacífico.
c) É causado pelo aquecimento anormal das águas do oceano Atlântico norte e sul.
d) É causado pelo aquecimento anormal das águas do oceano Pacífico central e oriental.
e) É causador de Tsunamis e ciclones extratropicais.
4) (UFMS) Clima é a sucessão habitual dos estados do tempo meteorológico. A grande variação climática no planeta é resultante da interação dos fatores climáticos, que são os responsáveis pela grande heterogeneidade climática da Terra e estão diretamente relacionados com a geografia de cada porção da superfície terrestre. Em qual das alternativas a seguir há APENAS fatores climáticos, isto é, aqueles que contribuem para determinar as condições climáticas de uma região do globo?
a) Correntes marítimas, temperatura do ar, umidade relativa do ar e grau geotérmico.
b) Temperatura do ar, pressão altitude, hidrografia e massas de ar.
c) Hidrografia, correntes marítimas, latitude e relevo.
d) Altitude, massas de ar, maritimidade e latitude.
e) Temperatura do ar, umidade relativa do ar, insolação e grau geotérmico.]
5) (FALM) Existem diferenças entre clima e tempo. O clima é o conjunto de condições meteorológicas de uma região em determinado período. Já o tempo é a combinação passageira dos elementos do clima.
Leia as descrições climáticas abaixo e assinale “T” para TEMPO e “C” para CLIMA.
( ) A frente fria se afasta, mas parte de sua instabilidade ainda permanece sobre o centro-leste do Paraná. Nuvens carregadas provocam chuva desde cedo nestas regiões. Os demais setores paranaenses terão um dia de sol entre muitas nuvens com pancadas de chuva, principalmente à tarde.
( ) Nublado, alguns períodos de melhoria e chuva a qualquer hora do dia.
( ) Temperado, com verão ameno, chuvas uniformemente distribuídas, sem estação seca e a temperatura média do mês mais quente não chega a 22ºC. Precipitação de 1.100 a 2.000 mm. Geadas severas e freqüentes, num período médio de ocorrência de dez a 25 dias anualmente.
( ) Com sol forte e poucas nuvens. O ar seco que predomina no Estado ainda desfavorece a formação de áreas de instabilidade. Faz calor à tarde.
( ) Está inserida na região de clima temperado de categoria subquente, com temperatura média oscilando entre 18 e 15ºC no inverno e entre 26 e 24º C no verão. A temperatura média anual é de 20.4ºC. No inverno, a passagem da frente fria é sucedida por ondas de frio das massas polares, que baixam consideravelmente as temperaturas. O mesmo efeito no verão tem ação amenizadora.
a) T, T, C, T, C.
b) C, C, T, C, T.
c) C, T, C, T, C.
d) T, T, T, T, C.
e) C, C, C, T, T.
6) (UFBA) A variação climática na superfície terrestre está diretamente ligada à localização de cada região nas diversas latitudes, sendo, portanto, resultante do comportamento dinâmico da atmosfera, em sua seqüência habitual, e influenciada pelos fatores geográficos regionais e locais.

Com base nas informações do texto, na análise do mapa e nos conhecimentos sobre os elementos e fatores geográficos do clima,
a) calcule as amplitudes térmicas anuais das cidades de Amiens (França), Praga (República Tcheca) e Kiev (Ucrânia), situadas em latitudes próximas;
b) explique as causas das diferenças de amplitude térmica existentes entre essas cidades;
c) identifique a zona climática onde as referidas cidades estão situadas.

7) (UNIFEI) Pode-se afirmar que o clima corresponde ao comportamento do tempo atmosférico, ao longo do ano, num determinado lugar da Terra. O clima tem comportamento diversificado, que é caracterizado pela combinação de diferentes fatores. Com relação aos fatores climáticos, assinale a alternativa incorreta.

a) A latitude é o mais evidente fator climático, e quanto mais se afastar do Equador, menores serão as temperaturas.
b) As massas de ar influem diretamente nas condições climáticas.
c) As massas de ar podem ser frias ou quentes, secas ou úmidas, e, ao se deslocarem, interagem umas com as outras, trocando e distribuindo calor pela terra.
d) Em maiores altitudes, o ar se torna mais rarefeito, ou seja, há mais concentração de gases e umidade, o que aumenta a retenção de calor.

8) (UNIFEI) Pode-se afirmar que o clima corresponde ao comportamento do tempo atmosférico, ao longo do ano, num determinado lugar da Terra. O clima tem comportamento diversificado, que é caracterizado pela combinação de diferentes fatores. Com relação aos fatores climáticos, assinale a alternativa incorreta.

a) A latitude é o mais evidente fator climático, e quanto mais se afastar do Equador, menores serão as temperaturas.
b) As massas de ar influem diretamente nas condições climáticas.
c) As massas de ar podem ser frias ou quentes, secas ou úmidas, e, ao se deslocarem, interagem umas com as outras, trocando e distribuindo calor pela terra.
d) Em maiores altitudes, o ar se torna mais rarefeito, ou seja, há mais concentração de gases e umidade, o que aumenta a retenção de calor.

9) Observe as afirmações e coloque V verdadeiro ou F falso:

(   ) I. Domínio é o conjunto natural onde há uma interação entre os elementos da natureza com um deles predominando.

(   ) II. Faixa de transição é a área de terra onde há uma certa homogeneidade dos elementos naturais.

(   ) III. O domínio morfoclimático inclui, além do clima e do relevo, elementos da vegetação, hidrografia e pedologia.

(   ) IV. Clima e relevo são os elementos mais importantes do domínio por se constituírem na causa dos demais.

(   ) V. A vegetação não é considerada um dos elementos definidos da paisagem, pois é o elemento mais resistente da paisagem.
10) (UFPR 2009) Sobre a variabilidade climática, é correto afirmar:

A) Os ventos monçônicos resultam das bruscas variações diurnas de temperatura.
B) Durante a atuação do fenômeno La Niña, o Sul do Brasil costuma ser afetado por índices pluviométricos superiores à média climática, que provocam enchentes e inundações, enquanto o Nordeste permanece seco.
C) O movimento rotacional é o principal fator das mudanças climáticas ao longo do ano em todas as regiões da Terra
D) Apesar da variabilidade dos fatores climáticos, se for conhecida a latitude de certo local, é possível determinar o seu clima.
E) O hemisfério Norte apresenta mais contrastes climáticos do que o hemisfério Sul, posto que neste há uma menor concentração de terras e, conseqüentemente, uma maior influência das massas oceânicas.


Gabarito:

1) D    2) A   3) D   4) D   5) A   6) a) As amplitudes térmicas são: Amiens 15oC. Praga 21oC. Kiev 27oC.
b) As diferenças de amplitudes térmicas entre as referidas cidades se devem à influência dos fatores geográficos de maritimidade e continentalidade, ou seja, de maior ou menor afastamento do mar. Amiens, próxima ao litoral, sofre o efeito da maritimidade, o que torna sua amplitude térmica menor, com invernos menos rigorosos; ao contrário de Praga e de Kiev, que sofrem o efeito da continentalidade, devido à localização geográfica no interior do continente europeu, apresentando, portanto, maiores amplitudes térmicas. Em Kiev, a continentalidade é mais expressiva por estar mais distante da costa e sujeita a maior influência dos fatores continentais, onde os invernos são mais rigorosos.
c) As três cidades ocupam a mesma posição zonal, ou seja, estão na mesma faixa de clima temperado. (Zona Temperada do Norte)
7) D   8) B   9) I – V, II – F, III – V, IV – V, V – F   10) E

Independência do Chile resumo

Carga de O'Higgins.jpg
Batalha de Rancagua, por Pedro Subercaseaux

 Independência do Chile

INTRODUÇÃO
O presente trabalho visa apresentar o processo de independência no Chile. Para tanto, iniciar-se-á com uma contextualização histórica do processo de independência na América Espanhola, já que basicamente os mesmos fatores influenciaram na independência de todas as colônias espanholas. Nesta contextualização citar-se-ão acontecimentos que se deram tanto dentro dos limites da América Espanhola como em outras partes do globo. Entre estes encontram-se citados a revolta de Tupac Amaru, a revolta dos Comuneros, a independência dos Estados Unidos, a independência do Haiti, a interação da América Espanhola com os Estados Unidos e a Europa e a conseqüente influência intelectual desta interação, a guerra entre Espanha e Grã-Bretanha e finalmente o domínio napoleônico na Península Ibérica.
Após esta contextualização histórica que trata das causas básica que levaram à independência da América Espanhola, passar-se-á a uma descrição do processo de independência do Chile, onde tratar-se-á do processo conhecido como Pátria Velha e também do processo definitivo de libertação do Chile a partir da luta armada chefiada pelo general San Martín.
CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA DO PROCESSO DE INDEPENDÊNCIA NA AMÉRICA ESPANHOLA
Agitações pré-independência na América espanhola e certos acontecimentos internacionais marcaram a chegada da independência na América. Entre as agitações pré-independência, pode-se dizer que, embora não muito freqüentes, desordens urbanas não eram desconhecidas. Principalmente em regiões mais isoladas, quando os interesses dos moradores espanhóis eram ameaçados, não era incomum que governadores nomeados pelo rei fossem depostos, que novos impostos fossem rejeitados ou que religiosos fossem expulsos. Todavia, vale destacar duas sérias manifestações ocorridas na América espanhola que, ocorridas antes dos movimentos de independência, certamente ficaram vivas nas mentes das gerações que conquistaram a independência hispano-americana. Tratam-se da revolta de Tupac Amaru e a revolta dos Comuneros [1].
Na década de 1770, certo líder local mudou seu sobrenome para “Tupac Amaru” que era o nome do último inca a resistir aos espanhóis. Em novembro de 1780, ele liderou um grupo que executou o corregedor local por este ter abusado da população indígena, recrutou um numeroso exército cuja maior parte de seus componentes eram indígenas e lutou contra os espanhóis. Além de ameaçar a cidade de Cuzco, chegou, por algum tempo, a dominar uma vasta extensão territorial na área do altiplano. Todavia, em maio de 1781, Tupac Amaru foi derrotado e executado. Já a revolta dos Comuneros ocorreu em Nova Granada (Colômbia) tendo se iniciado em abril de 1781. O inspetor geral de Nova Granada tinha a desaprovação geral da população por dois motivos básicos: aumento dos impostos e expansão do monopólio real. A resistência foi liderada pela vila de Socorro, centro fumageiro e têxtil. O movimento espontâneo que se formou envolveu todos os setores da população local, sendo que vilas inteiras, bem como seus conselhos municipais, se envolveram no tal movimento. Ações armadas foram praticadas pelos rebeldes que marcharam contra Bogotá. Em função da vitória dos rebeldes, o governo terminou por ceder às suas exigências. No entanto, os funcionários reais se recusaram a cumprir os termos acordados, retomaram o controle e os revoltosos começaram a debandar. Nestas duas revoltas, os rebelados insistiam em dizer-se leais ao rei e à coroa, limitando sua oposição a algumas leis específicas [2].
No âmbito internacional, a independência dos Estados Unidos certamente foi um acontecimento de grande importância no processo de influenciar a independência das colônias espanholas. Sobre este ponto, vejamos o que escreveu Pierre Chaunu:
“A revolta das treze colônias inglesas foi um dos acontecimentos que mais contribuíram para a derrubada do domínio espanhol na América. Trouxe consigo a justificação pela experiência, criou nas vizinhas da América Latina um foco revolucionário. A revolta das treze colônias eclodiu em 1776 [...] Os numerosos contatos comerciais que, apesar dos tabus do Pacto colonial, não cessavam de desenvolver entre os jovens E.U.A. e as colônias espanholas, permitiram que o exemplo americano penetrasse nas Índias” [3].
Outra agitação que, mesmo que indiretamente, certamente influenciou o processo de independência das colônias espanholas na América foi a independência do Haiti. Em 1791, a população negra escrava promove uma rebelião em massa. Neste processo, os rebelados destruíram os proprietários de plantations, além de paralisarem a industria açucareira e darem início a manobras políticas que terminaram por resultar na independência daquela colônia francesa. Outras agitações ocorriam nas Américas como prévias do que estava por vir. Ocorreram com freqüência cada vez maior entre a última década do século XVIII e a primeira década do século seguinte. A conjuração mineira é um dos exemplos destas agitações. Além das agitações, outro fator interessante foi a ida de um número cada vez maior de hispano-americanos para estudar e até mesmo passear na Europa. No exterior, ficaram expostos às grandes mudanças revolucionárias que ocorriam no velho continente [4]. Leon Pomer fala dos “escritos dos pensadores que acabaram por demolir o universo cultural e ideológico proveniente do mundo feudal”, e acrescenta que “Montesquieu, Rousseau e Voltaire [...] penetraram nos rincões mais profundos do império colonial, sem que o olho distraído do funcionário da alfândega conseguisse detectá-los entre as mercadorias com as quais se confundiam” [5]. De acordo com Lockhart e Schwartz, por si só, a situação interna da América Latina dificilmente sugeriria a iminência e sucesso rápido dos movimentos de independência política, embora estes fossem inevitáveis a longo prazo. Portanto, para se explicar o momento de independência da América Latina é necessário que se lance o olhar para os acontecimentos internacionais [6].
Além do que já foi citado, vale falar também, no âmbito internacional, das guerras entre Espanha e Grã-Bretanha de 1796 a 1808. Portugal e Espanha, nos mares e nas navegações, ficaram cada vez mais atrasados em relação à Inglaterra e França. Em função das constantes hostilidades, várias partes da América Espanhola ficaram completamente isoladas e passaram a ser abastecidas por navios estrangeiros. Cada vez mais as colônias espanholas exportavam para o norte da Europa e de lá importavam artigos manufaturados. Com a situação de guerra, o governo espanhol se viu obrigado a permitir que as colônias fossem abastecidas por navios neutros, que estes também levassem para a Europa a exportação das colônias e ainda teve de permitir que tais navios levassem à Espanha a arrecadação obtida nas colônias Latino Americanas. Em função de todos estes fatores, pode-se dizer que antes de qualquer ação para a independência política, a América espanhola já havia conquistado independência comercial em relação à metrópole [7]. Pierre Chaunu fala sobre este período e argumenta que não foi somente com a Europa que a América Espanhola negociava nesta época:
“Incapaz de fornecer às suas colônias as mercadorias de que estas necessitavam e privada de seus metais preciosos, indispensáveis à continuação da guerra, a Espanha decidiu, pelo Ato de 18 de novembro de 1797, abrir os portos americanos aos navios neutros. Esperava desse modo fazer deles os seus intermediários entre ela e as Índias. Dado o passo decisivo, não pôde mais voltar atrás. Quando, a 18 de abril de 1799, consciente do perigo, procurou anular a medida, já se criara uma situação irrevogável. A maior parte dos governadores recusou-se a fechar os respectivos portos aos navios neutros. O próprio governo espanhol não conseguiu submeter-se à regra que acabava de estabelecer [...] o Pacto colonial estava morto desde 1797 e a América espanhola aberta aos neutros. Aberta aos neutros, no caso, quer dizer, aos Estados Unidos, aos navios e à influência ianque” [8].
Ainda entre os mais importantes acontecimentos internacionais, estavam os que se deram em 1807-9, que levaram a França de Napoleão a ficar no controle de quase que a totalidade da península ibérica [9]. Sobre este momento histórico, vejamos o que diz o seguinte trecho:
“A usurpação francesa da monarquia espanhola foi o gatilho que desencadeou os movimentos coloniais de separação da Espanha [...] Como afirmou um patriota mexicano: “Napoleão Bonaparte [...] a vós a América espanhola deve a independência e a liberdade de que ela desfruta agora. Vossa espada desferiu o primeiro golpe na corrente que ligava os dois mundos” [...] quando as colônias instauraram governos autônomos em 1810, tratou-se essencialmente de uma reação ao risco aparentemente iminente de que Napoleão pudesse conquistar totalmente a Península. Seu objetivo era romper a ligação com um governo metropolitano que tinha grande probabilidade de cair totalmente sob o domínio francês” [10].
Entre outros, estes parecem ter sido os principais acontecimentos históricos que influenciaram decisivamente no processo de independência dos países Latino Americanos. Vejamos a seguir, conforme a proposta deste trabalho, como se deu o processo de independência na assim chamada Capitania Geral do Chile.
PROCESSO DE INDEPENDÊNCIA NO CHILE
Um dos aspectos que marcam as guerras pela independência na América Espanhola é a luta pelo poder entre aqueles que o aspiram nas várias Capitanias Gerais. No Chile não foi diferente. Após o falecimento do Capitão Geral, em 1808, muitos conflitos vêm à tona entre as próprias autoridades coloniais. Além disso, após a ocupação da Espanha por Napoleão, surge a questão relativa a quem obedecer em uma conjuntura como a que se apresentava. Outras perguntas surgiam: ocorreria uma invasão francesa na América Espanhola? Se a Espanha continuar cativa do poder francês, a América Espanhola também deveria se submeter? Em meio a todos estes questionamentos, com a morte do Capitão Geral em 1808, assume o poder no Chile o Brigadeiro Francisco Antonio Garcia Carrasco [11]. Conforme o historiador Tulio Halperin Donghi, “no Chile, em 1808, morto o governador Muñoz de Guzmán, os nativos apóiam o comandante da guarnição, Coronel García Carrasco, contra o presidente da audiencia, conseguindo nomeá-lo governador provisório” [12].
Neste conturbado contexto, surge ainda outra situação complexa. Carlota Joaquina e o seu marido, o príncipe regente de Portugal, aproveitando-se do impasse reinante, pretendiam se tornar tutores e posteriormente senhores das colônias espanholas na América. A este respeito escreve Tulio Halperin Donghi:
“O conflito assumiu um tom político tão logo se fizeram sentir [...] as repercussões da atividade da Infanta Carlota Joaquina, irmã do rei da Espanha, a qual, desde 1808, juntamente com seu marido, o regente de Portugal, havia se refugiado no Rio de Janeiro. A princesa começara a desenvolver uma política pessoal pouco hábil e ainda menos honesta, com a finalidade de convencer os notáveis sobre a oportunidade de reconhecê-la como soberana provisória do Rio da Prata [...] Apresentava-se alternativamente como defensora do liberalismo e do velho regime, da hegemonia nativa e da espanhola, e, em 1809, conseguira grande número de adeptos, provavelmente tão sinceros quanto ela” [13].
D. A. G. Waddell fala de um almirante inglês que “abraçou com demasiado entusiasmo a pretensão da princesa Carlota, esposa do Regente português, de governar as colônias espanholas em nome de seu irmão Fernando VII” [14].
Apesar das pretensões da princesa Carlota Joaquina, o Brigadeiro Garcia Carrasco manteve-se fiel ao rei Fernando VII, reconhecendo a Junta de Sevilha como governo legal da Espanha. Outros movimentos por independência pela América Espanhola começavam a influenciar lideranças chilenas que começavam, ainda que de forma tímida, a pensar em um governo autônomo. Garcia Carrasco cometia muitos desmandos em sua administração. Por ser um militar dado a brutalidades, os ânimos se exaltaram e os conflitos entre ele e o Cabildo de Santiago se intensificaram. Ao ouvir sobre a existência de conspiradores, Garcia Carrasco ordenou punições contra líderes que pensavam em independência, entre eles Ovalle e Rojas, que eram latifundiários e Vera y Pintado, um prestigiado catedrático da universidade. Carrasco mandou-os prender em 25 de maio de 1810, ironicamente o mesmo dia em que se instalava a Primeira Junta Autônoma em Buenos Aires. Estes três personagens a pouco citados, foram posteriormente considerados como precursores do governo próprio e independente do Chile [15]. T. H. Donghi fala ainda de uma situação (que talvez se refira à mesma a pouco citada) em que “Garcia Carrasco terminará por se libertar de seus incômodos conselheiros, os quais [...] haviam modificado a estrutura do cabildo de Santiago, com o objetivo de afirmar por esse meio a própria autoridade e garantir o predomínio numérico dos nativos” [16].
A prisão de Ovalle, Rojas e Vera y Pintado, produziu o descontentamento tanto da elite economicamente poderosa, como do alto clero do Chile. Notícias dos acontecimentos que se davam em Buenos Aires bem como os que se sucediam na Espanha levaram as duas mais poderosas instituições coloniais, a Audiência e o Cabildo, a adotarem posições contrárias, sendo que o Cabildo cada vez mais se torna porta voz dos ideais de independência [17]. T. H. Donghi relata que “o governador, a audiência, o cabildo continuam a lutar encarniçadamente, ao mesmo tempo em que a estrutura do instituto monárquico espanhol salta aos pedaços” [18].
Após ferozes agitações da aristocracia chilena contra Garcia Carrasco, em função de sua perseguição às pessoas acima citadas, em 18 de setembro de 1810 se forma a Primeira Junta Nacional de Governo. Era composta por nove membros, sendo de caráter provisório e com a decisão de governar em nome “do mais adorável monarca Fernando”. Em sua maioria, foi formada pelos homens economicamente mais poderosos. Entre seus atos, encontram-se alguns de maior expressão: em primeiro lugar, prestou solidariedade a Buenos Aires que a esta altura estava em luta armada contra realistas de Montevidéu, Paraguai e Alto Peru; em segundo lugar, rejeitou a indicação de dois nomes para o cargo de Capitão Geral, nomes estes proferidos pelo Conselho de Regência instalado na Península Ibérica; em terceiro lugar, reiterou o seu direito de governar; em quarto lugar, a Junta liberou o comércio exterior. Esta última iniciativa da Junta Nacional abriu as portas de saída do Chile para a exportação da produção nacional e também abriu as portas de entrada para a chegada de manufaturas de outros países [19].
L. Pomer cita um levante militar em favor dos realistas que não alcançou êxito. Como conseqüência houve a dissolução da audiência. A esse respeito, T. H. Donghi escreve que “Em abril de 1811, uma conspiração monárquica foi duramente reprimida, com execuções, dissolução da audiencia hostil à nova ordem e a expulsão de altos funcionários” [20].
Um dos personagens mais importantes no processo de independência do Chile foi José Miguel Carrera. Na verdade, pode-se dizer dele como o mais veemente líder da primeira etapa da independência chilena. Quando dos acontecimentos do ano 10, Carrera encontrava-se na Espanha. Ainda muito jovem, ou seja, com 25 anos, retorna da Espanha e torna-se chefe da revolução. Apesar de sua pouca idade, Carrera desfrutava de um não pequeno prestígio. A 4 de setembro de 1811, Carrera impõe ao Congresso muitas exigências, entre as quais podemos citar as seguintes: organização de uma Junta composta por cinco membros; alterações nos comandos militares; separação de deputados; inclusão de outros deputados. O Congresso, além de estar dividido em três tendências distintas, estava muito longe de ser eficaz na execução de objetivos audaciosos. Com o golpe conduzido por Carrera, o Congresso passa a ser dominado por uma tendência mais radical. A partir desta tendência, algumas reformas foram introduzidas, entre as quais podem ser listadas as seguintes: reformas na justiça; reformas no exército; reforma em relação às rendas eclesiásticas; proibição da vinda de escravos; liberdade para os filhos que, a partir daquele momento, nascessem de mães escravas [21]. Sobre este momento da história chilena, vejamos o que escreveu T. H. Donghi:
“[...] a revolução criava suas instituições: uma Assembléia nacional controlada, primeiro, pelos radicais, e, depois, pelos moderados, que contavam com o apoio velado dos monárquicos presentes na Assembléia entre os deputados de Santiago. A vitória da tendência radical foi assegurada pelo golpe militar dirigido por José Miguel Carrera, jovem oficial que há pouco regressara da Espanha. Essa tendência radical era representada por algumas grandes famílias de Santiago, proprietárias de grandes latifúndios, e por uma clientela de funcionários do velho regime, cujas posições se haviam radicalizado a partir do reformismo iluminista. Entre eles, destacava-se Bernardo O’Higgins, filho natural de um vice-rei do Peru, grande proprietário e funcionário progressista no Chile meridional [...] Liberta da resistência oposta pelos moderados, a Assembléia dedicou-se com pressa à constituição de um Estado dotado de estruturas modernas: reforma burocrática e judiciária, supressão efetiva da Inquisição, abolição da escravatura, etc” [22].
No meio de todo este tumultuado processo, os senhores Salas e Egaña receberam o encargo de redigir uma Constituição para o Chile. Neste ínterim, José Miguel Carrera busca confirmar-se no poder, e, para tal, busca se desfazer de Martinez de Rozas, um dos mais importantes líderes civis de um movimento em crescimento. Rozas exercia grande influência na província de Concepción, a qual terminou por ser subjugada por Carrera [23]. T. H. Donghi acrescenta que
“Esse radicalismo, solidamente dominado pela aristocracia de Santiago e por um grupo de insignes administradores, parecia deixar muito pouco espaço ao líder que lhe trouxera a vitória. Em novembro, uma nova revolução militar implantou a ditadura de Carrera. Também ele fazia parte da aristocracia latifundiária e buscava apoio entre forças menos atrasadas, como o exército, a plebe urbana, etc” [24].
Um importante instrumento que promoveu uma muito eficiente propaganda em favor da independência, foi o surgimento do primeiro jornal chileno, denominado de Aurora de Chile. Esse jornal era dirigido por um sacerdote chamado Camilo Henríquez. Toda essa divulgação contava com a resistência dos que no Congresso haviam militado no grupo dos moderados [25]. T. H. Donghi também afirma que “A propaganda revolucionária se fez intensa”. Ele acrescenta a informação de que “a primeira tipografia chilena, introduzida por um comerciante norte-americano simpatizante da revolução, seria utilizada predominantemente para a difusão do novo evangelho político” [26].
José Miguel Carrera tinha dois irmãos também muito envolvidos em todo esse movimento. Carrera e seus irmãos chegaram a se distanciar em função de desavenças. Neste momento, entra em cena Robert Poinsett, recém-creditado cônsul pelos Estados Unidos. Ele faz a mediação entre Carrera e seus irmãos, bem como se torna uma espécie de conselheiro no processo. Participa também da redação do regulamento constitucional de 1812. Entre as características de tal regulamento destacam-se: o reconhecimento da soberania popular; a proibição à obediência e submissão a qualquer autoridade que residisse fora dos territórios chilenos; a garantia de liberdade de imprensa; a garantia de liberdade individual; a abertura do território chileno aos estrangeiros; a criação de um Senado no qual houvesse representação igual das três províncias em que o Chile estava dividido; a proclamação da igualdade de todos os habitantes. O governo chileno estava constituído por um triunvirato encabeçado por Carrera. Todavia, as ações de tal governo não estavam regulamentadas e nem amparadas legalmente. Este regulamento escrito em 1812 veio a tornar-se essa norma [27].
Todo esse movimento inicial pela independência seria, no entanto, duramente atacado. O vice-rei Abascal estava determinado a submeter à Espanha não somente o Chile, mas também a região de Buenos Aires. Para tanto, um forte exército é enviado para o sul, a partir do Peru. Em Montevidéu também existiam forças que se mantinham leais à Coroa Espanhola. O propósito de Abascal era o de unir as suas forças às forças de Montevidéu. O movimento chileno pela independência estava cercado por todos os lados. Além do intento do vice-rei Abascal, no sul do Chile, em Chiloé, uma base que os realistas haviam mantido, foi organizado um outro exército com a finalidade de participar da reconquista dos territórios e do poder perdidos. Os ventos começaram a soprar contrários aos movimentos de independência: Os adeptos da independência latino americana sofreram derrotas somadas a um certo declínio dos movimentos no México, Colômbia e Venezuela; os espanhóis dominavam o sul do Chile; noticias que chegavam da Europa davam conta de derrotas sofridas pelos exércitos de Napoleão [28]. T. L. Donghi acrescenta ainda
“No inicio de 1813, tropas do Peru desembarcam no Chile meridional, onde o novo regime jamais fora reconhecido, e iniciam a luta contra a revolução. Essa, para se defender, cerra fileiras; mas é derrotada no assédio de Chillán, convertida em fortaleza monárquica; com a queda de Talca, o movimento chileno redescobriu a sua tendência moderada e, em Lircay, tenta a reconciliação com o invasor” [29].
Conforme termina a nota citada, em 3 de maio de 1814 assinou-se um acordo às margens do rio Lircay. Tal acordo foi mediado por um comodoro inglês chamado Hillyas. Neste acordo, o governo chileno de Santiago reconheceu a autoridade do rei Fernando VII e ainda se comprometeu a enviar representantes às Cortes espanholas. Para muitos chilenos este acordo foi algo humilhante. Entre os que se sentiram humilhados estava José Miguel Carrera. Neste tempo, Carrera era prisioneiro dos espanhóis. Todavia, Carrera conseguiu fugir da prisão dirigindo-se até Santiago. Nesta capital, Carrera é conduzido ao poder a partir de uma sublevação de tropas, vindo a encabeçar uma Junta com três componentes [30]. Narrando os mesmos eventos, T. L. Donghi relata que “José Miguel Carrera conseguiu fugir do cárcere, onde fora colocado pelos monárquicos, e, mediante um golpe militar, expulsou Lastra de Santiago (Lastra era o ditador moderado), organizando uma encarniçada resistência” [31]. O tratado de Lircay havia sido negociado pelo brigadeiro Gainza, representando o vice-rei Abascal. Todavia, Abascal não ficou nada satisfeito com os termos do tratado de Lircay, desconhecendo sua validade. A seguir, Abascal se propôs a por fim definitivamente a todas as posições em favor da independência. O general Osório foi o enviado para a consecução de tal objetivo e em 5 de outubro de 1814 suas tropas entravam vitoriosas na cidade de Santiago. Desta forma, terminou a etapa inicial, conhecida como Pátria Velha, das lutas pela independência do Chile [32]. T. H. Donghi traz mais alguns detalhes relevantes:
“Em 1° de outubro de 1814, O’Higgins é derrotado pelos monárquicos em Rancagua, enquanto Carrera se mantinha na retaguarda. O general monárquico Osório entra em Santiago e os revolucionários mais conhecidos fogem para Mendoza, além da Cordilheira, onde podiam prosseguir com maior calma as próprias lutas internas. Diante de Carrera e dos seus irmãos, líderes das tendências mais radicais, O’Higgins chefiava uma nova ala de moderados, ligados à causa revolucionária, mas decididos a controlar seu desenvolvimento. Nessa época, não parecia que essas lutas viessem a ter – como efetivamente ocorreu – um peso no futuro do Chile” [33].
Muitas tentativas foram feitas no sentido de ferir o centro de poder espanhol no Peru. Como todas elas fracassaram, o general argentino San Martín idealizou um plano. Este consistia em organizar um exército na província de Mendoza, passar pelo Chile libertando-o, e de lá dirigir-se ao Peru. Tudo saiu como o planejado, tanto que é uma das maiores epopéias das guerras pela independência da América do Sul. Partindo de Mendoza em 9 de janeiro de 1817, o exército iniciou a marcha vitoriosa que, no final de janeiro já estava em território chileno. Duas vitórias decisivas marcaram este processo no Chile, a batalha de Chacabuco e a batalha de Maipú. Estas vitórias destroem definitivamente a ala dos realistas com a entrada triunfal das tropas vitoriosas em Santiago no dia 14 de fevereiro de 1817. O Cabildo da cidade de Santiago oferece a San Martín a função de governador com plenos poderes. Este rejeita a oferta e o Cabildo designa então, para a função, a Bernardo O’Higgins. No dia 12 de fevereiro de 1818, ao se completar um ano da batalha de Chacabuco, o Chile proclama sua independência [34]. Falando sobre este momento de independência definitiva do Chile, T. L. Donghi diz que
“No empreendimento chileno de San Martín [...] No início de 1817, podia-se começar o avanço através da cordilheira em direção ao Chile: 3 000 homens estavam empenhados no empreendimento. Em 12 de fevereiro, a vitória de Chacabuco abria caminho para Santiago, onde O’Higgins foi nomeado dirigente supremo da república chilena; em março, a derrota de Cancha Rayada pôs em perigo o sucesso já obtido, mas, em abril, a vitória de Maipu salvara a situação, embora a resistência dos legitimistas no Chile meridional durasse ainda alguns anos. A nova república devia recolher uma pesada herança facciosa, transmitida pela pátria vieja, e haveria de continuar marcada por aquele autoritarismo frio e sem paixão que era uma versão guerreira da tradição de governo do Iluminismo espanhol. Para restabelecer a unidade interna, o frio e imparcial O’Higgins considerou um dever a eliminação de Manuel Rodríguez, o herói guerrilheiro da libertação do Chile, obstinadamente fiel à política de Carrera. Com os dissidentes e, ainda mais decididamente, com os legitimistas, a revolução adotou uma política análoga àquela desenvolvida pela reação que derrotara: cárcere, confisco de bens, processos intermináveis, etc” [35].
Vale acrescentar que O’Higgins havia morado vários anos na Inglaterra. Estava no Chile desde 1802, tendo lutado ativamente contra os realistas a partir de 1810. Com a derrota da Pátria Velha, O’Higgins estava entre os que haviam fugido para a província Argentina de Mendoza, local onde conheceu o general José de San Martín. Bernardo O’Higgins foi Diretor Supremo do Chile de 16 de fevereiro de 1817 a 28 de janeiro de 1823. Até hoje é considerado um dos heróis nacionais do Chile [36].
Concluindo, é interessante destacar ainda que Celso Furtado, em seu livro A economia latino americana: formação histórica e problemas contemporâneos, fala sobre a vantagem do Chile, logo após o processo de independência, sobre os outros países latino-americanos em questões econômicas. Enquanto as demais ex-colônias espanholas, nos trinta ou quarenta anos seguintes às independências, tiveram enormes dificuldades para comercializarem com o exterior, o Chile foi uma interessante exceção. Uma conjunção de fatores contribuiu para tal quadro. Primeiramente, os dirigentes chilenos não foram vítimas de grandes conflitos internos, sendo que no Chile pode-se desfrutar de um sistema de poder mais estável, principalmente a partir da Constituição de Portales, de 1833. O sistema de poder daí resultante, de base oligárquica, conseguiu se manter de forma estável até o final do século XIX. Além disso, na época da descoberta do ouro tanto na Califórnia como na Austrália, o Chile pode comercializar com estes locais o seu excedente agrícola, principalmente de trigo, aproveitando-se inclusive de sua posição geográfica privilegiada e estratégica na zona do Pacífico. Ainda segundo Celso Furtado, o Chile era também, o país com maior potencial agrícola e com maior tradição exportadora nesse setor, dentre os países latino-americanos da região do Pacífico. Além disso, nenhum país da costa atlântica, inclusive aqueles que não figuravam entre os latino-americanos, podia concorrer com o Chile, principalmente diante das condições de transporte disponíveis naquele momento histórico [37].
CONCLUSÃO
Quando se estuda o processo de colonização da América Latina, um dos aspectos que mais saltam aos olhos é a espoliação, a extração, a exploração a que este território foi submetido. Tudo isso realizado por aqueles povos que eram supostamente os mais desenvolvidos e civilizados da época. Os Europeus chegaram às Américas se apoderando de uma terra que já tinha dono. Estes donos da terra não só não foram respeitados, como foram, direta ou indiretamente, dizimados em grande quantidade. O objetivo dos europeus não era outro senão basicamente explorar as riquezas naturais desta terra. Com o passar dos anos, os próprios colonizadores que chegaram ao novo continente, bem como seus descendentes, começaram a se incomodar com as exigências da metrópole, principalmente em função do Pacto Colonial e o monopólio radical. Além disso, havia a insatisfação dos nativos e mestiços que também eram duramente explorados. A escravidão era algo que também incomodava a muitos. Era uma questão de tempo. Assim como em vários momentos da história, essa tirania seria vencida. Para a América Espanhola, alguns fatores internacionais ajudaram a acelerar este processo. Depois de muitas batalhas e até mesmo muitas mortes, a América se tornou independente.
A partir da conquista da independência política, a América passou a enfrentar ou continuou a enfrentar muitos problemas que se colocavam como obstáculos para o seu crescimento. Entre estes se destacam a instabilidade política bem como o atraso econômico. Estes problemas terminaram por fazer da América Latina uma presa fácil tanto para os Europeus, como principalmente para os norte-americanos. Em um certo sentido, a América continuava dependente. Por tudo isso, uma pergunta incômoda continua ecoando para a reflexão de todos: apesar da independência política, a América se tornou efetivamente livre? Se houver sinceridade na resposta, certamente esta será negativa.
Fonte: fontehistorica.wordpress.com.br

comércio interno e externo resumo



Comércio interno e externo

1- Referimos a comércio interno quando o consumidor tem à sua disposição produtos fabricados no seu país,e ao comércio externo quando os produtos são fabricados noutros países.

2-Utiliza-se a expressão comércio externo quando nos referimos a dados referentes às economias de um país. Quando os economistas pretendem explicar teoricamente as observações, desenvolvem teorias explicativas do comércio internacional. Ex: PIB, BOC, BTC

3- O processo de integração econômica  com a criação da CEE, são abolidos os direitos alfandegários, o que torna os produtos mais baratos no mercado Europeu e contribui para o desenvolvimento das trocas. A paz é outro motivo para o desenvolvimento do comércio criando um espaço livre facultando a circulação livre sem pagamentos alfandegários.


Comércio externo brasileiro


O Brasil conseguiu mudar de forma significativa o seu comércio exterior, fato ocorrido nas últimas décadas, até os anos 60 o país tinha produção restrita à exportação de produtos primários, tais como café, que no início do século era responsável por 70% de toda exportação do país, e posteriormente outros produtos ganharam destaque, como cacau, algodão, fumo, açúcar, madeiras, carnes, minérios (principalmente ferro e manganês).

Hoje a economia é mais complexa e diversificada, apresentando exportações de produtos industrializados e processados (semimanufaturados), calçados, suco de laranja, tecidos, combustíveis, bebidas, alimentos industrializados, caldeiras, armamentos, produtos químicos, veículos de todo tamanho e suas respectivas peças de reposição e aviões.

Produtos industrializados e semimanufaturados, no ano de 1960, correspondiam à apenas 5% do total das exportações do país, em 2005 esse tipo de produção já representava 60% de todo comércio exterior do Brasil, que indica e evidencia os avanços econômicos provocados pela modernização do setor industrial.

O percentual sofre variações de acordo com o rendimento do ano, que pode ser de 55% a 65%, por exemplo, no ano que ocorre aumento na venda de aviões esses dados são elevados. Em contrapartida quando há aumento na produção e exportação agrícola, como no caso da soja, ocorre um crescimento no percentual de produtos primários.

O Brasil possui muitos parceiros comerciais, com destaque para os seguintes mercados: toda União Européia, principalmente Alemanha, Itália, França, Espanha e Holanda, além de Estados Unidos, Argentina, Japão, Paraguai, Uruguai, México, Chile, China, Taiwan, Coréia do Sul e Arábia Saudita.

Outra evidência da mudança econômica e industrial brasileira é os tipos de exportação, no passado eram compostas basicamente por produtos manufaturados, na atualidade esse contexto mudou, pois as importações, cerca de 40%, são de matéria prima como combustíveis, minérios, trigo, carne, bebidas, artigos de informática, telefonia, máquinas, motores, material elétrico, produtos químicos, insumos agrícolas, automóveis, tratores, peças, eletroeletrônico etc.

Os principais exportadores de produtos para o Brasil são: Estados Unidos, União Européia principalmente Alemanha, Itália, Espanha e França, Argentina, Arábia Saudita, Japão, Venezuela, México, Uruguai, Chile, China, Coréia do Sul, Kuwait e Nigéria.







Semelhanças e Diferenças entre Comercio Interno e Externo

- Encontram-se alicerçadas nos desejos e nas necessidades humanas, têm como objetivo o atendimento destas necessidades;
- Ambos consistem na troca de determinados bens e serviços;
- Ambos envolvem compradores e vendedores, benefícios mútuos para as partes;
- Agrangem políticas de produção de venda;
- Enfrentam problemas de assistência credíticia, preferências de consumidores, faturamento.
- Diferenças e detalhes de transporte;


Diferenças Comercio Interno e Internacional (externo)

- Variação no grau de mobilidade dos fatores de produção; (mão de obra/dinheiro/bens de capital);
- Natureza do Mercado:
-mercado interno= coesão (sistemas únicos, uma moeda)
-mercado externo= dispersão (diversas leis, várias moedas);
- Existência de barreiras aduaneiras e outras restrições; Alfândega;
- Longas distâncias;
- Variações de ordem monetária;
- Variações de ordem legal;

questões sobre comércio  externo e interno

1) (FEMM/FIO/VEST) As exportações de manufaturas destacam-se no corredor de exportação de:

a) São Paulo
b) Minas Gerais – Espírito Santo
c) Rio de Janeiro
d) Paraná
e) n.d.a.

2) UNIFENAS) Sobre o comércio exterior brasileiro seria errado afirmar que:

a) Houve grande aumento das exportações de manufaturados e semi-industrializados superando exportações de produtos primários.
b) Menor dependência em relação ao mercado norte-americano.
c) Grande diversificação quanto aos tipos de produtos exportados e quanto aos parceiros comerciais.
d) Apresenta diminuição gradativa do volume de mercadorias exportadas e do valor de exportações.
e) A balança comercial apresenta um superávit, desde 82, apesar de não poder ser considerado como lucro.

3) (UFPA) As regiões brasileiras exercem diferentes papéis no que diz respeito a “divisão inter-regional do trabalho”  ressaltando-se que:

a) a Região Sudeste coordenando o mercado nacional, caracteriza-se por ser exportadora unicamente de produtos provenientes do setor primário.
b) A Região Sul desempenha um papel eminentemente industrial, como fornecedora de produtos do setor secundário.
c) A Região Norte, caracteriza-se pela exportação de matéria-prima de origem diversa, com destaque para os minérios.
d) A Região Nordeste, mesmo com seus problemas endêmicos consegue ser fornecedora de alimentos para a força de trabalho de outras regiões.
e) A Região Centro-Oeste caracteriza-se principalmente pela exportação de produtos agrícolas com destaque para o cacau e o fumo.

4) (BRAGANÇA PAULISTA) Para facilitar o aumento da produção brasileira destinada à exportação, o governo federal criou os "corredores de exportação", que podem ser assim definidos:

a) sistema de conjugação de transportes, portos, silos e frigoríficos para receber, conservar e exportar os produtos para o mercado externo;
b) conjunto de rodovias que alcançam os mais distantes e interiorizados centros de produção para conectá-los com os grandes eixos viários;
c) tratamento preferencial que, enfatiza os principais produtos locais, como a soja em Paranaguá, o café em Santos, o minério de ferro em Vitória e outros;
d) conjunto de normas e processos fiscais e financeiros que desburocratizaram e agilizaram as exportações;
e) sistema de empresas de produção, transporte e armazenamento - as trading companies - para escoamento e exportação de produção.

5) (UNIFENAS) São características do comércio exterior brasileiro na década de 80, exceto:

a) Aumento das exportações e diminuição das importações.
b) Grande aumento nas exportações de produtos industrializados.
c) Saldos comerciais positivos a partir de 83.
d) Diversificação dos mercados compradores.
e) Diminuição significativa do comércio com a Argentina.

6) (CESGRANRIO) No 1º aniversário do Plano Real, festejou-se a queda das taxas de inflação de 50% para 2% ao mês. Para muitos analistas, no entanto, o desempenho do Real, no início de 1995, esteve ameaçado, tendo em vista repercussões das dificuldades experimentadas pelos planos da estabilização econômica dos governos do México e da Argentina, que rediriam na manutenção prolongada de políticas de:
                               
a) substituição de importações por similares nacionais.
b) transferência de tecnologias avançadas dos países desenvolvidos.
c) criação de empresas estatais em setores estratégicos.
d) sobrevalorização da moeda nacional frente ao dólar norte-americano.
e) atração de investimentos estrangeiros de longo prazo.

7) Sobre o comércio externo brasileiro, assinale a afirmativa correta.

a) Entre os produtos brasileiros de exportação destacam-se semi-manufaturados, ferro, aço, automóveis, café, soja, alumínio bruto.
b) Sempre que a balança comercial é favorável, ocorrem saldos na balança de pagamentos, o que reduz a dívida externa.
c) Os mais onerosos produtos da nossa pauta de importações são os cereais (como trigo e arroz) e motores de veículos.
d) O comércio externo do Brasil é feito sobretudo com os países vizinhos do Mercosul (Argentina, Paraguai e Uruguai).
e) As exportações e importações brasileiras representam quase a metade do valor do nosso PIB, sendo muito significativa sua participação no comércio internacional.

              

8) (UFPE)  Todas as afirmativas apresentam características do comércio externo brasileiro, EXCETO

a) A safra agrícola apresentou crescimento significativo em alguns dos últimos anos, mas, nem por isso, os produtos agrícolas superaram os industrializados em valor de exportação.
b) As crises sucessivas que atingiram a economia do país afetaram, de certa forma, o comércio externo sem, contudo, eliminar os superávits da balança comercial.
c) O café tem uma participação relativamente pequena no valor das exportações do país, mas o Brasil é ainda um dos principais fornecedores do produto para o mercado mundial.
d) O petróleo continua tendo um peso grande no valor das importações do Brasil, mesmo com o aumento da produção ocorrida nos últimos anos.
e) Os países do MERCOSUL são os principais compradores dos produtos brasileiros, mas as relações comerciais com essas nações são deficitárias para o Brasil.  

9) (UEMA) Em relação ao comércio externo brasileiro, todas as afirmativas estão corretas, EXCETO

a) A América Latina absorveu, nos últimos anos, boa parte das exportações brasileiras.
b) A CEE se manteve como o principal mercado regional das exportações brasileiras.
c) As exportações brasileiras vêm crescendo como resultado da expansão dos produtos manufaturados.
d) O MERCOSUL, instituindo cotas que privilegiam membros com menor população, reduziu nossas possibilidades de exportação.
e) Os EUA ainda mantêm a posição de maior importador dos produtos brasileiros.

10) (PUC) Sobre as características do comércio externo brasileiro, podemos afirmar que:

I - o país vem aumentando, nos últimos anos, suas exportações de produtos manufaturados e semimanufaturados.
II - tem havido um aumento significativo do nosso intercâmbio comercial com os países do Terceiro Mundo, especialmente da América do Sul.
III - As maiores importações do país são trigo, aço, óleo de soja, armamentos e veículos.

Assinale:
a) Se somente a afirmativa I estiver correta.
b) Se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.
c) Se somente a afirmativa III estiver correta
d) Se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.
e) Se as afirmativas I, II e III estiverem corretas.

11) (UFRS) Quanto ao comércio exterior brasileiro, assinale a alternativa INCORRETA.

a) As exportações brasileiras destinam-se em cerca de 70% para a União Européia, os EUA, Japão e Canadá. Recentemente, entretanto, observa-se aumento da participação dos países do Cone Sul do continente sul-americano (em particular a Argentina) no comércio exterior brasileiro.
b) Entre as grandes empresas exportadoras brasileiras estão as ligadas à produção siderúrgica e automobilística, como a Companhia Vale do Rio Doce, Fiat e Volkswagen.
c) Tradicionalmente exportador de matérias-primas minerais e agrícolas, o Brasil, nas duas últimas décadas, passou a exportar sobretudo produtos industrializados.
d) Um dos fatores que explicam o aumento da exportação de produtos industrializados é a decisão das grandes empresas transnacionais, através de suas filiais brasileiras, de se engajarem politicamente no grande projeto nacional de pagamento da dívida externa.
e) Os chamados corredores de exportação estão associados aos principais portos de embarque de nossos produtos para o exterior. Os corretores compreendem um grande sistema de escoamento que envolve o porto, a ferrovia ou rodovia de ligação com o interior e a estrutura de armazenamento.
           
 12) (UFPB) A respeito do comércio externo do Brasil, NÃO é correto afirmar que:

a) as importações brasileiras apresentam uma participação marcante de produtos minerais e de produtos das indústrias mecânica e elétrica, refletindo, respectivamente, a necessidade de petróleo e de bens de produção.
b) devido à sua situação de subdesenvolvimento, as relações comerciais do Brasil com áreas do mundo subdesenvolvido são mais significativas do que com os países desenvolvidos.
c) o balanço de pagamentos do Brasil na década de 80 apresentou o item relativo a capitais altamente deficitários, pois os pagamentos de juros da dívida externa superaram a entrada de novos investimentos e empréstimos estrangeiros.
d) apesar dos grandes superávits comerciais obtidos durante a década de 80, a balança comercial atualmente tem apresentado sucessivos déficits como reflexo de iniciativa neoliberalizante por parte do governo.
e) entre nossas exportações de industrializados destacam-se certas indústrias de base tecnológica relativamente moderna, como a metalurgia, a indústria de transporte, a mecânica e a elétrica.

13) Considere o seguinte gráfico, sobre o comércio externo do Brasil, e as quatro afirmativas apresentadas.
(imagem abaixo)

1 Principalmente Arábia Saudita, Irã e Iraque
2 Principalmente Nigéria e Angola
3 Principalmente Canadá, Suíça, China e Austrália

I. A União Européia já é o maior mercado para o comércio exterior brasileiro.
II. Em termos de economias nacionais, os Estados Unidos ainda são o principal mercado para o comércio externo do Brasil.
III. Os países do Sul subdesenvolvido têm uma pequena importância para as exportações e importações do Brasil.
IV. A América Latina tem uma importância bem menor que a Ásia para as exportações e importações brasileiras.

Dentre as afirmativas apresentadas, estão corretas:
a) I e II.
b) I e III.
c) I e IV.
d) II e IV.
e) III e IV.



14) As relações comerciais exteriores constituem um dos laços econômicos mais significativos que interligam um país ao mercado mundial. A inserção do Brasil na economia mundial pode ser identificada

a) pela estratégia da diplomacia brasileira em criar uma imagem externa de estabilidade econômica do país.
b) pela política de substituição de importações como alternativa aos períodos de recessão econômica.
c) pelos acordos político-econômicos com o FMI, resultantes da geopolítica latino-americana.
d) pela rede portuária e sua localização na América do Sul, o que favorece a circulação de mercadorias.
e) pelos planos econômicos de contenção da inflação como solução das desigualdades sociais.

15) Em relação à atividade do comércio, analise as proposições a seguir.

( ) Apesar do desenvolvimento dos transportes e das comunicações que marcou o cenário mundial, a partir da segunda metade do Século XX, alguns países da América Latina ainda permanecem isolados, sem participar do comércio internacional.
( ) Os países desenvolvidos nessa nova regionalização mundial, que teve como critério a expansão e a internacionalização dos mercados, correspondem aos chamados países centrais e mercados emergentes. Os subdesenvolvidos são os denominados países periféricos.
( ) Apesar da tendência de queda ou mesmo de eliminação das tarifas comerciais, o protecionismo é uma prática adotada por várias nações do planeta, como forma de inibir a livre concorrência dos produtos estrangeiros.
( ) O superavit da balança comercial de um país é obtido quando as suas exportações, no mercado internacional, são superiores às importações.
( ) A colocação, no mercado externo, de frutas tropicais, por parte da região Nordeste brasileira, é uma conseqüência da irrigação desenvolvida nos altos cursos, próximos às nascentes, dos rios São Francisco e Parnaíba.
Gabarito:

1) A   2) D   3) C   4) A   5) E   6) D   7) A   8) E   9) D  10) B   11) D   12) B   13) A  14) D
15) F F V V F

Insetos resumo

Insetos

Características gerais

Os principais representantes dessa classe encontramos com mais facilidade no dia-a-dia; por exemplo: formiga, barata, mosquito, borboleta, mosca, besouro, joaninha, abelha, gafanhoto, entre muitos outros.
Com grande capacidade reprodutiva, os insetos formam a única classe de invertebrados com representantes dotados de asas, o que contribui para o sucesso na ocupação de todos os ambientes do planeta exceto as águas oceânicas mais profundas.
Na cabeça há um par de antenas e uma par de olhos, além do aparelho bucal. O tipo de aparelho bucal relaciona-se ao tipo de alimentação do inseto e é utilizado pelos cientistas como um dos principais critérios de classificação.

As tão doloridas picadas de abelhas não são feitas pelo aparelho bucal, mas sim pelo ferrão localizado na extremidade do abdome, ligado a uma glândula que produz veneno.

Digestão dos insetos

Vários artrópodes são carnívoros, mas há também os herbívoros, que se alimentam de diferentes partes das plantas.
O sistema digestório dos insetos é completo, e os resíduos alimentares, isto é, as fezes, são eliminados pelos ânus.
 Excreção dos insetos
A excreção é feita pelos tubos de Malpighi. Estão mergulhados nas cavidades corporais (hemoceles) de onde retiram resíduos metabólicos, e abrem-se no intestino. Logo, os excretas são eliminados juntamente com as fezes. O principal resíduo metabólico dos insetos é o ácido úrico.
Circulação dos insetos

A circulação dos insetos é aberta, isto é, o "sangue" não circula apenas dentro dos vasos, mas banha espaços do corpo do animal. Esse "sangue" é incolor ou ligeiramente azulado e não transporta gases, apenas os nutrientes.

Respiração
 Insetos, diplópodes e quilópodes respiram retirando oxigênio do ambiente por estruturas denominadas traquéias.
A traquéia está ligada a fibras musculares que se contraem e estimulam o ar a entrar pelos espiráculos da traquéia.
Os crustáceos, podem ter respiração branquial. As brânquias são estruturas que retiram oxigênio dissolvido na água para a respiração animal. Estão presentes em grande parte dos invertebrados aquáticos e nos peixes. Os microcrustáceos (crustáceos muito pequenos) fazem respiração cutânea, isto é, respiram pela pele.


Reprodução dos insetos

Nos insetos o sexo é separado e a fecundação é interna, isto é, o macho lança os gametas masculinos dentro do corpo da fêmea.
desenvolvimento pode ser direto: os filhotes já nascem semelhantes aos pais, como é o caso de muitos aracnídeos, e portanto esses animais não passam por metamorfose.


No desenvolvimento indireto, como ocorre com grande parte dos insetos, o animal que sai do ovo passa por uma metamorfose antes de atingir a vida adulta.


metamorfose pode ser completa ou incompleta. Na metamorfose completa, o animal passa pelas fases de larva, pupa e adulto - isso ocorre, por exemplo, nas borboletas e moscas. Na metamorfose incompleta, não há a fase de larva ou a de pupa - é o que ocorre, por exemplo, com as baratas e os gafanhotos.
Fonte: sobiologia.com.br

Exercícios sobre os insetos
1) (MED. SANTOS) As alternativas apresentam estruturas encontradas nos insetos. Assinale a relação que está correta:

a) traquéia - espiráculo;
b) peças bucais - ferrão;
c) olho composto - omatídeo;
d) tubos de Malpighi - trato digestório;
e) asas - tórax.

2) O gafanhoto, a aranha e o camarão têm em comum:

a) um par de antenas;
b) o corpo dividido em cabeça, tórax e abdômen;
c) a respiração traqueal;
d) pertencerem ao filo dos artrópodos;
e) possuírem 3 pares de patas articuladas.

3)  (POUSO ALEGRE) Estudos feitos com certos animais, principalmente insetos sociais, permitiram evidenciar a presença  de certas substâncias que agiam como mensageiros químicos entre o indivíduos. As substâncias em questão são designadas pelo nome de:

a) geléia real
b) hormônio
c) ferormônio
d) odor animal
e) erudina

4) (UEPB) As estruturas sensoriais microscópicas que realizam função tátil e olfativa nos insetos estão localizadas:

a) nas antenas;
b) nas quelíceras;
c) nos ocelos;
d) nos pedipalpos;
e) no aparelho bucal.

5) (MED. UBERLÂNDIA) São características de insetos e aracnídeos, respectivamente:

a) 2 quelíceras - 4 quelíceras;
b) divisão do corpo em: cabeça, tórax e abdômen - divisão em: cefalotórax e abdômen;
c) 2 antenas - 4 antenas;
d) 2 antenas e seis patas - 2 antenas e 8 patas;
e) n.d.a.

6) (PUCC) Os insetos vulgarmente chamados de "traças-dos-livros" são:

a) sifonápteros
b) metábolos
c) odonatas
d) ametábolos
e) n.d.a.
7) "O laço de fita ... parece uma borboleta ..." que acabou de passar por profundas transformações, devido 

( ) ao exoesqueleto desse animal, que é permeável a gases e lhe permite mudar constantemente de forma. 
( ) ao seu cefalotórax, que tem quatro pares de asas abdominais e garante o crescimento contínuo do corpo. 
( ) ao seu processo de desenvolvimento indireto, que tem, no início da vida, uma forma larval voraz. 
( ) à metamorfose completa, que altera a morfologia do corpo e termina na fase adulta.

8) Em um cupinzeiro, podem ser encontrados cupins com diferentes formas:
operários, soldados, machos alados e fêmeas aladas. Assinale a alternativa que melhor se relaciona com a existência dessas diferentes formas. 

a) Esses animais não vivem em sociedade. 
b) Esses animais disputam diferentes funções. 
c) Esses animais possuem divisão de trabalho. 
d) São necessários cuidados diferenciados com o alimento fungo. 
e) As diferentes funções levam à necessidade de diferentes formas.

9) Abelhas apresentam três castas sociais:
as operárias, fêmeas estéreis que realizam o trabalho da colméia, a rainha e o zangão, encarregados da reprodução. Esta divisão de trabalho caracteriza 

a) sociedade isomorfa com relações intra-específicas harmônicas. 
b) sociedade heteromorfa com relações intra-específicas harmônicas. 
c) colônia heteromorfa com relações inter-específicas harmônicas. 
d) colônia isomorfa com relações inter-específicas harmônicas. 
e) colônia heteromorfa com relações intra-específicas harmônicas.

10) Alguns seres vivos, como as abelhas e os pulgões, conseguem produzir indivíduos sem que a fêmea receba o espermatozoide para fecundar o óvulo. Este fenômeno é chamado de:


a) poliembrionia. 
b) partenogênese. 
c) metagênese. 
d) nidação. 
e) filogenia.

11) (UFBA) A partir de registros fósseis, sabe-se que no Período Jurássico a 200 milhões de anos atrás, haviam cerca de 300 Famílias de insetos; enquanto entre os quadrúpedes haviam cerca de 100 Famílias. A partir do Período Cretáceo, há cerca de 100 milhões de anos até o Período Terciário, mais recente, o número de Famílias de Insetos quadruplicou enquanto o número de Famílias de quadrúpedes apenas dobrou. Percebe-se que os insetos constituem um grupo bastante bem sucedido na conquista do ambiente terrestre. Uma das características que possibilitou essa adaptação foi a presença de:

a) respiração traqueal. 
b) circulação fechada. 
c) fecundação externa. 
d) tubo digestivo incompleto. 
e) carapaça permeável.

12) Os insetos que possuem aparelho bucal representado nas figuras I, II, III e IV a seguir são, respectivamente:


a) abelha, pernilongo, borboleta e gafanhoto.
b) abelha, mosca, barata, pernilongo.
c) barata, borboleta, abelha, gafanhoto.
d) borboleta, pernilongo, gafanhoto, mosca.
e) pernilongo, abelha, borboleta, barata.
13) (UNB) Durante o verão, podemos ouvir, com freqüência, o canto das cigarras, que é um som emitido pelos machos para atrair as fêmeas ao acasalamento. Nesse mesmo período, observamos exoesqueletos de cigarras presos às árvores, que popularmente são mencionados como cigarras "estouradas" de tanto cantar. Sabe-se que, na verdade, é o resultado do crescimento que ocasiona as "mudas" nos insetos. O hormônio responsável pelas "mudas" nos insetos é o:
a) feromônio. 
b) ácido abcísico. 
c) auxina. 
d) ecdisona. 
e) adrenalina.
14) O número de espécies dos grandes grupos animais está proporcionalmente representado no diagrama a seguir. 
a) Um dos filos inclui a classe dos invertebrados mais abundantes em número de espécies. Qual é essa classe? 
b) Indique duas características morfológicas que contribuíram para o sucesso dessa classe. Justifique. 
15) Um grupo de estudantes em um passeio na mata encontra um tipo de animal que apresenta as seguintes características:
corpo dividido em cabeça, tórax e abdome, 6 patas no tórax e um par de antenas bem visíveis. Este animal trata-se de um:

a) inseto 
b) crustáceo 
c) molusco 
d) aracnídeo 
e) anelídeo

16) (UEMA) Foram analisados dois insetos, designados por A e B, com as seguintes características:

A - apresenta dois pares de asas, tem aparelho bucal triturador e é hemimetábolo. 
B - apresenta um par de asas, tem aparelho bucal picador e é holometábolo. 
Os insetos A e B, anteriormente referidos, podem ser, respectivamente:

a) gafanhoto e formiga. 
b) formiga e barata. 
c) mosca e besouro. 
d) gafanhoto e pernilongo. 
e) borboleta e pernilongo.

17) "Os ...(I)..., por não apresentarem pigmentos respiratórios no sangue, não apresentam associação entre os sistemas ...(II)... e ...(III)... ." Para completar corretamente essa frase, os espaços I, II e III devem ser preenchidos, respectivamente, por:

a) insetos - respiratório - circulatório. 
b) nematóides - respiratório - circulatório. 
c) anelídeos - respiratório - excretor. 
d) moluscos - circulatório - excretor. 
e) crustáceos - circulatório - excretor.

18) A figura a seguir mostra o representante de um grupo de seres vivos bem adaptado na natureza. 


Assinale a opção que indica três características por esse "sucesso":

a) Presença de quitina, capacidade de vôo, respiração traqueal. 
b) Presença de quitina, formas hermafroditas, ovos megalécitos. 
c) Formas hermafroditas, ovos megalécitos, respiração traqueal. 
d) Ovos megalécitos, dimorfismo sexual, fecundação externa. 
e) Dimorfismo sexual, fecundação externa, capacidade de voo.

19) (UFMT) Você está vendo a figura esquematizada do corte longitudinal de um inseto.  As estruturas identificadas pelos algarismos 1, 2 e 3 são, respectivamente, 


a) gânglios cerebróides - coração - glândulas salivares. 
b) cecos gástricos - intestinos - túbulos de Malpighi. 
c) glândulas salivares - cordão nervoso - intestino posterior. 
d) coração - túbulos de Malpighi - cecos gástricos. 
e) coração - cordão nervoso - túbulos de Malpighi.

20) (FATEC-SP) Na ilustração estão representados cinco insetos. Considerando a ORDEM a que cada inseto pertence, assinale a alternativa em que os cinco insetos se encontram corretamente classificados:


a) Hemiptera - borboleta; 
Himenoptera - mosca; 
Lepidoptera - formiga; 
Coleoptera - besouro; 
Diptera - barbeiro. 


b) Hemiptera - formiga; Himenoptera - barbeiro; 
Lepidoptera - besouro; 
Coleoptera - borboleta; 
Diptera - mosca. 


c) Hemiptera - barbeiro; 
Himenoptera - formiga; 
Lepidoptera - borboleta; 
Coleoptera - besouro; 
Diptera - mosca. 


d) Hemiptera - barbeiro; 
Himenoptera formiga; 
Lepidoptera - borboleta; 
Coleoptera - mosca; 
Diptera - besouro. 


e) Hemiptera - formiga; 
Himenoptera - barbeiro; 
Lepidoptera - mosca; 
Coleoptera - besouro; 
Diptera - borboleta. 


Gabarito:

1) B   2) D   3) C   4) A   5) B   6) D   7) F F V V   8) C   9) B   10) B   11) A   12) A   13) D
14) a) Insetos.   b) Esqueleto   15) A   16) D   17) A   18) A   19) E    20) C