sábado, 19 de abril de 2014

Biografia e obras de Paul Cézanne


 

Paul Cézanne nasceu em Aix-en-Provence em 19 de janeiro de 1839 e morreu na mesma cidade em 22 de outubro de 1906. Em 1852 ingressou no Collège Bourbon, de Aix, onde se tornou amigo íntimo de Émile Zola, que teve grande influência em sua formação literária. Estudou desenho na Academia de Desenho de Aix entre 1846 e 1848.

Embora contrário à vocação artística do filho, seu pai, banqueiro em Aix, permite-lhe afinal estudar pintura em Paris, em 1861. Cézanne candidata-se à Escola de Belas Artes, mas é recusado e volta à sua cidade. Retornará a Paris, contudo, matriculando-se no Ateliê Libre Suisse, onde conhece Pissarro, Monet, Sisley e Renoir.

Nessa época, ele tem grande admiração por Delacroix e Courbet. Pinta uma série de obras de inspiração romântica. Insatisfeito com o tumulto da cidade e com sua pintura, volta a Aix para trabalhar no banco do pai.

De 1864 a 1870 divide o tempo entre Aix e Paris, fazendo uma pintura empastada, por vezes com espátula, de técnica quase brutal e, freqüentemente influenciada por Veronese e Delacroix, pela composição barroca, numa movimentação desordenada que é o inverso de sua obra posterior, contrária aos temas grandiloqüentes.

Após uma estada em Aix, em 1873 vai a Auvers-sur-Oise, onde se acha Pissarro, que o encaminha para a pintura ao ar livre do Impressionismo. Inicia-se então a verdadeira carreira do artista. A primeira obra-prima da fase é "A casa do enforcado" (1873), seguida de uma série admirável de naturezas-mortas, tema que, pela simplicidade de motivos, será uma constante em sua obra.

Isolamento

De 1874 a 1877 Cézanne participou das exposições impressionistas, mas sua real ambição era ser aceito no famoso Salão anual, em que a crítica especializada reunia aqueles que ela considerava como os principais artistas. Cézanne, contudo, era sistematicamente rejeitado.

Diante da hostilidade do público, da crítica e mesmo de alguns de seus colegas impressionistas, Cézanne volta a Aix, indo raramente a Paris. Em 1886, rompe com Zola, por sentir-se retratado no romance "A obra", no personagem de um pintor fracassado.

Cézanne passa a preferir o isolamento, pintando em lugares como Medan, La Roche Guyon e Gardanne, onde sua obra atinge a maturidade, ao incorporar a experiência impressionista à conclusão de que a pintura é produto de uma reconstrução da natureza feita através de um raciocínio lógico.

Depois que os pais morrem, instala-se, em 1898, numa pequena casa de Aix, onde vive solitário com uma velha governanta. Sua arte atinge o auge da depuração nas paisagens de, por exemplo, "O grande pinheiro", que pode ser admirada na coleção permanente do Museu de Arte de São Paulo - MASP.

Dedica-se, então, a reconstruir a arte dos grandes classicistas, modulando a cor em curtas pinceladas para dar a impressão do volume. Cézanne seria reconhecido pela crítica, por seus contemporâneos e pela posteridade por sua capacidade de executar uma arte que é, antes de tudo, "coisa mental", fundada em valores despidos de ornamentalismos, ao mesmo tempo que expressa o desenho e a construção rigorosa. Ele é o verdadeiro fundador da arte moderna.

Após a morte de Cézanne em 1906, as suas pinturas foram exibidas em Paris em uma retrospectiva de grande porte, em setembro de 1907, no Salon D’Automne. A mostra causou um grande impacto na direção da vanguarda parisiense, tornando-o um dos artistas mais influentes do século XIX e o responsável pelo advento do cubismo.


As explorações de simplificação geométrica e dos fenômenos óticos inspiraram Picasso, Braque, Gris e outros, que passaram a experimentar múltiplas visões, mais complexas, de um mesmo objeto chegando, finalmente, à fratura da forma. Cézanne, assim, abriu uma das mais revolucionárias possibilidades de exploração artística no século XX, influenciando profundamente o desenvolvimento da arte moderna.


Principais obras de Paul Cézanne
- Maças e laranjas (1895-1900)

- Retrato de Louis-Auguste Cézanne, o pai do artista (1866)

- Paul Alexis lendo Émile Zola (1870)

- A alameda de Jos de Bouffan (1871)

- A casa do enforcado (1873)

- Autorretrato com um chapéu de palha (1875)

- O degelo em Fontainebleau (1879)

- A banhista (1885)

- As margens de Marne (1888)

- Os jogadores de Cartas (1892)

- Banhistas (1892)

- Les Grands Baigneuses (1894 1905)

- Maças e laranjas (1895 - 1900)

- Uma velha com um rosário (1895 - 1896)

- Monte Saint-Victoire (1898)

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