terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Mais de 200 cursos da área de Humanas terão vestibular suspenso

O Ministério da Educação suspenderá o vestibular de mais de 200 cursos da área de Ciências Humanas que foram mal avaliados por duas vezes consecutivas. Este ano, 12% dos 8.184 cursos avaliados tiveram conceitos um e dois, os mais baixos. O porcentual equivale a cerca de 900 faculdades. Todos os cursos que tiveram conceito um e dois e forem reincidentes não poderão abrir vestibular no ano que vem”, afirmou o ministro da Educação, Aloizio Mercadante. A lista completa dos cursos mal avaliados só será divulgada na próxima quinta-feira, 05, quando as instituições já tiverem sido informadas dos seus resultados.
A avaliação feita pelo MEC leva em conta três pontos: o desempenho dos estudantes no Exame Nacional de Desempenho do Estudante (Enade), medido com uma prova no início e outra no final do curso e que representa 55% do Conceito, a estrutura física e pedagógica das instituições e o corpo docente, avaliado pela quantidade de doutores e mestres e pela carga horária dedicada ao curso. Esses pontos formam o Conceito Preliminar de Curso (CPC), usado pelo ministério para qualificar as instituições.
Nesta avaliação, baseada nos dados do Enade de 2012, foram consideradas 1.762 instituições e 8.184 cursos, agrupados em 7.077 notas, já que cursos na mesma cidade, da mesma instituição, mas em campus diferentes foram considerados apenas um. No total, quase 60% das instituições foram classificadas como medianas, com conceito três. Mercadante acredita que na média geral a avaliação da área de Humanas melhorou. O índice de cursos com conceito três subiu de 39,8% em 2009 para 48,4%. As escolas mal avaliadas caíram de 27% para os atuais 12%. Entre as instituições privadas, esse conceito mediano passou de 40,7% para 50%.
A nota mais alta, cinco - que é considerada excelência pelo MEC - passou de 0,4% das particulares para 1,1% e os conceitos piores, de 29,2% para 12,4%. Nas instituições públicas, a evolução foi um pouco menor. O número de cursos mal avaliados, que era baixo - 14,4% - caiu um pouco, para 11,1%, mas a diferença para as escolas privadas diminuiu. O mesmo acontece com o conceito quatro, segundo mais alto. A diferença entre os cursos públicos e privados era de 18,2 pontos porcentuais, e este ano passou para apenas 9,5 pontos. Enquanto as particulares cresceram de 7,7% com conceito quatro para 20,4%, as públicas passaram de 26,2% para 29,9%.
As instituições públicas ainda concentram a maioria dos conceitos cinco. Enquanto apenas 1,1% dos cursos particulares atingem esse nível, 3,8% dos públicos estão nessa faixa. Ainda assim, o porcentual caiu. Em 2009, era de 5,6%. “Cinco é a excelência completa. Poucos cursos chegaram nesse padrão. O conceito é relativo entre todas as instituições, o que temos é uma melhora sistêmica entre os cursos. É uma evolução muito positiva em todos os níveis”, afirmou Mercadante.
De acordo com o ministro, essa melhoria é resultado direto das políticas públicas, que não apenas suspendem o vestibular e a autonomia de instituições mal avaliadas, impedindo que abram novos cursos e novas vagas, mas também bloqueiam o acesso a programas como o Universidade para Todos (ProUni) e o Financiamento Estudantil (FiEs), o que causa um impacto financeiro. “Temos medidas regulatórias severas. Se fechamos o vestibular, a instituição passa a ter uma vida vegetativa, fica muito prejudicada. É um recado muito forte”, disse.

Nenhum comentário:

Postar um comentário