quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Stress prejudica e danifica os dentes

As consequências do stress sobre o nosso corpo e sobre a nossa saúde são já do senso comum. Temos perfeita consciência da influência que o stress tem sobre o estado do cabelo, da pele, do nosso sistema digestivo. Sabemos que nos tira o sono, que nos faz doer as costas, cair o cabelo¿ mas não estamos ainda habituados a pensar na influência que o stress tem na saúde da nossa boca e no estado dos nossos dentes. No entanto, os horários complicados, as metas no trabalho, o clima de austeridade e os dramas familiares também tem implicações ¿ e severas ¿ na saúde da nossa boca e nos nossos dentes. 

Nos últimos anos, na minha prática clínica tenho assistido a cada vez mais casos de problemas dentários com grande comprometimento da estética do sorriso, cujas causas estão precisamente relacionadas com o stress, o cansaço e a tensão. 

O stress e a ansiedade abrem terreno para o desenvolvimento das doenças das gengivas, que ficam inflamadas, inchadas, sangram com facilidade. Os problemas gengivais são o início e a base dos problemas periodontais; que vão levar à destruição do tecido ósseo e em última instância causar a perda de dentes. As gengivas acabam acabam por retrair, abrindo ¿buracos negros¿ entre os dentes que são espaços muito inestéticos e também perigosos para a saúde oral porque potenciam a retenção de comida e a proliferação de bactérias. 

Por outro lado, o stress pode levar a uma tal tensão na boca e nos maxilares que não só pode é muitas vezes a causa de dores de cabeça e enxaquecas recorrentes e mal estar crónico como fisicamente vai desgastando os dentes. Também as dores de de ouvido, zumbidos, dores no pescoço e dores nos ombros são muitas vezes sintomas deste stress que se relacionam com um funcionamento inadequado do sistema mastigatório e com problemas de deglutição. Estes sintomas refletem também muitas vezes problemas de bruxismo, a que tenho assistido um acréscimo significativo de casos. O bruxismo, um problema que se refere e à fricção e ranger os dentes, é frequentemente resultado de stress, irritabilidade, frustrações. As pessoas vão no carro de dentes cerrados a mastigar raivas e frustrações e dormem à noite num ranger de desgaste contínuo dos dentes. 

Encontro também cada vez mais casos de bruximo na infância porque também as crianças, hoje em dia, sujeitas a standards escolares muito elevados, estímulos de competição e horários sem descanso entre atividades curriculares e extracurriculares, ressentem-se deste problema que requer seguimento clínico. 

As consequências do bruxismo, quer para crianças quer para adultos, refletem-se num alinhamento anormal dos dentes dos maxilares inferior e superior e desgaste dos dentes e os tecidos que os suportam. 
Por outro lado, também encontramos músculos faciais muito desenvolvidos devido à força da pressão efetuada com os maxilares.

O stress, nestes vários casos, funciona como o gatilho de uma série de processos que vão danificar e provocar a mobilidade dos dentes. 
O processo não é imediato e a pessoa, stressada, com inúmeros afazeres não vai dando por ele até que um dia ¿acorda¿ e nota que está com uma aparência completamente diferente. 


Não são só as olheiras e os papos que conferem cansaço ao rosto. A destruição de tecido ósseo reflete-se diretamente na estrutura do rosto envelhecendo-o visivelmente. 
Estes problemas exigem tratamento para redução da incidência e alívio do desconforto. É possível resgatar estes sorrisos «gastos» através de vários procedimentos simples, acessíveis e não dolorosos que devolvem a harmonia da dentição. Um diagnóstico precoce é fundamental para o sucesso e maior rapidez dos tratamentos. 

Da próxima vez que adiar a sua consulta no dentista por achar que é um stressante, pense que, pelo contrário, pode aliviar muito do mal estar e tensão que carrega. 

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