sábado, 12 de outubro de 2013

Grandes Navegações e expansões marítimas Europeias - resumo (com questões)

A geografia da Terra  era pouco conhecida pelos europeus no início do século XV. O que eles sabiam se restringia a mitos, lendas e histórias fantasiosas, além de informações imprecisas, que datam da Antiguidade, muitas delas colhidas pelos gregos. Mas foi durante o século XV que as grandes viagens marítimas tiveram início e, uma conseqüência, foi a chegada à América.
Mapa mundi de 1689
Associa-se o início das Grandes Navegações à volta das grandes trocas comerciais da Baixa Idade Média, a ascensão da burguesia e a formação dos Estados Nacionais. O país que possuía todas estas características em alto grau, além de estar numa ótima localização no continente europeu, foi Portugal. Os dois países pertencentes à Península Ibérica (Portugal e Espanha) foram pioneiros nesse novo empreendimento marítimo.
O que permitiu as viagens foi o desenvolvimento de certas técnicas de navegação, instrumentos, a modernização das embarcações e o incentivo das Coroas. Os portugueses visavam a independência do seu comércio com as Índias, sem que precisassem passar pelos árabes, venezianos e genoveses, que dominavam a rota do Mar Mediterrâneo. Apesar dessa conotação econômica, outra justificativa utilizada é a religiosa. Os europeus queriam disseminar o cristianismo, “ajudar” aos povos não cristãos a “salvarem suas almas” com a catequização.
Teatro do Globo Terrestre. Abraham Ortelius, Antuérpia, Bélgica – 1570.
Desde o século XIV, Portugal investiu na criação de uma rota independente para o Oriente. Em 1415 houve a conquista de Ceuta, um pólo comercial no norte da África, muito importante para a construção do futuro Império Português. Em 1435, um grupo de pouco mais de 2000 pessoas embarcou com o objetivo de realizar o Périplo Africano. Nessa travessia houve o surgimento das primeiras colônias portuguesas, como as Ilhas Canárias, Angola e Moçambique. Em 1488,Bartolomeu Dias ultrapassou o Cabo da Boa Esperança. Em 1498, Vasco da Gama chegou a Calicute, na Índia.
Em contrapartida, a Espanha nessa época, expulsou os mouros da cidade de Granada; foi o fim da Guerra da Reconquista, em 1492, e, nesse mesmo ano, chegou à América com Cristóvão Colombo. Este navegador genovês acreditava que seria possível alcançar às Índias atravessando o Oceano Atlântico.  No caminho ele aportou na terra que hoje conhecemos como Bahamas, e teve início a empreitada espanhola no continente americano. O nome do continente desperta curiosidade, por que América e não uma referência a Colombo, que primeiro chegou aqui? Isso aconteceu porque Américo Vespúcio, tempos mais tarde, explorou a mesma terra em que o genovês tinha estado, concluindo, assim, perante o Estado espanhol, a descoberta de uma nova terra, e como homenagem esta ganhou o nome de América.
Chegada de Américo Vespúcio à América. Theodore De Bry. (Openheim, Alemanha – 1618)
Outro dado interessante que desperta curiosidade e debate sobre a “descoberta” ou não da América, é que os dois países Ibéricos estabeleceram um tratado, tendo como mediador o Papa Alexandre VI, sobre a definição das terras, ou seja, uma divisão entre eles das regiões descobertas, a fim de cessar a rivalidade que crescia. Esse tratado ocorreu em 1493, chamado Bula IntercoeteraQualquer terra a 100 léguas de Cabo Verde era portuguesa. Porém, em 1494, Portugal pediu para mudar essa medida para 370 léguas de Cabo Verde. Daí começam as especulações sobre o conhecimento ou não das terras à oeste do Atlântico.
Com os sucessos de Portugal e Espanha na exploração das riquezas dessas novas terras, nos séculos seguintes, HolandaFrança e Inglaterra passaram a procurar territórios a serem explorados também. Além disso, questionavam o monopólio entre os dois países ibéricos, portanto foi nessa época que os ataques piratas e invasões continentais tiveram início
Em 1500, o navegante português Pedro Álvares Cabral “descobriu” o Brasil. Essa data foi documentada em carta por Pero Vaz de Caminha, um dos tripulantes nas caravelas de Cabral, para o rei português. As terras brasileiras ficaram por cerca de 30 anos ociosas, mas foram fundamentais para a economia portuguesa com a queda do comércio com as Índias. O grande problema na expressão “descobrimento do Brasil” não é em relação aos debates, ocorridos principalmente no século XIX, sobre se os portugueses chegaram aqui devido às correntes marítimas ou se já tinham conhecimento das terras a leste. A grande questão é que, ao dizer que descobriram, pensa-se imediatamente que a terra estava desabitada, o que não era o caso do Brasil, pois os navegantes encontraram tribos indígenas ao longo da costa brasileira.
Desembarque de Pedro Álvares Cabral em Porto Seguro em 1500. Oscar Pereira da Silva – 1922/ Acervo do Museu Paulista – SP
A Europa, a partir das grandes navegações, estava  conectada com todas as partes do globo. Essa “Era dos descobrimentos” foi de extrema importância para o desenvolvimento tecnológico europeu, além disso, a possibilidade de crescimento econômico. As terras descobertas e posteriormente colonizadas passaram a ser fontes de enriquecimento desses países exploradores. Uma das maiores conseqüências dessa nova atitude européia foi o fortalecimento da burguesia mercantil, o que mudaria o destino político e social desses mesmos países séculos mais tarde, com as revoluções.

CONSEQUÊNCIAS DAS GRANDES NAVEGAÇÕES
  • Sistema colonial português
  • Dominação das civilizações asteca e inca pelos espanhóis
  • Descoberta das minas de prata de Potosi (consideradas as maiores do mundo)
  • Ampliação do comércio mundial
  • Afluxo de metais preciosos
  • Preparação das revoluções Comercial e Industrial

Expansões marítimas Europeias

No século XV, início da Idade Moderna, a Europa via sua economia cada vez mais comprometida com a queda de consumo dos bens produzidos na zona rural e agrícola. O mercado interno europeu passava por sérias complicações. Para abastecer o consumo, muitas vezes tinha que exportar produtos que vinham do Oriente, como especiarias, objetos raros e pedras preciosas.
Entretanto, para comprar este material os europeus tinham que negociar com os mercadores árabes, pois a única rota para fazer essa transação vinha pelo Mar Mediterrâneo, passando pelas cidades italianas de Gênova e Veneza. Muitos mercadores envolvidos na exportação de produtos acabavam tornando-os mais caros, o que acabou contribuindo para a crise econômica europeia.

Mapa da expansão marítima das nações europeias.
Para evitar gastos com impostos sobre mercadorias, os europeus procuraram rotas alternativas para encontrar as Índias (de onde vinham os metais preciosos) e comprar os produtos de forma direta. Assim, estariam livres dos altos impostos cobrados.

As Expansões Marítimas eram caras e nenhum comerciante rico era capaz de se embrenhar pelos mares sem recursos do rei. A figura do monarca era essencial para este empreendimento, pois ele conseguia captar recursos públicos de toda a nação para investir em embarcações mais resistentes. Foram criadas as primeiras bússolas e astrolábios para que os embarcadores pudessem se orientar. Um importante avanço foi o surgimento da primeira caravela, que tornava possível longas viagens marítimas.

A primeira nação europeia a realizar uma expansão marítima foi Portugal, graças a sua consolidação como Estado bem organizado militarmente e independência das demais nações do continente. Com o poder centralizado nas mãos do rei Dom João I, os portugueses começaram a enviar as primeiras embarcações marítimas, na busca dos produtos das Índias. Nessas empreitadas, acabou descobrindo outros territórios e novas possibilidades de atingir seus interesses.

Outro país que teve acentuada importância na Expansão Marítima foi a Espanha que, junto com Portugal, investiu na colonização dessas novas terras exploradas.
Dentre os principais fatores ligados à Expansão Marítima está o descobrimento do Brasil e da América, no final do século XV. Este novo continente foi crucial para que a economia da Europa se estabilizasse novamente.
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Questões de vestibular sobre as Grandes Navegações e Expansão Marítima 

1) Quem foram os principais financiadores dos empreendimentos marítimos da época das Grandes Navegações?

a) Reis e burgueses
b) Integrantes do clero católico e pequenos comerciantes
c) Marinheiros e profissionais liberais
d) Artistas e engenheiros de caravelas.

2) Qual das alternativas abaixo apresenta dois importantes momentos das navegações portuguesas dos séculos XV?

a) Descobrimento da Oceania e chegada ao litoral argentino em 1501.
b) Conquista da Ásia no final do século XV e descobrimento de ilhas no Caribe.
c) Navegação da costa oeste do continente americano e chegada ao norte da Rússia em 1502.
d) Chegada de Vasco da Gama às Índias em 1498 e chegada ao Brasil em 1500.

 3) (UNIFENAS) Destaca-se como resultado das descobertas e da expansão luso-espanhola nos tempos modernos a:

a) diminuição do comércio entre Europa e Novo Mundo, com a hegemonia do mar Mediterrâneo;
b) formação de novos impérios na África e na Ásia, com a ampliação do comércio entre os dois continentes;
c) defesa das culturas nativas das Américas pelo Clero e pelo Estado;
d) abertura de uma nova era de navegação e comércio, não mais concentrada no Mediterrâneo e sim no Oceano Atlântico;
e) preservação da autonomia política das nações conquistadas, a exemplo do México e do Peru.

4) Sobre as Navegações e os Descobrimentos, assinale a alternativa falsa:
a) Com os Descobrimentos, o eixo-econômico transferiu-se do Mediterrâneo para o Atlântico.
b) O Canadá foi explorado principalmente pelos franceses.
c) O que melhor explica o pioneirismo luso nas navegações é a posição geográfica de Portugal.
d) A Espanha retardou a sua participação na Expansão Marítima porque estava ainda em luta com os mouros e em processo de unificação política.
e) A primeira viagem de circunavegação foi realizada pelo português Fernão de Magalhães.

5) (UFAL) Ao contrário dos portugueses, que buscavam atingir as Índias contornando a costa africana, Colombo:

a) concentrou suas navegações na parte Norte da América, em busca de uma passagem ao Noroeste para o continente asiático;
b) dirigiu-se para o Oeste em busca da passagem Sudeste para o continente asiático;
c) planejou atingir o Leste, onde se encontravam as Índias, viajando no sentido Oeste;
d) Navegou pelo Oceano Atlântico em direção ao Canal da Mancha e Mar do Norte, seguindo as instruções do Rei de Portugal;
e) concentrou suas navegações na parte Leste, em busca de uma passagem Noroeste para as Índias.

6) Entre as principais conseqüências da Expansão Marítima, encontramos, exceto:
 
a) o descobrimento de metais preciosos no Novo Mundo e a aceleração da acumulação capitalista;
b) a descoberta de novos mercados, fornecedores de matérias-primas e consumidores de produtos industrializados;
c) a mudança do eixo econômico europeu, do mar Mediterrâneo para os oceanos Atlântico e Índico;
d) a formação dos impérios coloniais, vinculados ao Sistema Colonial Tradicional e ao processo de europeização do mundo;
e) o renascimento da escravidão em bases capitalistas e o desenvolvimento do mercantilismo.
 

7)  (FGV) Com relação aos indígenas brasileiros, pode-se afirmar que:
a) os primitivos habitantes do Brasil viviam na etapa paleolítica do desenvolvimento humano;
b) os índios brasileiros não aceitaram trabalhar para os colonizadores portugueses na agricultura não 
por preguiça, e sim porque não conheciam a agricultura;
c) os índios brasileiros falavam todos a mesma "língua geral" tupi-guarani;
d) os tupis do litoral não precisavam conhecer a agricultura porque tinham pesca abundante e muitos frutos do mar de conchas, que formavam os "sambaquis";
e) os índios brasileiros, como um todo, não tinham homogeneidade nas suas variadas culturas e nações.

8) (Unicamp) Contestando o Tratado de Tordesilhas, o rei da França, Francisco I, declarou em 1540:

“Gostaria de ver o testamento de Adão para saber de que forma este dividira o mundo”. (Citado por Cláudio Vicentino, História Geral, 1991.)

a)  O que foi o Tratado de Tordesilhas?

b)  Por que alguns países da Europa, como a França, contestavam aquele tratado?

9) Sobre as características das Grandes Navegações do século XV, indique a alternativa incorreta:

a) Em 1434, o navegador Gil Eanes ultrapassou o Cabo do Borjador, abrindo portas para a conquista lusitana sobre o litoral africano.
b) Desde o século XII, a entrada dos produtos orientais se dava pelo monopólio exercido pelos comerciantes italianos e árabes no Mar Mediterrâneo. Com o objetivo de superar a dependência para com esses atravessadores, Portugal promoveu esforços para criar uma rota que ligasse diretamente os comerciantes portugueses aos povos do Oriente.
c)   Como consequência das várias expedições realizadas pelos portugueses na costa ocidental do continente africano, o navegador Vasco da Gama conseguiu chegar à cidade indiana de Calicute em 1498, e voltou a Portugal com uma embarcação cheia de especiarias.
d)  Ao mesmo tempo em que Portugal despontou em sua expansão marítima, a Espanha, mesmo envolvida no processo de expulsão dos mouros da Península Ibérica, acompanhou os portugueses nas expedições marítimas. O fim da chamada Guerra de Reconquista foi apenas mais um passo para o fortalecimento dos espanhóis na corrida de expansão marítima.
e)   A rivalidade entre Portugal e Espanha pela exploração das novas terras descobertas levou ambos os reinos a assinarem tratados definidores das regiões a serem dominadas por cada um deles. Em 1493, a Bula Intercoetera estabeleceu as terras a 100 léguas de Cabo Verde como região de posse portuguesa. No ano seguinte, Portugal solicitou o alargamento das fronteiras para 370 léguas de Cabo Verde, instituindo o Tratado de Tordesilhas.

10) (UFMG- 2009) 


A partir da análise e comparação desses mapas e considerando-se outros conhecimentos sobre o assunto, é correto afirmar que:
a) A cartografia europeia, por razões religiosas, não assimilou o conhecimento dos povos indígenas acerca dos continentes recém-descobertos.
b) A concepção de um mundo fechado, em oposição à ideia de um cosmos aberto, dominou a cartografia europeia até o século XVII.
c) As navegações alteraram o conhecimento do mundo, à época, jogando por terra os mitos antigos sobre a inabitabilidade das zonas tórridas.
d) Os descobrimentos, em fins do século XV, resultaram da expansão do conhecimento do mundo alcançado pelos geógrafos do Renascimento. 

11)  (UFPI - 2008) Sobre a expansão marítima europeia nos séculos XV e XVI, podemos afirmar que: 

a) Teve, na Batalha de Poitiers, marco inicial da reconquista da Península Ibérica pelos europeus, o ponto de partida. 
b) Teve, na procura por mercados consumidores para os produtos manufaturados europeus, a principal motivação inicial. 
c) Foi iniciada por navegantes de origem holandesa, que desde o século XIII, trafegavam pelo Mar Mediterrâneo e por rotas atlânticas nas costas africanas. 
d) A constituição dos Estados de tipo moderno, aliada às necessidades de procura por metais preciosos, e de rotas alternativas para o intercâmbio comercial entre o Oriente e o Ocidente, foram fatores centrais para desencadear a expansão marítima. 
e) Teve, no acelerado crescimento demográfico dos séculos XIII, XIV e XV um fator motivador, pois a procura por novos territórios, para diminuir as pressões por terras cultiváveis na Europa, era urgente. 

12) (Upe 2012) O processo da Expansão Ultramarina acabou por redefinir o mapa mundial nos séculos XV-XVI. Com a descoberta da América e a possibilidade de um melhor conhecimento da África e Ásia, por parte dos europeus, ocorreram várias mudanças na mentalidade europeia. Sobre essa realidade, é correto afirmar que: 

a) várias narrativas sobre as terras distantes e exóticas e seus habitantes foram publicadas na Europa, como os escritos de Hans Staden. 
b) os espanhóis, logo de início, caracterizaram as descobertas de Colombo, como a chegada a um novo continente até então desconhecido. 
c) os portugueses optaram por colonizar a África central, evitando fixarem-se na América. 
d) a França e a Inglaterra colheram os lucros pela antecipação às nações ibéricas no processo das descobertas ultramarinas. 
e) a Espanha acabou por ocupar boa parte do território africano, dominando assim o tráfico negreiro até fins do século XVIII. 

13) (UFPR - 2008) Observe a imagem do mapa de Waldseemüller e leia o texto a seguir. 

" Este mapa é de fundamental significação na história da cartografia. Sintetizou a revolução dos vinte anos precedentes na geografia e ampliou a imagem contemporânea do mundo, proporcionando uma visão essencialmente nova do mesmo. [....] Seu histórico é conhecido indubitavelmente a partir do tratado geográfico 'Cosmographiae Introductio' que acompanhou sua publicação em 1507. [...] Este mapa tem uma importância histórica única. Nele o Novo Mundo recebe o nome de América pela primeira vez. Colombo aparentemente nunca abandonou sua convicção de que as ilhas das Índias Ocidentais que descobriu eram próximas à costa leste da Ásia. Vespúcio, entretanto, descobriu a verdade, ou seja, que era um novo mundo. Waldseemüller aceitou esta visão e propôs - para honrar Vespúcio - conceder seu nome à nova terra." 

(WHITIFIELD, Peter. "The image of the world: 20 centuries of World Maps". San Francisco: Pomegranate Artbooks & British Library, 1994, p. 48-49.) 
Com base no mapa, no texto e nos conhecimentos sobre a epopeia dos descobrimentos na Época Moderna, é correto afirmar: 

a) O mapa de Waldseemüller foi elaborado para reforçar a concepção bastante difundida durante a Idade Média de que a Terra era plana, contribuindo assim para afirmar a tese da impossibilidade de atingir o Oriente navegando para o Ocidente. 
b) O uso da expressão "descoberta da América", para designar o ocorrido em 1492, revela uma construção "a posteriori" da historiografia, que assim estabelece uma representação simbólica da presença europeia no continente pela primeira vez na Era Moderna. 
c) Afirmar que Vespúcio foi o responsável pela "descoberta do Novo Mundo" significa evidenciar um traço da mentalidade greco-romana da Antiguidade, que prescrevia a experimentação científica como método para obter o conhecimento da verdade das coisas. 
d) A verificação empírica da verdade dos "descobrimentos" possibilitou, ao longo do século XVI, uma nova epistemologia para as ciências humanas, que passou a fundar-se no testemunho direto dos acontecimentos como critério para o estabelecimento dos fatos. 
e) Pelo relato sobre os "descobrimentos", explicitado no texto, fica evidente que havia, no período da publicação do mapa de Waldseemüller, uma nítida separação entre a perspectiva de análise geográfico-cartográfica e a abordagem histórica dos eventos da expansão marítima.

14) Portugal e Espanha foram as primeiras nações a lançarem-se nas Grandes Navegações. Isto deveu-se, basicamente a/ao:

a) diferentemente de outras nobrezas, a nobreza portuguesa e espanhola estavam fortalecidas e conseguiram financiar o projeto de expansão marítima;
b) enorme quantidade de capitais acumulados nestas duas nações desde o renascimento comercial na Baixa Idade Média;
c) espírito aventureiro de portugueses e espanhóis.
d) o desenvolvimento industrial da península Ibérica forçou estas nações a buscarem mercados consumidores e fornecedores;
e) processo de centralização política favorecido pela Guerra de Reconquista;

15) Entre as conseqüências da Expansão Marítima, NÃO encontramos:

a) a formação do Sistema Colonial;
b) o desenvolvimento do eurocentrismo;
c) a expansão do regime assalariado da Europa para a América
d) início do processo de acumulação de capitais, impulsionando o modo de produção capitalista;
e) introdução do trabalho escravo na América.

16) (Cesup/Unaes/Seat-MS)- Na expansão da Europa, a partir do século XV, encontramos intimamente ligados à sua história:

a) a descoberta da América, em 1492, anulou imediatamente o interesse comercial da Europa com o Oriente;
b) a participação da Espanha nesse empreendimento, por interesse exclusivo de Fernando de Aragão e Isabel de Castela, seus soberanos na época;
c) O pioneirismo português, devido à sua boa localização geográfica e outros fatores.
d) o tratado de Tordesilhas, que dividia as terras descobertas entre Portugal e Espanha, sob fiscalização e concordância da França, Inglaterra e Holanda;
e) Portugal, imediatamente após o descobrimento do Brasil, iniciou a colonização, extraindo muito ouro para a Europa, desde 1500;

17)  (Cesgranrio) Acerca da expansão marítima comercial implementada pelo Reino Português, podemos afirmar que:

a) a conquista de Ceuta marcou o início da expansão, ao possibilitar a acumulação de riquezas para a manutenção do empreendimento.
b) a conquista da Baía de Argüim permitiu a Portugal montar uma feitoria e manter o controle sobre importantíssima rota comercial intra-africana.
c) a instalação da feitoria de São Paulo de Luanda possibilitou a montagem de grande rede de abastecimento de escravos para o mercado europeu.
d) o domínio português de Piro e Sidon e o conseqüente monopólio de especiarias do Oriente Próximo tornaram desinteressante a conquista da Índia.
e) a expansão da lavoura açucareira escravista na Ilha da Madeira, após 1510, aumentou o preço dos escravos, tanto nos portos africanos, quanto nas praças brasileiras.

18) (Fei) O processo de expansão marítima da Península Ibérica iniciou-se ainda nos fins da Idade Média. A Espanha, ainda dividida e tendo parte de seu território ocupado pelos mouros "andou atrás" de Portugal. Podemos afirmar que foram fatores decisivos do pioneirismo português em termos expansionistas EXCETO:

a) o processo de centralização política e administrativa precoce do país, a partir da Revolução de Aviz
b) a presença de uma nobreza fortalecida que, a partir dos impostos feudais, propiciou o capital necessário à empreitada expansionista
c) a formação de quadros preparados para as grandes aventuras marítimas na Escola de Sagres
d) o contato e o aproveitamento da cultura moura por parte dos portugueses
e) o incentivo governamental à expansão.

19) (Mackenzie)

 "Valeu a pena? Tudo vale a pena
              Se a alma não é pequena.
              Quem quer passar além do Bojador
              Tem que passar além da dor.
              Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
              Mas nele é que espelhou o céu".
            (Fernando Pessoa)

O significado de "passar além do Bojador", nas primeiras décadas do século XV, é:

a) ultrapassar a "barreira" que, segundo a tradição grega, era o limite máximo para navegar sem o perigo de ser atacado por monstros marinhos, permitindo aos navegantes portugueses atingir a Costa da Guiné.
b) Conquistar Ceuta e encontrar o "Eldorado", lendária terra repleta de prazeres e riquezas, superando os mitos vinculados ao longo da Idade Média.
c) Conquistar a cidade africana de Calicute, importante feitoria espanhola responsável por abastecer o mercado oriental de produtos de luxo.
d) Suportar o escaldante sol equatorial, as constantes tempestades  marítimas e o "mar tenebroso" das ilhas da América Central.
e) "Dobrar" o Cabo da Boa Esperança, por Vasco da Gama, aventura marítima coberta de mitos e lendas sobre a existência do "Paraíso" ou "Éden".

20)  (Uff) No ano de 1998 comemoraram-se os quinhentos anos da chegada de Vasco da Gama às Índias, fato considerado como um dos marcos das grandes navegações e descobrimentos que antecederam a descoberta e a colonização do "Novo Mundo".
Assinale a opção que revela uma característica da colonização espanhola na América.

a) Criação de Universidades por toda a área de colonização com o propósito de ilustrar as elites indígenas americanas para consolidar o domínio colonial.
b) Redirecionamento da política colonial no Novo Mundo tendo como fato determinante o florescimento do comércio com as Índias.
c) Exploração da mão-de-obra negra escrava por meio de instituições como o "repartimiento" com o objetivo de atender às demandas de produtos primários da Europa.
d) Divisão do território ocupado em sesmariais com o intuito de extrair maior volume de prata e ouro do subsolo.
e) Fundação de uma rede de cidades estendida por toda a área ocupada, formando a espinha dorsal do sistema administrativo e militar.

21) O que dizia o Tratado da Bula Inter Coetera?

22) (VUNESP-2007) No extremo leste da Indonésia, na parte oriental de uma ilha, situa-se um dos membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), o Timor Leste, cuja autonomia só recentemente foi assegurada, graças à importante presença de forças da 
ONU. A existência de um país de língua portuguesa nessa região deve-se 

a) à Companhia de Jesus, que disseminou o catolicismo na região e contribuiu para que seu povo adotasse o idioma de Camões. 
b) ao imperialismo neocolonialista do final do século XIX, 
que levou essa região do globo a ser partilhada pelos países europeus. 
c) à ação humanitária dos portugueses, que intervieram na região para impedir que sua população cristã fosse subjugada pela maioria budista. 
d) aos conflitos originados da Guerra Fria, quando os EUA apoiaram a presença portuguesa na região para defender os interesses ocidentais. 
e) à expansão comercial e marítima dos séculos XV e XVI, que levaram as naus portuguesas a essa região, então, incorporada ao império de Lisboa.

23) (Mack-2004) Assinale a alternativa correta acerca da Expansão Ultramarina Européia. 

a) A corrida expansionista de Portugal e Espanha gerou, na segunda metade do século XV, um período de grande cooperação entre esses reinos europeus, denominado de União Ibérica. 
b) Posteriormente à descoberta do novo continente, o grande afluxo do ouro e da prata americanos para a Europa gerou uma significativa baixa nos preços dos alimentos. 
c) O navegador Cristóvão Colombo provou, com sua viagem, a tese do el levante por el poente, isto é, de que seria possível alcançar as Índias, no Ocidente, navegando 
em direção ao Oriente. 
d) As chamadas Grandes Navegações Europeias inserem-se no processo de superação dos entraves medievais ao desenvolvimento da economia mercantil e ao 
fortalecimento da classe burguesa. 
e) Em agosto de 1492, a nau Santa Maria e as caravelas Nina e Pinta partiram de Palos, na Espanha, rumo ao leste, e atingiram, em outubro do mesmo ano, a costa da América 
do Norte. 

24) ) (UFC-2003) Dispostos a participar do lucrativo comércio de especiarias, realizado pelos portos do levante mediterrâneo e controlado pelos venezianos, os portugueses buscaram um caminho alternativo. Em 1498, Vasco da Gama conseguiu chegar à Índia: 

a) através dos portos do poente mediterrâneo. 
b) utilizando as antigas rotas terrestres do Meio Oriente. 
c) utilizando o canal do Panamá. 
d) através do Estreito de Magalhães. 
e) circunavegando a África. 

25) . (Ufsm) O ano de 1998 marca os quinhentos anos do Descobrimento do Brasil, pois, "Em 1498, D. 
Manuel ordenava que Duarte Pacheco Pereira navegasse pelo Mar Oceano, a partir das ilhas de Cabo 
Verde até o limite de 370 léguas [estipuladas pelo Tratado de Tordesilhas]. É esta a primeira viagem, 
efetivamente conhecida pelos portugueses, às costas do litoral norte do Brasil" 
 (FRANZEN, Beatriz. A presença portuguesa no Brasil antes de 1500. In: ESTUDOS LEOPOLDENSES. 
São Leopoldo: Unisinos, 1997. p. 95.). 
Esse fato fez parte 

a) da expansão marítimo-comercial europeia, que deslocou o eixo econômico do Mediterrâneo para o 
Atlântico. 
b) da expansão capitalista portuguesa, em sua fase mercantil-colonial plenamente consolidada no Brasil. 
c) do avanço marítimo português, tendo Duarte Pacheco Pereira papel relevante na espionagem e pirataria 
no Atlântico. 
d) do processo de instalação de feitorias no Brasil, pois Duarte Pacheco Pereira instalou a primeira feitoria, 
ou seja, São Luiz do Maranhão. 
e) das expedições exploradas do litoral brasileiro, cujo papel de reconhecimento econômico e geográfico 
coube a Duarte Pacheco Pereira. 

26) (Fuvest) Sobre o Tratado de Tordesilhas, assinado em 7 de junho de 1494, pode-se afirmar que 
objetivava: 

a) demarcar os direitos de exploração dos países ibéricos, tendo como elemento propulsor o 
desenvolvimento da expansão comercial marítima. 
b) estimular a consolidação do reino português, por meio da exploração das especiarias africanas e da 
formação do exército nacional. 
c) impor a reserva de mercado metropolitano, por meio da criação de um sistema de monopólios que 
atingia todas as riquezas coloniais. 
d) reconhecer a transferência do eixo do comércio mundial do Mediterrâneo para o Atlântico, depois das 
expedições de Vasco da Gama às Índias. 
e) reconhecer a hegemonia anglo-francesa sobre a exploração colonial, após a destruição da Invencível 
Armada de Felipe II, da Espanha

27) (Unicamp) A expansão marítima da Península Ibérica (Espanha e Portugal) nas Américas foi orientada 
por um projeto colonizador que, além da exploração econômica das terras, tinha por objetivo a imposição 
de uma cultura européia e cristã. 

Qual foi o papel da Igreja Católica nesse projeto colonizador? 

28) (Ufrrj) Leia o texto adiante sobre a expansão comercial e marítima portuguesa e, com base nele, 
responda às questões a seguir. 
Em 1498, o português Vasco da Gama consegue chegar a Calicute, nas Índias, contornando o Cabo da Boa 
Esperança. Em seguida, as frotas portuguesas procuraram estabelecer um maior controle do oceano 
Índico. À medida que as rotas de navegação se consolidam, Portugal centraliza o comércio das especiarias 
alterando o papel a ser desempenhado pelas cidades de Gênova e Veneza. 
 THEODORO, J. "Descobrimentos e Renascimento". São Paulo: Contexto, 1991. p. 20. 
a) Mencione duas razões que explicam o pioneirismo português nas navegações e descobrimentos dos 
séculos XV e XVI. 
b) Estabeleça uma relação entre práticas mercantilistas e a assim chamada expansão comercial e marítima. 

29) (UERJ)
Os descobrimentos marítimos dos séculos XV e XVI foram processos importantes para a construção do mundo moderno. A chegada dos portugueses ao Brasil decorre dos projetos que levaram diferentes nações europeias às grandes navegações.
Formule uma resposta à pergunta do autor, ao final do texto: qual foi a finalidade da expedição de Cabral?
Em seguida, cite dois motivos que justificam as grandes navegações marítimas nos séculos XV e XVI.
30) (Espcex (Aman) 2011)  Um conjunto de forças e motivos econômicos, políticos e culturais impulsionou a expansão comercial e marítima europeia a partir do século XV, o que resultou, entre outras coisas, no domínio da África, da Ásia e da América.

(Extraído SILVA, 1996)
O fato que marcou o início da expansão marítima portuguesa foi o (a)
a) contorno do Cabo da Boa Esperança em 1488.  
b) conquista de Ceuta em 1415.  
c) chegada em Calicute, Índia, em 1498.  
d) ascensão ao trono português de uma nova dinastia, a de Avis, em 1385.  
e) descobrimento do Brasil em 1500.
Gabarito:

1) A     2) D     3) D     4) C     5) C    6) B    7) A
8) a) O Tratado de Tordesilhas foi um acordo firmado em 1494 na cidade espanhola de Tordesilhas, entre Portugal e Espanha e com mediação do Vaticano, para garantir a partilha e dominação das novas terras descobertas a partir das Grandes Navegações. O tratado estabelecia que as terras que ficassem até a uma distância de 370 léguas a oeste da ilha de Cabo Verde seria de dominação portuguesa. A partir desta distância o domínio pertenceria à Espanha.
b) A contestação ocorreu principalmente pelo fato de que os demais países ficavam de fora da partilha dos novos territórios, que garantiam grandes lucros às nações em decorrência do comércio, da exploração dos novos territórios e das minas de metais preciosos que poderiam ser encontradas.
9) D    10) C    11) D    12) A    13) B    14) A     15) C    16) C    17) A    18) B    19) A    20) E
21) Traçou-se uma linha imaginária a 100 léguas da ilha de Cabo Verde, as terras a serem descobertas a 
oeste desta linha pertencerão à Espanha e as leste pertencerão à Portugal.   22) E   23) D   24) E  25) A
26) A    27) A Igreja Católica deu suporte para Portugal e Espanha concretizarem suas ambições mercantis e foi grande aliada dos estados europeus em questão no processo de europeização e cristianização que se 
estabeleceu no Novo Mundo.     
28) a) O pioneirismo português nas Grandes Navegações pode ser explicado pela centralização política 
precoce de Portugal no contexto da Guerra de Reconquista contra os mouros (muçulmanos) na Península 
Ibérica. Além disso, ocorreu a consolidação e o fortalecimento do Estado Nacional com a Revolução de Avis (1383-1385) que promoveu uma aproximação entre o rei e a burguesia mercantil, condição que assegurava o gerenciamento da empreitada por parte do Estado e os recursos financeiros junto aos burgueses. 
 b) As conquistas decorrentes da Expansão Marítima e Comercial proporcionaram a possibilidade de 
aumento dos lucros para a burguesia mercantil e o aumento da arrecadação de impostos pelo Estado, 
adequando-se assim, à política econômica mercantilista. 
29) Conhecedora das possibilidades da existência de terras a oeste do Atlântico que pertenceriam a Portugal, segundo o Tratado de Tordesilhas, a Coroa portuguesa tinha interesse em garantir a posse dessas terras como estratégia para o controle – virtual monopólio – da rota atlântica que levava às Índias Orientais, região das famosas especiarias, fonte de lucros para as burguesias e Estados nacionais europeus modernos.
Os séculos XV e XVI caracterizam-se pelo chamado “desencravamento planetário”, movimento que levou os recém-implantados Estados europeus a se lançarem nas navegações marítimas – pelo oceano Atlântico – à procura de soluções para a crise do feudalismo. Governos e setores da burguesia mercantil e da nobreza interessavam-se, dentre outras coisas, em encontrar novas rotas marítimas que os levassem às regiões das especiarias orientais; em buscar metais preciosos, matéria-prima para a manutenção do comércio e cunhagem das moedas; em encontrar novas terras para uma nobreza territorial enfraquecida com a crise feudal; em descobrir matérias-primas e produtos exóticos com valor no comércio europeu. Todo esse processo acabaria também por fortalecer os soberanos modernos e a Igreja Católica, que perdia fiéis com o processo das reformas religiosas.
30) B


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