Os seres humanos são capazes de perceber através do olfacto se alguém está doente ou, pelo menos, perceber um odor distinto no suor de pessoas com o sistema imunológico em alta actividade (ou seja, respondendo a uma infecção). A afirmação é de investigadores do Karolinska Institutet, na Suécia, e o estudo, destaque na revista científica Psychological Science.
Para chegar a essa descoberta, 48 pessoas participaram de uma experiência.
Dessas, oito pessoas receberam ou uma injecção de lipopolissacarídeo (substância que, através de uma bactéria, provoca uma forte resposta imunológica) ou uma injecção de água com sal (que não causa nenhuma reacção no corpo humano). Quatro horas após esse procedimento, as roupas usadas por essas oito pessoas foram recolhidas e levadas para análise.
É aí que entram os 40 participantes restantes, que sentiram os odores presentes nas roupas e reportaram o seu grau de intensidade, agradabilidade e deram notas para o quesito «saúde» do odor.
Assim, a maioria desses participantes deu notas mais baixas à agradabilidade das roupas usadas pelos primeiros membros da experiência, reportando-as como de odor mais intenso do que o sentido nas de quem havia sido injectado apenas com a solução de água salgada.
Estudos prévios já haviam apontado que certas doenças, como a febre-amarela, desencadeiam a produção de odores fortes no corpo, perceptíveis por outras pessoas, e o estudo comprova essa capacidade de sentir que alguém está doente através do olfacto.
O texto de divulgação do estudo afirma que «seres humanos podem mesmo dissociar odores de doença e saúde noutros indivíduos» após um período de quatro horas de accionamento do sistema imunológico.
Para o cientista Mats Olsson, que liderou o estudo, quando alguém fica doente «podem haver biomarcadores de doenças produzidos pelo corpo e libertados sob a forma de substâncias voláteis», daí a capacidade de que alguém «fareje» a saúde alheia.
A habilidade de detectar doenças em outras pessoas através do olfacto poderia ajudar na prevenção do contágio de doenças, sublinha o estudo.
Contudo, uma vez que a experiência foi conduzida em laboratório, e os participantes receberam apenas uma toxina em particular, não é possível aos investigadores afirmarem que os resultados seriam os mesmos fora desse ambiente e com pessoas portadoras de outras infecções.
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