quinta-feira, 2 de julho de 2015

Biografia e obras de Zélia Gattai



Zélia Gattai (1916-2008) foi uma escritora, fotógrafa e memorialista brasileira. Começou a escrever com 63 anos. Estreou na literatura com o livro de memórias "Anarquistas Graças a Deus". Recebeu o Prêmio Paulista de Revelação Literária. Viveu com o escritor Jorge Amado durante 56 anos. Em 2001, foi eleita para a Academia Brasileira de Letras, para a cadeira 23, a mesma que pertenceu a Jorge Amado.

Zélia Gattai (1916-2008) nasceu em São Paulo, no dia 2 de julho de 1916. Filha de Ernesto Gattai e Angelina, imigrantes italianos. Passou sua infância e adolescência, no bairro de Paraíso. Participava, junto com a família, do movimento político-operário, organizado por imigrantes operários, italianos, espanhóis e portugueses, que reivindicavam melhorias no trabalho.

Zélia Gattai casou-se aos dezenove anos com Aldo Veiga. Em 1942, nasceu, o primeiro filho Luís Carlos. Em 1945, envolvida em grupos políticos, passa a trabalhar no movimento pela anistia dos presos políticos. Já separada, foi apresentada ao escritor Jorge Amado, durante o Primeiro Congresso de Escritores Brasileiros, realizado nesse mesmo ano, em São Paulo. Com pouco tempo foram morar juntos, ainda não havia divórcio e os dois já haviam casado e separado. Zélia passou a trabalhar com Jorge, revisando e datilografando os originais de seus livros.

Mudam-se para o Rio de Janeiro, em 1945, quando Jorge Amado foi eleito para a Câmara Federal. Em 25 de novembro de 1947, nasce seu segundo filho, João Jorge. Em 1948, os parlamentares eleitos pelo PCB foram cassados e o partido considerado ilegal. Jorge vai para Europa. Zélia segue depois, com o filho pequeno. Chega na Itália, no porto de Gênova, onde Jorge a esperava. Depois de alguns dias na Itália eles vão para a Tchecoslováquia, Polônia e depois Paris. No final do ano vão para a URSS.

Em 1949 estão de volta à Paris. Zélia ingressa na Sorbone, onde estuda Civilização Francesa, Fonética e Língua Francesa. Em fins desse ano, foram obrigados a deixar Paris, pois os comunistas não eram bem vistos pelo governo francês. Voltaram para a Tchecoslováquia. Em 1951 na Tchecoslováquia, nasce sua filha Paloma. Viajaram ainda para a Hungria, Romênia, Bulgária, China e Mongólia.

De volta ao Brasil, em 1952, passam a morar no Rio de Janeiro, onde permanecem alguns anos. Decididos a viver numa cidade mais pacata, em 1960 compram uma casa em Salvador, Bahia, no bairro do Rio Vermelho. No dia 12 de maio de 1976, depois de vários anos de união, eles resolvem oficializar o casamento.

Em 1979, Zélia Gattai estreia na literatura com o livro de memórias "Anarquistas Graças a Deus". O livro foi traduzido para diversos países, sendo adaptado para o teatro e para uma minissérie de televisão. Outro livro de memórias que se tornou peça teatral foi "Um chapéu para viagem", em 1982.

Zélia Gattai morreu em Salvador, Bahia, no dia 17 de maio de 2008.

Obras de Zélia Gattai

Anarquistas Graças a Deus, memórias, 1979
Um Chapéu para Viagem, memórias, 1982
Pássaros Noturnos de Abaeté, 1983
Senhora Dona do Baile, memórias, 1984
Jardim de Inverno, memórias, 1988
Pipistrelo das Mil Cores, literatura infantil, 1989
O Segredo da Rua 18, literatura infantil, 1991
Chão de Meninos, memórias, 1992
Crônica de Uma Namorada, romance, 1995
A Casa do Rio Vermelho, memórias, 1999
Cittá di Roma, memórias, 2000
Joana e a Sereia, literatura infantil, 2000
Códigos de Família, memórias, 2001
Um Baiano Romântico e Sensual, 2002
Memorial do Amor, memórias, 2004
Vacina de Sapo e Outras Lembranças, 2006

Frases de Zélia Gattai

  • Há uma indisfarçável e sedutora beleza na personalidade de muitos Homens que hoje estão na idade madura. É claro que toda regra tem as suas exceções, e cada idade tem o seu próprio valor. Porém, com toda a consideração e respeito às demais idades, destacarei aqui uma classe de Homens que são companhias agradabilíssimas: Os que hoje são quarentões, cinquentões e sessentões. Percebe-se com uma certa facilidade, a sensibilidade de seus corações, a devoção que eles tem pelo que há de mais belo "O SENTIMENTO."
  • A moda era amar ou sofrer de amor. Muitos viveram de amor... Outros morreram de amor... Estes Homens maduros de hoje, nunca foram Homens de Ou eles estavam a namorar pela certa, ou estavam na "fossa", ou estavam sozinhos. Se eles "ficassem", ficariam para sempre... ao trocar alianças com suas amadas. Junto com Benito de Paula, eles cantaram a "Mulher Brasileira, em primeiro lugar!" A paixão pelo nosso país, era evidente quando cantavam:"As praias do Brasil, ensolaradas, no céu do meu Brasil, mais esplendor... A mão de Deus, abençoou, Mulher que nasce aqui, tem muito mais Amor... Eu te amo, meu Brasil, Eu te amo..
  • Eu tenho a felicidade de ter alguns deles como amigos virtuais, mesmo não os vendo pessoalmente, percebo estas características através de suas palavras e gestos.Muitos deles hoje "dominam" com habilidade e destreza essas máquinas virtuais, comprovando que nem o avanço da tecnologia lhes esfriou os sentimentos pois ainda se encantam com versos, rimas, músicas e palavras de amor.

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