O escâner e o teste de esforço com eletrocardiograma são igualmente eficazes para diagnosticar uma doença cardiovascular, de acordo com os resultados de um extenso teste clínico publicado neste fim de semana em um Congresso de Cardiologia nos Estados Unidos.
O estudo foi realizado com um universo de 10.000 pacientes, sendo 53% de mulheres e idade média de 60 anos, examinados em 193 centros de saúde nos EUA e no Canadá.
Os pacientes selecionados nunca tinham recebido um diagnóstico de doença nas artérias coronárias, mas apresentavam sintomas que podiam estar relacionados com enfermidades cardiovasculares, como falta de ar, ou dor no peito. Quase todos os envolvidos tinham pelo menos um fator de risco, como hipertensão, diabetes, ou tabagismo.
Metade foi selecionada de forma aleatória para se submeter a um exame de escâner, que mostra imagens tridimensionais das artérias coronárias. A outra metade fez um teste de esforço com eletrocardiograma. Esses exames já são usados há muito tempo, mas nunca haviam sido comparados durante um monitoramento.
Resultados
O estudo não mostrou nenhuma diferença significativa durante os dois anos de acompanhamento dos testes em termos de taxas de cirurgia, complicações, infartos e morte.
Os resultados dessa pesquisa são "importantes", segundo os autores, porque deixam nas mãos dos médicos a escolha do tipo de teste clínico a ser usado para diagnosticar doenças cardiovasculares quando o paciente apresenta dor no peito e falta de ar.
Este é o caso de pelo menos quatro milhões de pessoas por ano nos Estados Unidos.
"Antes dessa análise, a escolha do teste inicial - escâner cardíaco, ou teste de esforço - era feita sem se ter uma ideia do que realmente era melhor para a avaliação de sintomas cardiovasculares', explicou a médica Pamela Douglas, do Centro de Pesquisa de Doenças Cardiovasculares da Universidade de Duke, na Carolina do Norte.
Observou-se, porém, que o escâner tem uma ligeira vantagem para evitar cateterismos cardíacos (introdução de um tubo na artéria umeral) desnecessários. Também utiliza doses de radiação mais baixas do que os exames de Medicina Nuclear que injetam pequenas quantidades de material radioativo no sangue para obter imagens do coração e das artérias.
A especialista apresentou os resultados da pesquisa no Congresso Anual do Colégio Americano de Cardiologia (ACC, na sigla em inglês), neste fim de semana, em San Diego, na Califórnia.
Financiado por Institutos de Saúde dos Estados Unidos (NIH, sigla em inglês), o estudo foi publicado no periódico "New England Journal of Medicine".
Nenhum comentário:
Postar um comentário