Um estudo da Universidade de Huazhong, na China, aplicou um questionário a 27 mil aposentados de uma mesma corporação. A meta era investigar se determinados hábitos relacionados às horas dormidas influenciariam no risco de desenvolver câncer. Para ser mais específico, os cientistas se focaram em pessoas que trocavam o dia pela noite, em quem não tirava sonecas à tarde e nos indivíduos que dormiam aos montes.
Com base nisso, descobriram que trabalhadores que adotaram turnos noturnos nos últimos 20 anos apresentavam uma probabilidade 27% maior de serem diagnosticados com essa doença. Já nos voluntários que não tiravam um cochilo, o risco era quase duas vezes maior em comparação com outros que relaxavam meia hora no período da tarde. E o excesso de horas dormidas? Bem, isso também não parece fazer bem: quem apagava por mais de 10 horas por dia corria um risco 40% maior de apresentar tumores em relação a quem dormia por oito horas.
Mas não para por aí: pessoas com dois desses hábitos combinados possuíam uma probabilidade adicional de 43% de desenvolver câncer. Nessa situação, a possibilidade de morrer da enfermidade também quase dobrava — isso em comparação com participantes que não apresentavam nenhum dos fatores. Curiosamente, nenhum dos elos foi encontrado entre as mulheres.
Apesar de tudo, os autores admitem que ainda são necessários mais estudos para confirmar seus achados. Mas o que não falta são hipóteses. No caso da parcela que trabalha à noite, a privação de sono acarretaria uma pane no sistema imunológico, favorecendo o aparecimento dos tumores. Já os cochilos diurnos costumam ser sinônimos de um estilo de vida saudável — fora que aliviam o estresse, um estado emocional que derruba as defesas do corpo.
É importante ressaltar que, embora o trabalho em questão não tenha abordado a privação de sono, outros levantamentos indicam que poucas horas debaixo dos lençóis também abrem as portas para o câncer — e outras encrencas, a exemplo da obesidade. Tentar regular os hábitos noturnos faz uma diferença danada para a saúde.
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