segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Denúncias de tráfico de mulheres aumentaram mais de 1.500% em 2013

O “ligue 180”, Central de Atendimento à Mulher da Secretaria de Política para Mulheres da Presidência da República, recebeu 306.201 registros entre janeiro e junho deste ano, de acordo com balanço divulgado nesta segunda-feira (7), pela ministra da Secretaria, Eleonora Menicucci.  
A denúncia de tráfico de mulheres foi a que mais cresceu este ano na comparação com 2012. No primeiro semestre do ano passado, foram feitas 17 denúncias. No mesmo período deste ano, foram recebidas 263 denúncias — um crescimento de 1.547%.  
Para a ministra Eleonora, os números são assustadores. No entanto, revelam que há uma tendência de solucionar o problema.  
— O aumento é assustador para a realidade do problema, mas é absolutamente positivo do ponto de vista da busca e da procurar por um atendimento.   
Das denúncias de tráfico de mulheres, 173 eram casos internacionais e 90 eram no Brasil. Do total, a maioria era referente a tráfico para exploração sexual. Em segundo lugar, aparece a exploração do trabalho, seguido do tráfico para a remoção de órgãos.  
Segundo a Secretaria de Políticas para Mulheres, a denúncia foi feita pela mãe da vítima em quase 20% dos casos. Em 16% das denúncias, a própria vítima foi em busca de ajuda. Mas, na maioria das vezes, em 23% dos casos, quem toma a iniciativa de denunciar são parentes e vizinhos da mulher traficada.  
De acordo com a ministra, a partir das denúncias, a Secretaria repassa os casos para a Polícia Federal e as denúncias começam a ser investigadas. Duas quadrilhas de tráfico para exploração sexual já foram desbaratadas a partir das ligações: uma internacional, que levava vítimas brasileiras para Espanha; e uma interna, que traficava mulheres da região Sul para o Norte do País.  
De acordo com os dados, o serviço, que recebe denúncias de violência contra mulher e fornece atendimento às vítimas, foi acessado por 56% dos municípios brasileiros. O Distrito Federal, o Pará e o Rio de Janeiro são as unidades da federação que lideram o ranking nacional de busca pelo “ligue 180”.  
Brasileiras no exterior
No primeiro semestre deste ano, a Central de Atendimento à Mulher recebeu 31 ligações de vítimas no exterior. Segundo o balanço, 15 mulheres que vivem na Espanha pediram ajuda. Na Itália, dez vítimas solicitaram atendimento e seis mulheres que vivem em Portugal também recorreram ao “ligue 180”.  
Das mais de 306 mil ligações que o serviço recebeu, 36% eram relacionadas a pedido de informações sobre as leis de proteção à mulher. Outros 19% das demandas foram direcionados para a rede de atendimento à mulher e serviços públicos de segurança; 12% eram relatos de violência e houve registros também de reclamações de serviços, algumas configuradas como violências institucional.  
Desde que foi implementado, em 2006, o “ligue 180” recebeu 3,3 milhões de ligações.

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