quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

revoltas regenciais

revoltas do período regencial


A  revolta dos Malês

Durante as primeiras décadas do século XIX várias rebeliões de escravos explodiram na província da Bahia. A mais importante delas foi a dos Malês, uma rebelião de caráter racial, contra a escravidão e a imposição da religião católica, que ocorreu em Salvador, em janeiro de 1835. Nessa época, a cidade de Salvador tinha cerca de metade de sua população composta por negros escravos ou libertos, das mais variadas culturas e procedências africanas, dentre as quais a islâmica, como os haussas e os nagôs. Foram eles que protagonizaram a rebelião, conhecida como dos "malê", pois este termo designava os negros muçulmanos, que sabiam ler e escrever o árabe. Sendo a maioria deles composta por "negros de ganho", tinham mais liberdade que os negros das fazendas, podendo circular por toda a cidade com certa facilidade, embora tratados com desprezo e violência. Alguns, economizando a pequena parte dos ganhos que seus donos lhes deixavam, conseguiam comprar a alforria.

Em janeiro de 1835 um grupo de cerca de 1500 negros, liderados pelos muçulmanos Manuel Calafate, Aprígio, Pai Inácio, dentre outros, armou uma conspiração com o objetivo de libertar seus companheiros islâmicos e matar brancos e mulatos considerados traidores, marcada para estourar no dia 25 daquele mesmo mês. Arrecadaram dinheiro para comprar armas e redigiram planos em árabe, mas foram denunciados por uma negra ao juiz de paz. Conseguem, ainda, atacar o quartel que controlava a cidade mas, devido à inferioridade numérica e de armamentos, acabaram massacrados pelas tropas da Guarda Nacional, pela polícia e por civis armados que estavam apavorados ante a possibilidade do sucesso da rebelião negra.

No confronto morreram sete integrantes das tropas oficiais e setenta do lado dos negros. Duzentos escravos foram levados aos tribunais. Suas condenações variaram entre a pena de morte, os trabalhos forçados, o degredo e os açoites, mas todos foram barbaramente torturados, alguns até a morte. Mais de quinhentos africanos foram expulsos do Brasil e levados de volta à África. Apesar de massacrada, a Revolta dos Malês serviu para demonstrar às autoridades e às elites o potencial de contestação e rebelião que envolvia a manutenção do regime escravocrata, ameaça que esteve sempre presente durante todo o Período Regencial e se estendeu pelo Governo pessoal de D. Pedro II.



A revolta dos Cabanos


A Cabanagem foi uma revolta popular que aconteceu entre os anos de 1835 e 1840 na província do Grão-Pará (região norte do Brasil, atual estado do Pará). Recebeu este nome, pois grande parte dos revoltosos era formada por pessoas pobres que moravam em cabanas nas beiras dos rios da região. Estas pessoas eram chamadas de cabanos.

No início do Período Regencial, a situação da população pobre do Grão-Pará era péssima. Mestiços e índios viviam na miséria total. Sem trabalho e sem condições adequadas de vida, os cabanos sofriam em suas pobres cabanas às margens dos rios. Esta situação provocou o sentimento de abandono com relação ao governo central e ao mesmo tempo, muita revolta.

Os comerciantes e fazendeiros da região também estavam descontentes, pois o governo regencial havia nomeado para a província um presidente que não agradava a elite local.

O objetivo principal era a conquista da independência da província do Grão-Pará.

Com início em 1835, a Cabanagem gerou uma sangrenta guerra entre os cabanos e as tropas do governo central. As estimativas feitas por historiadores apontam que cerca de 30 mil pessoas morreram durante os cinco anos de combates.

No ano de 1835, os cabanos ocuparam a cidade de Belém (capital da província) e colocaram na presidência da província Félix Malcher. Fazendeiro, Malcher fez acordos com o governo regencial, traindo o movimento. Revoltados, os cabanos mataram Malcher e colocaram no lugar o lavrador Francisco Pedro Vinagre (sucedido por Eduardo Angelim).

Contanto com o apoio inclusive de tropas de mercenários europeus, o governo central brasileiro usou toda a força para reprimir a revolta que ganhava cada vez mais força.

Após cinco anos de sangrentos combates, o governo regencial conseguiu reprimir a revolta. Em 1840, muitos cabanos tinham sido presos ou mortos em combates. A revolta terminou sem que os cabanos conseguissem atingir seus objetivos.



A REVOLTA DOS BALAIOS 


No ano de 1838 surgiu um movimento popular no Maranhão. Este era contrário ao poder e aos aristocratas rurais que, até então, dominavam aquela região.

Em dezembro de 1838, Raimundo Gomes (líder do movimento), com objetivo de libertar seu irmão que se encontrava preso em vila Manga, invadiu a prisão libertando não só seu irmão, mas também todos os outros que se encontravam presos.

Após algumas conquistas dos balaios, como a tomada de Caxias e a organização de uma Junta Provisória, o governo uniu tropas de diferentes províncias para atacá-los. Contudo, Os balaios venceram alguns combates.

O governo imperial nomeou o coronel Luís Alves de Lima e Silva como governador da província do Maranhão e Comandante Geral das Forças Militares. O general, que mais tarde seria o Duque de Caxias, atuou no combate aos revoltosos e reconquistou a Vila de Caxias.

Após algumas derrotas, o comandante dos balaios, Raimundo Gomes, rendeu-se.

Após a morte de Balaio, Cosme (ex-escravo e um dos principais chefes dos balaios) assumiu a liderança do movimento e partiu em fuga para o sertão. Daí em diante, a força dos balaios começou a diminuir, até que, em 1840, um grande número de balaios rendeu-se diante da concessão da anistia. Pouco tempo depois, todos os outros igualmente se renderam. Com a completa queda dos balaios, Cosme foi enforcado.

Revolução Farroupilha


Também conhecida como Revolução Farroupilha, A Guerra dos Farrapos foi um conflito regional contrário ao governo imperial brasileiro e com caráter republicano. Ocorreu na província de São Pedro do Rio Grande do Sul, entre 20 de setembro de 1835 a 1 de março de 1845. Foi liderada pela classe dominante gaúcha, formada por fazendeiros de gado, que usou as camadas pobres da população como massa de apoio no processo de luta.

Causas


 O Rio Grande do Sul foi palco das disputas entre portugueses e espanhóis desde o século XVII. Na idéia dos líderes locais, o fim dos conflitos deveria inspirar o governo central a incentivar o crescimento econômico do sul, como pagamento às gerações de famílias que se voltaram para a defesa do país desde há muito tempo. Mas não foi isso que ocorreu. 

A partir de 1821 o governo central passou a impor a cobrança de taxas pesadas sobre os produtos rio-grandenses, como charque, erva-mate, couros, sebo, graxa, etc. 

No início da década de 30, o governo aliou a cobrança de uma taxa extorsiva sobre o charque gaúcho a incentivos para a importação do importado do Prata. 

Ao mesmo tempo aumentou a taxa de importação do sal, insumo básico para a fabricação do produto. Além do mais, se as tropas que lutavam nas guerras eram gaúchas, seus comandantes vinham do centro do país. Tudo isso causou grande revolta na elite rio-grandense.

A revolta

Carga de cavalaria Farroupilha, acervo do Museu Júlio de Castilhos.

 Em 20 de setembro de 1835, os rebeldes tomam Porto Alegre, obrigando o presidente da província, Fernandes Braga, a fugir para Rio Grande. Bento Gonçalves, que planejou o ataque, empossou no cargo o vice, Marciano Ribeiro. O governo imperial nomeou José de Araújo Ribeiro para o lugar de Fernandes Braga, mas este nome não agradou os farroupilhas (o principal objetivo da revolta era a nomeação de um presidente que defendesse os interesses rio-grandenses), e estes decidiram prorrogar o mandato de Marciano Ribeiro até 9 de dezembro. Araújo Ribeiro, então, decidiu partir para Rio Grande e tomou posse no Conselho Municipal da cidade portuária. Bento Manoel, um dos líderes do 20 de setembro, decidiu apoiá-lo e rompeu com os farroupilhas.

Bento Gonçalves então decidiu conciliar. Convidou Araújo Ribeiro a tomar posse em Porto Alegre, mas este recusou. Com a ajuda de Bento Manoel, Araújo conseguiu a adesão de outros líderes militares, como Osório. Em 3 de março de 36, o governo ordena a transferência das repartições para Rio Grande: é o sinal da ruptura. Em represália, os farroupilhas prendem em Pelotas o conceituado major Manuel Marques de Souza, levando-o para Porto Alegre e confinando-o no navio-prisão Presiganga, ancorado no Guaíba.

Os imperiais passaram a planejar a retomada de Porto Alegre, o que ocorreu em 15 de julho. O tenente Henrique Mosye, preso no 8º BC, em Porto Alegre, subornou a guarda e libertou 30 soldados. Este grupo tomou importantes pontos da cidade e libertou Marques de Souza e outros oficiais presos no Presiganga. Marciano Ribeiro foi preso e em seu lugar foi posto o marechal João de Deus Menna Barreto. Bento Gonçalves tentou reconquistar a cidade duas semanas depois, mas foi batido. Entre 1836 e 1840 Porto Alegre sofreu 1.283 dias de sítio, mas nunca mais os farrapos conseguiriam tomá-la.

Em 9 de setembro de 1836 os farrapos, comandados pelo General Netto, impuseram uma violenta derrota ao coronel João da Silva Tavares no Arroio Seival, próximo a Bagé. Empolgados pela grande vitória, os chefes farrapos no local decidiram, em virtude do impasse político em que o conflito havia chegado, pela proclamação da República Rio-Grandense. O movimento deixava de ter um caráter corretivo e passava ao nível separatista.


Sabinada



Entre 1831 e 1833, movimentos de caráter federalista eclodiram em alguns pontos da Província da Bahia. Esses movimentos expressavam o descontentamento não só em relação à política centralizadora do Rio de Janeiro, mas também um forte sentimento antilusitano, originado do fato de os portugueses controlarem quase que totalmente o comércio varejista , ocupando ainda cargos políticos, militares e administrativos. Nos primeiros meses de 1831 manifestações contra os portugueses, considerados "inimigos" do povo, reivindicavam que fossem tomadas contra eles medidas que iam desde a deportação, até a proibição de andar armados, a demissão dos que exercessem emprego civil ou militar, e a extinção das pensões concedidas por D. João VI ou D. Pedro I.A notícia da abdicação, em 7 de abril, fez com que os ânimos se acalmassem. Segundo o historiador Wanderley Pinho, "o Governo promoveu festas e proclamou ao povo (23 de abril), procurando esfriar o ardor antiportuguês da massa popular, ao lembrar ser o novo Imperador príncipe brasileiro de nascimento." Mas logo novas manifestações ocorreram. Além dos pronunciamentos que pregavam o antilusitanismo, a indisciplina militar, a destituição de oficiais portugueses, a partir de outubro de 1831 passava-se a aclamar "a Federação". Iniciava-se a crise federalista.

Em 1833, o descontentamento em relação à política centralizadora do Rio de Janeiro podia ser percebido no ódio que os federalistas, defensores da autonomia provincial, devotavam a D. Pedro I e aos portugueses. No dizer de Wanderley Pinho, o sentimento contra os portugueses, a principiar por D. Pedro I, estava presente nos pronunciamentos e nos programas dos federalistas: "O ex-imperador, tirano do Brasil, será fuzilado em qualquer parte desta Província se acaso aparecer, e a mesma pena terão os que o pretenderem defender e admitir... ...todo cidadão brasileiro fica autorizado a matar o tirano ex-imperador D. Pedro I, como maior inimigo do Povo Brasileiro..." Em 1837, com a renúncia do Regente Feijó, considerado incapaz de conter os movimentos contra o Governo Central, a insatisfação recrudesceu principalmente entre os militares e maçons da Província baiana. Todo o processo de instabilidade por que passava a Bahia, culminou com o início da Sabinada, revolta liderada pelo médico Francisco Sabino Álvares da Rocha Vieira.

 Ao contrário de outros movimentos do Período Regencial, não mobilizou as camadas menos favorecidas e nem conseguiu a adesão das elites da Província, sobretudo os grandes proprietários de escravos e de terras do Recôncavo. A Sabinada contou com a participação dos representantes das camadas médias da população, que desejavam manter a autonomia provincial conseguida com o Ato Adicional de 1834, e que, sob a Regência Una de Araújo Lima, via-se ameaçada pela Lei Interpretativa que retirava as liberdades concedidas anteriormente aos governos provinciais. A revolta foi precedida por uma campanha desencadeada através de artigos publicados na imprensa, de panfletos distribuídos nas ruas, e de reuniões em associações secretas como a maçonaria. O estopim da rebelião foi a fuga de Bento Gonçalves, chefe da Farroupilha, do Forte do Mar, atual Forte São Marcelo em Salvador, onde estava preso. Em novembro de 1837, os militares do Forte de São Pedro rebelaram-se, conseguindo a adesão de outros batalhões das tropas do Governo. Sob a liderança de Francisco Sabino e de João Carneiro da Silva Rego, os sabinos, como ficaram conhecidos os revoltosos por causa do nome de seu líder principal, conseguiram controlar a cidade de Salvador, por quase quatro meses. 

O presidente da Província e outras autoridades, ao perceberem que não possuíam mais poder sobre as tropas, fugiram. Os sabinos proclamaram uma República, que deveria durar até que D. Pedro de Alcântara, o príncipe herdeiro, assumisse o trono brasileiro. No entanto, a Sabinada ficou isolada em Salvador. Os revoltosos não conseguiram expandir o movimento, pois não possuíam o apoio de outras camadas da população. A repressão veio logo: no início de 1838, tropas regenciais chegaram à Bahia. Após o bloqueio terrestre e marítimo de Salvador, as forças do Governo invadiram e incendiaram a cidade, obrigando os rebeldes a saírem de seus esconderijos. Ajudadas pelos proprietários do Recôncavo, as tropas massacraram os sabinos. Os que escaparam foram severamente punidos por um tribunal que, por sua grande crueldade, ficou conhecido como "júri de sangue".

questões sobre revoltas do período regencial






1) (UNITAU) Sobre o Período Regencial (1831 - 1840), é incorreto afirmar que:

a) foi um período de intensa agitação social, com a Cabanagem no Rio Grande do Sul e a guerra dos Farrapos no Rio de Janeiro;
b) passou por três etapas: regência trina provisória, regência trina e regência una;
c) foi criada a Guarda Nacional, formada por tropas controladas pelos grandes fazendeiros;
d) através do Ato Adicional as províncias ganharam mais autonomia;
e) cai a participação do açúcar entre os produtos exportados pelo Brasil e cresce a participação do café.

2) Quais foram as primeiras ações tomadas pelos revoltosos quando o movimento da Cabanagem se iniciou, em 1835?

3) Aponte duas motivações fundamentais que impulsionaram a realização da Cabanagem, no Pará.

4) Pontue as reivindicações e ações principais dos envolvidos na Sabinada, logo que tomaram o poder. 

5) Qual outra revolta antecipou o cenário de tensões que tomava conta da cidade de Salvador antes da deflagração da Sabinada? 

6) (UFS) " ... desligado o povo rio-grandense da comunhão brasileira, reassume todos os direitos da primitiva liberdade; usa destes direitos imprescritíveis constituindo-se República Independente; toma na extensa escala dos Estados Soberanos o lugar que lhe compete ..."

Na evolução histórica brasileira, pode-se associar as ideias do texto à:

a) Sabinada
b) Balaiada
c) Farroupilha
d) Guerra dos Emboabas
e) Confederação do Equador

7) Quais as influências políticas e ideológicas que marcaram o desenvolvimento da Guerra dos Farrapos?

8) Estabeleça quais foram as duas mais importantes conquistas dos participantes da Revolução Farroupilha.

9) Qual questão motivou fortemente os estancieiros gaúchos a se voltarem contra o governo regencial e assim organizar a chamada Revolução Farroupilha?

10) Quais os eventos que marcaram a dissolução da Balaiada?

11) Por qual razão o conflito no Maranhão ganhou o nome de Balaiada?

12) Qual o quadro social observado no Maranhão da primeira metade do século XIX, antes da deflagração da Balaiada?

13) (UFRJ)  "Sabinada" na Bahia, "Balaiada" no Maranhão e "Farroupilha" no Rio Grande do Sul foram algumas das lutas que ocorreram no Brasil em um período caracterizado

a) pelo estabelecimento de um sistema monárquico descentralizado, o qual delegou às Províncias o encaminhamento da "questão servil".
b) pela redefinição do poder monárquico e pela formação dos partidos políticos, sem que se alterassem as estruturas sociais e econômicas estabelecidas.
c) por mudanças na organização partidária, o que facilitava o federalismo, e por transformações na estrutura fundiária de base escravista.
d) por uma fase de transição política, decorrente da abdicação de Dom Pedro I, fortemente marcada por um surto de industrialização, estimulado pelo Estado.
e) por um regime centralizado na figura do imperador, impedindo a constituição de partidos políticos e transformações sociais na estrutura agrária.

14) (UFAM) O Período Regencial foi marcado por profundas disputas políticas na corte e rebeliões que, de alguma forma, punham em discussão a relação centro / periferia. Dos movimentos abaixo, assinale aquele que não se articula com essa tendência:

a) A Guerra dos Farrapos;
b) A Cabanagem;
c) A Balaiada;
d) A Sabinada;
e) A Revolta dos Males.

15) (UFPR) No período compreendido entre a Independência e 1849, o Brasil foi marcado por agitações sociais e políticas. Sobre essas agitações, é correto afirmar que: 
1 - a Cabanagem no Pará (1835 - 1840) foi um movimento que teve forte participação das camadas populares;
2 - também no Maranhão houve violência social na rebelião conhecida por Balaiada (1838 - 1841), com forte participação popular;
4 - apenas na Bahia não houve agitação social ou movimentos visando à emancipação regional;
8 - a revolta dos liberais em 1842, em São Paulo e em Minas Gerais, contribuiu para que mais tarde fosse praticada a alternância no poder dos partidos Liberal e Conservador;
16 - a mais longa das revoltas brasileiras desse período foi a Revolução Farroupilha (1835 - 1845), na qual se chegou a proclamar uma República independente;
32 - a Revolução Praieira (1848) foi o último grande movimento nordestino revoltoso, de caráter popular, democrático e de influência ideológica.

16) (CESGRANRIO/RJ) A consolidação do Império foi marcada por várias rebeliões, que, representando grupos, regiões e interesses diversificados, ameaçaram o Estado Imperial.
Assinale a opção que associa uma dessas rebeliões ocorridas durante o Império com o que foi afirmado acima: 
a) A Cabanagem, no Grão Pará, expressou a reação dos comerciantes locais contra o monopólio do comércio.
b) A Praieira, em Pernambuco, foi a mais importante manifestação do Partido Conservador.
c) A Sabinada, na Bahia, teve origem na mais importante rebelião popular e de escravos do período.
d) A Balaiada, no Maranhão, apesar de sua fidelidade monárquica, representou o ideal federal da oligarquia.
e) A Farroupilha, no Rio Grande, foi a mais longa rebelião republicana e federalista, expressando ideais dos proprietários gaúchos.

17) (FGV/RJ) Sabinada na Bahia, Balaiada no Maranhão e Farroupilha no Rio Grande do Sul foram algumas das lutas que ocorreram no Brasil em um período caracterizado: 

a) por um regime centralizado na figura do Imperador, impedindo a constituição de partidos políticos e transformações sociais na estrutura agrária;
b) pelo estabelecimento de um sistema monárquico descentralizado, o qual delegou às Províncias o encaminhamento da “questão servil”;
c) por mudanças na organização partidária, o que facilitava o federalismo, e por transformações na estrutura fundiária de base escravista;
d) por uma fase de transição política, decorrente da abdicação de D. Pedro I, fortemente marcada por um surto de industrialização, estimulado pelo estado;
e) pela redefinição do poder monárquico e pela formação dos partidos políticos, sem que se alterassem as estruturas sociais e econômicas estabelecidas.

18) (UFPE) A Sabinada, que agitou a Bahia entre novembro de 1837 e março de 1838,

a) tinha objetivos separatistas, no que diferia frontalmente das outras rebeliões do período.
b) foi uma rebelião contra o poder instituído no Rio de Janeiro que contou com a participação popular.
c) assemelhou-se à Guerra dos Farrapos, tanto pela postura anti-escravista quanto pela violência e duração da luta.
d) aproximou-se, em suas proposições políticas, das demais rebeliões do período pela defesa do regime monárquico.
e) pode ser vista como uma continuidade da Rebelião dos Alfaiates, pois os dois movimentos tinham os mesmos objetivos.

19) Descreva de que modo a Revolta dos Malês acabou sendo desarticulada.

20) Por qual razão podemos entender que a Revolta dos Malês assumiu um caráter essencialmente radical? 
 
Gabarito:

1) A   2) Os revoltosos se organizaram para ocupar a cidade de Belém e realizar a deposição de Bernardo Lobo de Sousa, governador da província, que acabou sendo assassinado pelos participantes do evento conflituoso. Logo em seguida estabeleceram uma nova junta de governo sob a liderança do fazendeiro Félix Clemente Malcher.    3) Entre as motivações apresentadas, podemos inicialmente destacar o fato de o governo imperial indicar governadores que não atendiam aos interesses das figuras políticas locais. Ao mesmo tempo, a situação de miséria e abandono também servia de pano de fundo para que a população paraense se mobilizasse contra a autoridade exercida pelo império na província.    4) Após conquistarem o poder, os revoltosos realizaram a criação da chamada República Bahiense. Neste novo governo vemos o abandono do ideal separatista, na medida em que os envolvidos buscavam se reintegrar ao domínio imperial assim que Dom Pedro II atingisse a maioridade e assumisse o trono brasileiro.    5) No ano de 1835, um grupo de negros malês organizou uma revolta que lutava pelo fim da escravidão. Na época, o desenvolvimento dessa rebelião preocupou as elites que sustentavam os seus ganhos através da exploração do trabalho escravo.    6) C   7) Vendo o modelo político instalado nos países vizinhos, os participantes da Farroupilha acabaram defendendo a formação de um governo de orientação republicana que oferecesse maior autonomia à região envolvida no conflito. De tal modo, notamos que os participantes criticavam fortemente a centralização política estabelecida pelo governo imperial e defendiam a organização de um governo constitucional e inspirado nos moldes do republicanismo.   8) No ano de 1836, o movimento foi inicialmente impulsionado quando os participantes tomaram a cidade de Porto Alegre e estabeleceram a nomeação de um novo governo para a província, com a proclamação da República Rio-Grandense. Tempos mais tarde, os envolvidos nesse mesmo movimento conseguiram tomar a província de Santa Catarina, onde formaram a chamada República Juliana.     9) Além das questões políticas e ideológicas, vemos que diversos estancieiros gaúchos apoiaram a Revolução Farroupilha por conta dos altos impostos cobrados sobre os muares, o couro e, principalmente, o charque produzido naquela região. Com o passar do tempo, a alta carga de tributos impedia que os produtores gaúchos tivessem condição de concorrer com os produtos também produzidos e comercializados por seus vizinhos argentinos, uruguaios e paraguaios.
10) No ano de 1840, a anistia decretada pelo governo imperial determinou a rendição de milhares de participantes. Raimundo Cara Preta acabou se entregando às autoridades e morreu a caminho de sua prisão em São Paulo. Em contrapartida, Preto Cosme resistiu até o fim, sendo preso e enforcado no ano de 1841. Os quilombolas que lutaram ao seu lado acabaram sendo reescravizados.  11) Essa revolta ganhou esse nome por causa de Manuel Balaio, artesão fabricante de cestos, que capitaneou uma parte dos revoltosos.
12) Nas primeiras décadas do século XIX, mais da metade da população maranhense era composta por escravos e sertanejos de condição econômica miserável. Em contrapartida, uma minoria de importantes comerciantes e proprietários de terra controlavam o poder político da região de modo autoritário.   13) B
14) E   15) 59    16) B   17) E   18) B   19) Após a delação feita por uma escrava liberta, as autoridades locais se adiantaram em relação à rebelião que estava marcada para o dia 25 de janeiro de 1835. Os escravos foram perseguidos, o que ocasionou na fuga dos mesmos para o Recôncavo Baiano. Vencidos nas áreas rurais, os escravos capturados sofreram os mais rigorosos tipo de punição, sendo alguns deportados para a costa africana.   20) A Revolta dos Malês apresentou caráter essencialmente radical ao defender a perseguição e a morte de mulatos e brancos, vistos como os grandes traidores dos levantes populares. Sob tal aspecto, vemos que o conflito assumiu a natureza de um conflito racial em que os negros determinavam a perseguição daqueles que não compartilhassem de sua condição social e étnica.

4 comentários:

  1. Na 18ª questão, a letra B diz que a Sabinada contou com a participação popular, e é o gabarito da questão. No entanto, essa revolta foi apenas da classe média, digamos assim. Logo, não foi apoiada nem pela elite nem pelos mais pobres. No próprio texto diz:

    "Ao contrário de outros movimentos do Período Regencial, não mobilizou as camadas menos favorecidas e nem conseguiu a adesão das elites da Província, sobretudo os grandes proprietários de escravos e de terras do Recôncavo."

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  2. Vc esta errado.Alquns rebeldes ofereceram o fim da escravidao,para o escravos ajudarem na disputa

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  3. Gabarito 16 é letra E. A questão 14 não tem como saber o que significa relação centro periferia, se quer dizer em sentido social ou sentido literal, portanto, questão anulada

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  4. parece crente... só lê um verso da história

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