O dirigente norte-coreano Kim Jong-Un ameaçou nesta quarta-feira (1) com um "desastre nuclear" na península coreana, em caso de guerra, e fez uma advertência ao governo dos Estados Unidos.
"Se explodir de novo uma guerra nesta terra, trará consigo um desastre nuclear em massa, e os Estados Unidos nunca estarão seguros", declarou em uma mensagem exibida na televisão nacional por ocasião do Ano Novo.
"Estamos diante de uma situação perigosa, na qual um pequeno incidente militar acidental pode levar a uma guerra total", advertiu.
De acordo com analistas e autoridades militares sul-coreanas, o regime norte-coreano poderia executar provocações militares no início do ano para reforçar o poder de Kim Jong-Un.
A Coreia do Sul reagiu por meio de seu ministro da Defesa, Kim Kwan-Jin, que afirmou que o exército sul-coreano "deve responder sem piedade a qualquer provocação do inimigo".
O líder do regime comunista da Coreia do Norte também falou sobre a execução de seu tio e mentor Jang Song-Thaek, que foi uma das pessoas mais influentes do regime, referindo-se a ele como "lixo".
"No ano passado, nosso partido adotou com resolução medidas para limpar (...) o lixo que havia em seu seio", disse Kim Jong-Un. O expurgo "contribuiu em boa medida para consolidar a unidade do partido e a revolução", completou.
Esta foi a primeira vez que o dirigente norte-coreano criticou em público o tio, detido e executado em dezembro por traição e corrupção.
Jang Song-Thaek, de 67 anos, foi seu mentor durante o período de sucessão após a morte de seu pai Kim Jong-Il em dezembro de 2011.
A surpreendente execução do alto dirigente, o ato político mais importante no país desde a chegada ao poder de Kim Jong-Un em dezembro de 2011, marcou, ao que tudo indica, o início de um expurgo entre as pessoas ligadas ao Jang Song-Thaek.
Dinastia dos Kim
A Coreia do Norte, país comunista dirigido com mãos de ferro pela dinastia dos Kim há 60 anos, faz, regularmente, ameaças, mas a execução de Jang Song-Thaek e de seu círculo preocupou os Estados Unidos e a Coreia do Sul.
Segundo os analistas, a decisão poderia ser sinal de divergências entre membros da elite no poder, mas para outros, ela ressalta a tomada de controle total do país pelo jovem Kim Jong-Un, que tem pouco mais de trinta anos.
A península coreana tem vivido um período de calma relativa nos últimos meses após uns anos de muitas tensões provocadas pelo teste de um míssil balístico, que valeu a Pyongyang novas sanções do Conselho de Segurança da ONU.
Mas Kim Jong-Un voltou a endurecer o tom e parece querer prosseguir com o seu programa nuclear. Washington e Seul consideram que este programa tem por objetivo dotar o país de armas atômicas.
O monitoramento por satélite sugere que a Coreia do Norte irá redobrar os esforços para reativar seu principal complexo nuclear.
Pyongyang possui atualmente material suficiente para fabricar entre seis e dez bombas nucleares, acreditam os especialistas sobre este país, um dos mais fechados do mundo.
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