Luís de Freitas Branco foi professor e subdiretor do Conservatório Nacional e diretor artístico da Academia de Amadores de Música. Durante a adolescência, recebeu aulas de Tomás Borba e, em 1910, partiu para Berlim, onde trabalhou com Humperdinck. Quando, em 1918, regressou a Lisboa, havia reunido conhecimentos fundamentais sobre as modernas escolas alemã, francesa e italiana. Da influência francesa havia já resultado o poema sinfônico Paraísos Artificiais (1910), com nítidas inspirações em Debussy e Ravel.
No entanto, desde cedo se interessou pela música portuguesa, sendo devido ao seu profundo gosto e conhecimento da música renascentista portuguesa que se desenvolve em Portugal uma crescente atenção aos músicos desse período, como Carlos Seixas, e aos polifonistas dos séculos 15 e 16. Essa ligação com a música renascentista irá materializar-se em obras como Madrigais Camonianos (1935-1943) e Redondilhas de Camões (1943-1949). É ainda nessa vertente de ligação à música portuguesa que podemos inserir as Suítes Alentejanas (1920-1927), nas quais Freitas Branco explora a nota popular do folclore tradicional orquestrado de forma esplêndida.
Dedicou-se aos mais variados estilos, compondo, entre outros gêneros, musica coral sinfônica, música orquestral, música de câmara e música religiosa. Luís de Freitas Branco exerceu ainda uma ampla atividade enquanto crítico, fundou e dirigiu a revista Arte Musical (1929-1948) e foi igualmente diretor da Gazeta Musical, fundada por Fernando Lopes Graça, em 1951. É também autor de diversas obras sobre música, entre as quais se sobressaem A Música em Portugal (1928), Acústica e História da Música (1930) e Tratado de Harmonia (1930). É com Luís de Freitas Branco que o modernismo musical faz sua aparição em Portugal, destacando-se o compositor pela qualidade de suas obras, notáveis, como afirma Lopes Graça, tanto pela nobreza das idéias como pelo domínio da forma.
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