Böll foi, nas décadas de 60 e 70, o autor mais conhecido da Alemanha Ocidental. Em 1969 recebeu o Prêmio Georg Büchner pelo conjunto da sua obra e, em 1972, o Prêmio Nobel da Literatura. Dirigiu o Pen Clube da Alemanha Federal entre 1970 e 1972.
Em 1971 foi eleito presidente do Pen Clube Internacional, cargo que desempenhou até 1974. Sua obra, assim como suas manifestações públicas, denota o empenho do autor na defesa da liberdade individual e da humanidade. Os temas centrais da sua narrativa são as experiências do nazismo e da Segunda Guerra Mundial, mas também a perda do espírito humanista na sociedade de consumo que se ergueu na Alemanha Ocidental a partir de 1945 (Ansichten eines Clowns, 1963). Sua contestação ao poder dos meios de comunicação de massas, que se reflete no conto A Honra Perdida de Katharina Blum (1974), foi considerada nos meios conservadores como uma prova de seu vínculo ideológico com o grupo de extrema esquerda Fração do Exército Vermelho (RAF). Böll escreveu também teatro, poesia e obras radiofônicas. Mas foi no romance e no conto que o autor se destacou e nos quais obteve suas maiores vendas. Foi co-editor da revista literária L 76, mais tarde rebatizada como L 80.
Integrado no Grupo 47, Böll manteve sempre suas opiniões heterodoxas e sua busca da verdade a qualquer preço. Sua crítica à destruição, nos altares da ambição pelo poder e pela riqueza, dos valores do cristianismo primitivo –- como o amor pela paz e pelo próximo – foi sempre acompanhada de um empenho prático: Böll apoiou as iniciativas antinucleares e pacifistas e acolheu dissidentes soviéticos como Alexander Soljenitsyn ou Lev Kopelev. Manifestou sempre sua solidariedade para com os escritores perseguidos em todo o mundo.
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