terça-feira, 1 de janeiro de 2013

características e representantes do barroco brasileiro


Literatura Barroca 


o Barroco brasileiro tem seu marco inicial em 1601, com a publicação do poema épico Prosopopeia, de Bento Teixeira.

Conheça a seguir os trechos selecionados:

Prosopopeia

 I

Cantem Poetas o Poder Romano,
Sobmetendo Nações ao jugo duro;
O Mantuano pinte o Rei Troiano,
Descendo à confusão do Reino escuro;
Que eu canto um Albuquerque soberano,
Da Fé, da cara Pátria firme muro,
Cujo valor e ser, que o Ceo lhe inspira,
Pode estancar a Lácia e Grega lira.

II

As Délficas irmãs chamar não quero,
que tal invocação é vão estudo;
Aquele chamo só, de quem espero
A vida que se espera em fim de tudo.
Ele fará meu Verso tão sincero,
Quanto fora sem ele tosco e rudo,
Que per rezão negar não deve o menos
Quem deu o mais a míseros terrenos.


Gregório de Matos obras e poemas

Gregório de Matos Guerra nasceu em Salvador (BA) e morreu em Recife (PE). Estudou no colégio dos jesuítas e formou-se em Direito em Coimbra (Portugal). Recebeu o apelido de Boca do Inferno, graças a sua irreverente obra satírica.


Escreveu poesia lírica, satírica e religiosa. Suas poesias satíricas possuem um ótimo material do ponto de vista sociológico e lingüístico (já que o autor usava um vocabulário bem popular). Nelas o escritor narra episódios da vida popular, cotidiana e política. Através delas podemos conhecer melhor a sociedade da época (período colonial).

A poesia lírica de Gregório de Matos também é muito boa e pode ser dividida em:

- Poesia lírico-amorosa
- Poesia lírico-filosófica
- Poesia lírico-religiosa

POESIA LÍRICO-AMOROSA
Características

- O amor é retratado como fonte de prazer e sofrimento
- A mulher é retratada como um anjo e fonte de perdição (pois desperta o desejo carnal)

TEXTO

Rompe o Poeta com a Primeira Impaciência Querendo Declarar-se e Temendo Perder Por Ousado

Anjo no nome, Angélica na cara,
Isso é ser flor, e Anjo juntamente,
Ser Angélica flor, e Anjo florente,
Em quem, se não em vós se uniformara?
Quem veria uma flor, que a não cortara
De verde pé, de rama florescente?
E quem um Anjo vira tão luzente,
Que por seu Deus, o não idolatrara?
Se como Anjo sois dos meus altares,
Fôreis o meu custódio, e minha guarda,
Livrara eu de diabólicos azares.
Mas vejo, que tão bela, e tão galharda,
Posto que os Anjos nunca dão pesares,
Sois Anjo, que me tenta, e não me guarda.

Vocabulário
Uniformar: tornar uniforme, com uma só forma
Galharda: elegante

POESIA LÍRICO-RELIGIOSA
Características

- O autor está dividido entre pecado e virtude (sente culpa por pecar e busca a salvação)
- O autor vê o pecado como um erro humano, mas também, como a única forma de Deus cometer o ato do perdão.
- O eu-lírico, muitas vezes, se comporta como advogado que faz a própria defesa diante de Deus (para tal, usava, até mesmo, trechos da Bíblia)

TEXTO

Ao mesmo assunto e na Mesma Ocasião

Pequei Senhor: mas não porque hei pecado,
Da vossa Alta Piedade me despido:
Antes, quanto mais tenho delinqüido,
Vos tenho a perdoar mais empenhado.

Se basta a vos irar tanto pecado,
A abrandar-vos sobeja um só gemido:
Que a mesma culpa, que vos há ofendido,
Vos tem para o perdão lisonjeado.

Se uma ovelha perdida, já cobrada,
Glória tal, e prazer tão repentino
Vos deu, como afirmais na Sacra História,

Eu sou, Senhor, ovelha desgarrada;
Cobrai-a; e não queirais, Pastor Divino,
Perder na vossa ovelha a vossa glória

Vocabulário

Despido: despeço
Sobeja: sobra
Cobrada: recuperada

POESIA LÍRICO-FILOSOFICA
Características

-Pessimismo
-Angústia diante da vida
-Temas abordando o desconcerto do mundo e a instabilidade dos bens materiais

TEXTO
Moraliza o Poeta nos Ocidentes do Sol a Inconstância dos Bens do Mundo

Nasce o Sol, e não dura mais que um dia,
Depois da Luz se segue a noite escura,
Em tristes sombras morre a formosura,
Em contínuas tristezas a alegria.
Porém se acaba o Sol, por que nascia?
Se formosa a Luz é, por que não dura?
Como a beleza assim se transfigura?
Como o gosto da pena assim se fia?
Mas no Sol, e na Luz, falte a firmeza,
Na formosura não se dê constância,
E na alegria sinta-se tristeza.
Começa o mundo enfim pela ignorância,
E tem qualquer dos bens por natureza
A firmeza somente na inconstância.

Vocabulário:
Pena: dor, sofrimento

Gregório de Matos foi o maior nome do Barroco brasileiro. Casou-se e pouco tempo depois abandonou a mulher e a carreira de advogado para ser repentista no Recôncavo Baiano.
Em uma de suas sátiras ofendeu o governador da Bahia – Antonio Luis da Câmara Coutinho – e foi preso e exilado para Angola. Teve autorização para voltar para o país (mas não para a Bahia), foi para Recife e morreu em 1696.
Obras de Gregório de Matos
As obras de Gregório de Matos somente foram publicadas no século XX, entre 1923 e 1933, pela Academia Brasileira de Letras, em seis volumes:
I. Sacra Contém todos os poemas religiosos.
II. Lírica Contém todos os poemas lírico-amorosos.
III. Graciosa Contém poemas que exploram o humor.
IV e V. Satírica Contém todos os poemas que exploram a sátira.
VI. Última Contém poemas misturados.
Antônio Vieira
Nasceu em Lisboa, em 6 de fevereiro de 1608.
Morreu em Salvador, em 18 de julho de 1697.
Aos seis anos, veio para o Brasil; aos quinze, ingressou na Companhia de Jesus. Ordenou-se em 1634 e logo ganhou fama de pregador eloqüente e culto.
Em 1652, transferiu-se para o Maranhão, dedicando-se à catequese e à conversão dos gentios. Nove anos depois, regressando a Lisboa, é preso. Cassam-lhe o direito de pregar. 
Quando Portugal libertou-se da Espanha (1640), Vieira foi para a Metrópole e, por meio do seu talento, impressionou o monarca D. João IV, tornando-se pregador oficial da corte.
Quando foi libertado, seguiu para Roma, onde conseguiu anulação do processo e tornou-se orador oficial do salão literário da Rainha Cristina da Suécia.
Em 1681, retornou ao Brasil, dedicando-se à faina de redigir e polir seus sermões.

OBRAS DE ANTÔNIO VIEIRA
a) Sermões – Cerca de 200, entre os quais se destacam:
Sermão pelo Bonsucesso das Armas de Portugal contra as de Holanda
Sermão da Sexagésima
O sermão, dividido em dez partes, é conhecido por tratar da arte de pregar. Nele, Padre Antônio Vieira condena aqueles que apenas pregam a palavra de Deus de maneira vazia. Para ele, a palavra de Deus era como uma semente, que deveria ser semeada pelo pregador. Por fim, o padre chega à conclusão de que, se a palavra de Deus não dá frutos no plano terrreno a culpa é única e exclusivamente dos pregadores que não cumprem direito a sua função. Leia um trecho do sermão:
Ecce exiit qui seminat, seminare. Diz Cristo que "saiu o pregador evangélico a semear" a palavra divina. Bem parece este texto dos livros de Deus ão só faz menção do semear, mas também faz caso do sair: Exiit, porque no dia da messe hão-nos de medir a semeadura e hão-nos de contar os passos. (...) Entre os semeadores do Evangelho há uns que saem a semear, há outros que semeiam sem sair. Os que saem a semear são os que vão pregar à Índia, à China, ao Japão; os que semeiam sem sair, são os que se contentam com pregar na Pátria. Todos terão sua razão, mas tudo tem sua conta. Aos que têm a seara em casa, pagar-lhes-ão a semeadura; aos que vão buscar a seara tão longe, hão-lhes de medir a semeadura e hão-lhes de contar os passos. Ah Dia do Juízo! Ah pregadores! Os de cá, achar-vos-eis com mais paço; os de lá, com mais passos: Exiit seminare. (...) Ora, suposto que a conversão das almas por meio da pregação depende destes três concursos: de Deus, do pregador e do ouvinte, por qual deles devemos entender a falta? Por parte do ouvinte, ou por parte do pregador, ou por parte de Deus? (...)
Sermão de Santo Antônio (1654):
Também conhecido como "O Sermão dos Peixes", pois nele o padre usa a imagem dos peixes como símbolo para fazer uma crítica aos vícios dos colonos portugueses que se aproveitavam da condição dos índios para escravizá-los e sujeitá-los ao seu poder. Leia um trecho do sermão:
Vós, diz Cristo, Senhor nosso, falando com os pregadores, sois o sal da terra: e chama-lhes sal da terra, porque quer que façam na terra o que faz o sal. O efeito do sal é impedir a corrupção; mas quando a terra se vê tão corrupta como está a nossa, havendo tantos nela que têm ofício de sal, qual será, ou qual pode ser a causa desta corrupção? (...) Enfim, que havemos de pregar hoje aos peixes? Nunca pior auditório. Ao menos têm os peixes duas boas qualidades de ouvintes: ouvem e não falam. Uma só cousa pudera desconsolar o Pregador, que é serem gente os peixes que se não há-de converter. Mas esta dor é tão ordinária, que já pelo costume quase se não sente (...) Suposto isto, para que procedamos com clareza, dividirei, peixes, o vosso sermão em dois pontos: no primeiro louvar-vos-ei as vossas atitudes, no segundo repreender-vos-ei os vossos vícios. (...)  
Sermão da Primeira Dominga da Quaresma


Sermão XIV do Rosário (dedicado aos negros)
b) Cartas – Cerca de 500, de pouca importância literária.

RESUMO
O Barroco: século XVII
CONTEXTO HISTÓRICO
- Contrarreforma;
- Renascimento.
CARACTERÍSTICAS
- Conflito entre corpo e alma;
- Passagem do tempo;
- Cultismo e conceptismo;
- Figuras de linguagem.
PRINCIPAIS AUTORES
- Bento Teixeira;
- Gregório de Matos Guerra;
- Padre Antonio Vieira.

MANUEL BOTELHO DE OLIVEIRA

Nasceu na Bahia, em 1636; filho do Capitão da Infantaria Antônio Álvares de Oliveira.

Faleceu na Bahia, em 5 de janeiro de 1711.

Após os preparatórios, estudou jurisprudência em Coimbra, quando foi companheiro de Gregório de Matos.

Regressando à Bahia, dedicou-se durante anos à advocacia.

Foi vereador do Senado e da Câmara da Bahia. Recebeu o título de Fidalgo da Casa Real.

Casou-se com Antônia de Meneses; depois de enviuvar, casou-se com Filipa de Brito Freire.

Destacou-se na poesia barroca, ganhando fama de gongorista.

Era capaz de escrever com perícia em quatro idiomas (português, latim, italiano e espanhol), praticando várias formas de poesia: sonetos, madrigais, redondilhas, epigramas, oitavas, décimas.

Produziu um único livro: Música do Parnaso, publicado em 1705, em Lisboa. A obra foi impressa na oficina de Miguel Menescal, tipografia do Santo Ofício, sob licença das autoridades competentes. Ficou sendo, assim, o primeiro livro impresso de autor nascido no Brasil.

Foi contemporâneo de Gregório de Matos no curso de Direito, em Coimbra.

Dentro de Música do Parnaso, merece destaque o poemeto À Ilha da Maré – Termo Desta Cidade da Bahia, em que descreve um recanto da paisagem baiana, exalta o clima, as frutas, os animais, numa atitude que se pode chamar de nativista

Características do barroco

São características do Barroco literário: linguagem pomposa, imagens sutis e freqüentemente obscuras; musicalidade, descritivismo, exploração das possibilidades fonéticas da língua, objetivando salientar os contrastes conceituais; utilização do paradoxo, criando um estilo rebuscado, onde predominam os jogos de palavras, oposições e idéias abstratas; procura de imagens e sugestões fora da realidade; virtuosismo; amplo uso de alegorias, hipérboles, paralelismos, repetições, anáforas e antíteses; exacerbação dos sentimentos e gosto do requinte; estilo sentencioso e preocupação moralizante; ritmo sincopado e metáforas sinuosas, espiraladas, ligando imagens complexas, tais como as volutas que caracterizam o estilo barroco na arquitetura.





Os principais representantes do barroco em Portugal


O Barroco desenvolveu-se dentro de um período que alternava momentos de depressão e pessimismo com instantes de euforia e nacionalismo. É uma época de crise, turbulência e incertezas que serviu de inspiração para uma arte dinâmica, violenta, perturbada, diferente da clareza, do racionalismo e da serenidade desejados pelos clássicos.

É a arte do conflito, do contraste, do dilema, da contradição e da dúvida. Reflete o conflito entre a herança humanista, renascentista, racionalista e clássica do homem quinhentista (século XVI) e o espírito medieval, místico, religioso, exacerbado pela Contra-Reforma Católica. Expressa, na irregularidade de suas formas contrastantes, o conflito espiritual entre: fé e razão, teocentrismo e antropocentrismo, ceticismo e mundanismo, misticismo e sensualismo, céu e terra, alma e corpo, espírito e carne.

É expressão de um homem repartido entre forças e princípios rivais: esta vida e a outra vida; o mundo daqui e o de além; o natural e o sobrenatural. O corpo tenta a alma e quer queimá-la com a paixão; a alma castiga o corpo pecador, castiga-o com fogo porque quer purificá-lo e reduzi-lo a cinzas.

Desse espírito dualista decorrem: na Literatura, a sobrecarga de antíteses, paradoxos e oxímoros; na Pintura, o jogo de luz e sombra, de claros e escuros; na Escultura e na Arquitetura, a exacerbação dos contrastes alto-relevo e baixo-relevo, formas côncavas e convexas; na Música, os esquemas polifônicos geradores do contraponto e da fuga.

A produção seiscentista da Literatura Portuguesa privilegia como gêneros literários a poesia lírica, a oratória seca, o teatro de costumes, a prosa moralizante, a epistolografia e a historiografia.

Apesar dos extremos de preciosismo, de hermetismo, de afetação e de frivolidade que caracterizam a produção das academias poéticas de retórica (Academia dos singulares, Lisboa, 1628-1665; Academia dos Generosos, Lisboa, 1647 - 1717); apesar da esterilidade e do rebuscamento artificial dos poetas reunidos nas célebres antologias Fênix Renascida (Lisboa, 1716 – 1762) e Postilhão de Apolo (Lisboa, 1761 - 1762), o Barroco em Portugal deixou algumas contribuições importantes como o enriquecimento das possibilidades expressivas e impressivas da imagética (imagens, metáforas, símbolos, alegorias), a valorização de analogias sensoriais ainda não exploradas pela Arte, o aprofundamento dramático do sentimento da complexidade e do mundo interior e da análise racional desse mundo.


Barroco questões vestibular

1) (UNIV. CAXIAS DO SUL) Escolha a alternativa que completa de forma correta a frase abaixo: 

A linguagem ______, o paradoxo, ________ e o registro das impressões sensoriais são recursos lingüísticos presentes na poesia ________. 

a) simples; a antítese; parnasiana.
b) rebuscada; a antítese; barroca.
c) objetiva; a metáfora; simbolista.
d) subjetiva; o verso livre; romântica.
e) detalhada; o subjetivismo; simbolista. 

2) (VUNESP) 

      Ardor em firme coração nascido;
      pranto por belos olhos derramado;
      incêndio em mares de água disfarçado;
      rio de neve em fogo convertido:
      tu, que em um peito abrasas escondido;
      tu, que em um rosto corres desatado;
      quando fogo, em cristais aprisionado;
      quando crista, em chamas derretido.
      Se és fogo, como passas brandamente,
      se és fogo, como queimas com porfia?
      Mas ai, que andou Amor em ti prudente!
      Pois para temperar a tirania,
      como quis que aqui fosse a neve ardente,
      permitiu parecesse a chama fria. 

O texto pertencente a Gregório de Matos e apresenta todas seguintes características: 

a) Trocadilhos, predomínio de metonímias e de símiles, a dualidade temática da sensualidade e do refreamento, antíteses claras dispostas em ordem direta.
b) Sintaxe segundo a ordem lógica do Classicismo, a qual o autor buscava imitar, predomínio das metáforas e das antíteses, temática da fugacidade do tempo e da vida.
c) Dualidade temática da sensualidade e do refreamento, construção sintática por simétrica por simetrias sucessivas, predomínio figurativo das metáforas e pares antitéticos que tendem para o paradoxo.
d) Temática naturalista, assimetria total de construção, ordem direta predominando sobre a ordem inversa, imagens que prenunciam o Romantismo.
e) Verificação clássica, temática neoclássica, sintaxe preciosista evidente no uso das síntese, dos anacolutos e das alegorias, construção assimétrica. 

3)  (SANTA CASA) A preocupação com a brevidade da vida induz o poeta barroco a assumir uma atitude que: 

a) descrê da misericórdia divina e contesta os valores da religião;
b) desiste de lutar contra o tempo, menosprezando a mocidade e a beleza;
c) se deixa subjugar pelo desânimo e pela apatia dos céticos;
d) se revolta contra os insondáveis desígnios de Deus;
e) quer gozar ao máximo seus dias, enquanto a mocidade dura.

4) (UEL) Identifique a afirmação que se refere a Gregório de Matos: 

a) No seu esforço da criação a comédia brasileira, realiza um trabalho de crítica que encontra seguidores no Romantismo e mesmo no restante do século XIX.
b) Sua obra é uma síntese singular entre o passado e o presente: ainda tem os torneios verbais do Quinhentismo português, mas combina-os com a paixão das imagens pré-românticas.
c) Dos poetas arcádicos eminentes, foi sem dúvida o mais liberal, o que mais claramente manifestou as idéias da ilustração francesa.
d) Teve grande capacidade em fixar num lampejo os vícios, os ridículos, os desmandos do poder local, valendo-se para isso do engenho artificioso que caracteriza o estilo da época.
e) Sua famosa sátira à autoridade portuguesa na Minas do chamado ciclo do ouro é prova de que seus talento não se restringia ao lirismo amoroso.



5) (MACKENZIE-SP) Assinale a alternativa incorreta: 

a) Na obra de José de Anchieta, encontram-se poesias que seguem a tradição medieval e textos para teatro com clara intenção catequista.
b) A literatura informativa do Quinhentismo brasileiro empenha-se em fazer um levantamento da terra, daí ser predominantemente descritiva.
c) A literatura seiscentista reflete um dualismo:o ser humano dividido entre a matéria e o espírito, o pecado e o perdão.
d) O Barroco apresenta estados de alma expressos através de antíteses, paradoxos, interrogações.
e) O conceptismo caracteriza-se pela linguagem rebuscada, culta, extravagante, enquanto o cultismo é marcado pelo jogo de idéias, seguindo um raciocínio lógico, racionalista. 

6) (UFRN) A obra de Gregório de Matos — autor que se destaca na literatura barroca brasileira — compreende

a) poesia épico-amorosa e obras dramáticas.
b) poesia satírica e contos burlescos.
c) poesia lírica, de caráter religioso e amoroso, e poesia satírica.
d) poesia confessional e autos religiosos.
e) poesia lírica e teatro de costumes.

7) (Mackensie-SP) Assinale a alternativa incorreta:

a) Julgada em bloco, a literatura brasileira do quinhentismo é uma típica manifestação barroca.
b) Na poesia de Gregório de Matos, percebe-se o dualismo barroco: mistura de religiosidade e sensualismo, misticismo e erotismo, valores terrenos e aspirações espirituais.
c) A literatura no Brasil colonial é clássica, tendo nascido pela mão dos jesuítas, com uma intenção doutrinária.
d) Com António Vieira, a estética barroca atinge o seu ponto alto em prosa no Brasil.
e) Não se deve dizer que a literatura seiscentista brasileira seja inferior por ser barroca, mas sim que é uma literatura barroca de qualidade inferior, com exceções raras.

8) (UFRS) Considere as seguintes afirmações sobre o Barroco brasileiro:

I. A arte barroca caracteriza-se por apresentar dualidades, conflitos, paradoxos e contrastes, que convivem tensamente na unidade da obra.
II. O conceptismo e o cultismo, expressões da poesia barroca, apresentam um imaginário bucólico, sempre povoado de pastoras e ninfas.
III. A oposição entre Reforma e Contra--Reforma expressa, no plano religioso, os mesmos dilemas de que o Barroco se ocupa.

Quais estão corretas?
a. Apenas I.
b. Apenas II.
c. Apenas III.
d. Apenas l e III.
e. I, II e III.

9) (UFRS) Com relação ao Barroco brasileiro, assinale a alternativa incorreta.

a)Os Sermões, do padre António Vieira, elaborados numa linguagem conceptista, refletiram as preocupações do autor com problemas brasileiros da época,por exemplo, a escravidão.
b) Os conflitos éticos vividos pelo homem .do Barroco corresponderam, na forma literária ao uso exagerado de paradoxos e inversões sintáticas.
c) A poesia barroca foi a confirmação, no plano estético, dos preceitos renascentistas de harmonia e equilíbrio, vigentes na Europa no século XVI, que chegaram ao Brasil no século XVII, adaptados, então, à realidade nacional.
d) Um dos temas principais do Barroco é a efemeridade da vida, questão que foi tratada no dilema de viver o momento presente e, ao mesmo tempo, preocupar-se com a vida eterna.
e) A escultura barroca teve no Brasil o nome de António Francisco Lisboa, o Aleijadinho, que, no século XVII, elaborou uma arte de tema religioso com traços nacionais e populares, numa mescla representativa do Barroco.

10) (PUCC-SP)

“Que falta nesta cidade? Verdade”.
Que mais por sua desonra? Honra.
Falta mais que se lhe ponha? Vergonha.
O demo a viver se exponha,
Por mais que a fama a exalta,
Numa cidade onde falta
Verdade, honra, vergonha."

Pode-se reconhecer nos versos acima, de Gregório de Matos,

a) o caráter de jogo verbal próprio do estilo barroco, a serviço de uma crítica, em tom de sátira, do perfil moral da cidade da Bahia.
b) o caráter de jogo verbal próprio da poesia religiosa do século XVI, sustentando piedosa lamentação pela falta de fé do gentio.
c) o estilo pedagógico da poesia neoclássica, por meio da qual o poeta se investe das funções de um autêntico moralizador.
d) o caráter de jogo verbal próprio do estilo barroco, a serviço da expressão lírica do arrependimento do poeta pecador.
e) o estilo pedagógico da poesia neoclássica, sustentando em tom lírico as reflexões do poeta sobre o perfil moral da cidade da Bahia.


Texto para as questões 11 a 13

À INSTABILIDADE DAS COUSAS DO MUNDO

        Nasce o Sol, e não dura mais que um dia,
        Depois da Luz se segue a noite escura,
        Em tristes sombras morre a formosura,
        Em continuas tristezas a alegrias,

        Porém, se acaba o Sol, por que nascia?
        Se é tão formosa a Luz, por que não dura?
        Como a beleza assim se transfigura?
        Como o gosto, da pena assim se fia?

        Mas no Sol, e na Luz falte a firmeza,
        Na formosura não se dê constância,
        E na alegria, sinta-se triste.
        Começa o Mundo enfim pela ignorância
        A firmeza somente na inconstância.

11) No texto predominaram as imagens:

a) olfativas;
b) gustativas;
c) auditivas;
d) táteis;
e) visuais.

12) A idéia central do texto é:

a) a duração efêmera de todas as realidades do mundo;
b) a grandeza de Deus e a pequenez humana;
c) os contrastes da vida;
d) a falsidade das aparências;
e) a duração prolongada do sofrimento.


13) Qual é o elemento barroco mais característico da 1ª estrofe?

a) disposição antitética da frase;
b) cultismo;
c) estrutura bimembre;
d) concepção teocênctrica;
e) estrutura correlativa, disseminativa e recoletiva.

14) (PUC-SP) Identifique a autoria do texto seguinte:


A vós correndo vou, braços sagrados,
Nessa cruz sacrossanta descobertos,
Que, para receber-me, estais abertos,
E, por não castigar-me, estais cravados.

a) Antônio Vieira
b) Manuel Botelho de Oliveira
c) José de Anchieta
d) Gregório de Matos
e) Bento Teixeira

15) Julgue o que se afirma sobre a estética barroca.

a) ( ) O cultismo é um é um requinte formal que consiste em elaborar um intrincado jogo de palavras. No Brasil, Gregório de Matos faz uso desse recurso.
b) ( ) O conceptismo consiste em um jogo apurado de raciocínio lógico, por meio do qual o escritor barroco tenta mostrar a “veracidade” de seu ponto de vista. No Brasil, Antônio Vieira faz uso
desse recurso.
c) ( ) O livro que inaugurou o Barroco no Brasil foi Prosopopeia, poema épico de Manuel Botelho de Oliveira publicado em 1601.
d) ( ) A obra de Gregório de Matos, graças ao empenho da igreja católica, circulou pelas principais “ilhas culturais” do Brasil Colônia.



Gabarito:

1) B    2) C   3) E   4) D   5) E   6) C   7) A   8) D   9) C  10) A   11) E   12) A   13) A    14) D   
15) a(V) – b(V) – c(F) – d(F)
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