Na primeira metade do século 17, muitos bandeirantes paulistas andaram pelo Nordeste no encalço de índios para o trabalho na lavoura. Na segunda metade, prevaleceu o contrato desses sertanistas por parte das autoridades e dos grandes proprietários de terra para reprimir índios e negros rebelados.
Por volta de 1670, Domingos Jorge Velho estava no Nordeste, quando foi convidado por Francisco Garcia d'Ávila para acabar com os índios da região do rio São Francisco. O objetivo da missão era estabelecer estâncias de criação de gado naquela região.
Entre 1674 e 1680, o bandeirante acompanhou Domingos Afonso, conhecido como "Sertão", em uma expedição que percorreu o Piauí, o Maranhão e o Ceará, exterminando os índios que ainda não estavam submetidos ao homem branco. Foi a partir dessa expedição que começou a ocupação do Piauí, com colonos e gado que vieram depois, de Pernambuco e da Bahia.
Em 1685, João da Cunha Souto Maior, governador de Pernambuco, convocou Domingos Jorge Velho para destruir o quilombo de Palmares, no sertão de Alagoas, que já contava com mais de 50 mil habitantes. Em janeiro de 1694 com Domingos Jorge Velho no comando teve início a marcha das tropas para o serra da Barriga. Apesar da forte resistência, Palmares deixou de existir, com o massacre de seus defensores, mas o chefe dos quilombolas, Zumbi escapou ao cerco e ainda resistiu nas matas por mais um ano, até ser morto.
Dois anos mais tarde, o bispo de Pernambuco escrevia sobre o bandeirante: "Este homem é um dos maiores selvagens com que tenho topado (...) tendo sido sua vida, (...) até o presente, andar metido pelos matos à caça de índios, e de índias, estas para o exercício das suas torpezas, e aqueles para o granjeio de seus interesses".
Nenhum comentário:
Postar um comentário