José Alves Antunes Filho é um diretor de cinema brasileiro. Sempre a partir do autor, vem procurando novas formas estéticas de expressão teatral, ao mesmo tempo brasileiras e universais. Criou assim espetáculos que o projetaram internacionalmente, como Macunaíma, adaptação da obra-prima de Mário de Andrade, e que abriu caminhos a grandes intérpretes. Sua história confunde-se com a do moderno teatro brasileiro. Nascido no bairro da Bela Vista (SP) e filho de imigrantes portugueses, Antunes iniciou Direito no Largo São Francisco, abandonando o curso pelas Artes Dramáticas. Começou dirigindo grupos amadores, ao mesmo tempo que o empresário Franco Zampari fundava, em 1948, o Teatro Brasileiro de Comédia (TBC).
Com a chegada da televisão, montou peças para a série Tele-Teatro, como O Urso, de Tchecov (1950). Aos 23 anos, foi convidado por Décio de Almeida Prado a trabalhar como assistente de direção no TBC. No meio de diretores como Ziembinski, aprendeu a disciplina e a técnica. Estreou como diretor em 1953, com a peça Week-End, de Noël Coward.
Em 1958, dirigiu O Diário de Anne Frank, de Francis Goodrich e Albert Hackett. Aplaudida durante meia hora pelo público, a peça consagrou-o. Durante o regime militar mergulhou no universo rural com Vereda da Salvação (1964), de Jorge Andrade, causando polêmica. Em 1978, veio Macunaíma, o primeiro espetáculo brasileiro a obter efetiva consagração internacional, percorrendo cerca de 20 países. No Centro de Pesquisas Teatrais (CPT), criado em 1982, montou, entre outras, A Hora e a Vez de Augusto Matraga (1986), Paraíso Zona Norte (1990), Novas e Velhas Estórias (1991), Macbeth – O Trono de Sangue (1992), Gilgamesh (1995) e Drácula e outros Vampiros. Em 1999, depois de inúmeras tentativas, montou uma tragédia grega: Fragmentos Troianos (1999), adaptação de As Troianas, de Eurípedes, com estréia no Festival de Istambul, na Turquia.
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