sábado, 2 de fevereiro de 2013

Peixes resumo


Peixes

Os peixes são animais vertebrados aquáticos que vivem nos rios, oceanos e lagos. Apareceram em nosso planeta há 45 milhões de anos atrás, muito antes da espécie humana. Atualmente, existem mais de 28 mil espécies catalogadas.

A respiração dos peixes é bem diferente da humana. Eles respiram fazendo a água passar pela boca e, em seguida, até as guelras (brânquias), onde o oxigênio é retirado da água.

Os peixes possuem uma visão de curta distância, embora enxerguem em todas as direções. Não conseguem ouvir muito bem, porém possuem partes sensíveis no corpo que lhes permitem perceber o que está ocorrendo nas proximidades. O sangue dos peixes, ao contrário do nosso, é frio.

O corpo da maioria dos peixes é coberto por escamas e, para se movimentarem, utilizam as barbatanas (nadadeiras).

Características que favorecem a vida na água


Os peixes apresentam várias características que favorecem o desempenho de suas atividades no ambiente em que vivem. Entre elas, destacam-se:


  • corpo com formato, em geral, hidrodinâmico, isto é, achatado lateralmente e alongado, o que favorece seu deslocamento na água;
  • presença de nadadeiras, estruturas de locomoção que, quanto à localização, podem ser peitorais, ventrais, dorsais, caudais e anais;
  • corpo geralmente recoberto por escamas lisas, cuja organização diminui o atrito com a água enquanto o animal se desloca; além disso , a pele é dotada de glândulas produtoras de muco, o que também contribui para diminuir o atrito com a água;
  • musculatura do tronco segmentada, o que permite a realização de movimentos ondulatórios.
A temperatura corporal

Os peixes são animais pecilotérmicos. Isso significa que a temperatura do seu corpo varia de acordo com a do ambiente. A temperatura do corpo dos peixes em geral mantém-se mais ou menos próxima à temperatura ambiental.

Alimentação e digestão dos peixes

Alguns peixes são herbívoros, alimentando-se principalmente de algas. Outros são carnívoros, e alimentam-se de outros peixes e de animais diversos, como moluscos e crustáceos.

Nas zonas abissais - os grandes abismos oceânicos, destituídos de luz -, onde os seres fotossintetizantes não sobrevivem, há muitos peixes detritívoros, que se alimentam de restos orgânicos oriundos da superfície iluminada, e também peixes carnívoros.

Nos peixes, o alimento é ingerido pela boca e sofre um inicio de uma trituração no esófago. A trituração dos alimentos é feita essencialmente no estômago e, em muitas espécies, em divertículos em forma de dedo. Estes divertículos começam a ativar as enzimas digestivas e começam a absorção dos nutrientes.

Órgãos como o fígado e o pâncreas dispõem de novas enzimas digestivas à medida que o alimento viaja pelo tubo digestivo. Os intestinos completam o processo de digestão e de absorção dos nutrientes. Os peixes comem plantas e outros organismos.

Respiração e circulação dos peixes

A maioria dos peixes respira por meio de brânquias, também conhecidas como guelras. A água entra continuamente pela boca do peixe, banha as brânquias e sai pelas aberturas existentes de cada lado da cabeça.

Nas brânquias, onde existem muitos vasos sanguíneos, o gás oxigênio dissolvido na água passa para o sangue. Ao mesmo tempo, o gás carbônico que se forma no organismo do animal e que está no sangue passa para a água, sendo eliminado do corpo.

O coração dos peixes tem duas cavidades um átrio e um ventrículo - e por ele circula apenas sangue não-oxigenado. Depois de passar pelo coração, o sangue não oxigenado vai para uma artéria e dai para as brânquias, onde recebe gás oxigênio. A seguir, esse sangue, agora oxigenado, é distribuído para todos os órgãos do corpo do animal.


Reprodução dos peixes

A reprodução dos peixes acontece com a desova. A fêmea põe ovos em grande quantidade. Estes ovos ficam agrupados formando uma espécie de gelatina. Eles são abandonados e, caso não sejam devorados por outros peixes, irão se desenvolver sozinhos. 


LOCOMOÇÃO

A locomoção dos peixes é feita a partir dos movimentos de suas nadadeiras. Geralmente existem nadadeiras pares peitorais e pélvicas, uma ou duas nadadeiras dorsais medianas ímpares, uma nadadeira anal ventral mediana e uma nadadeira caudal. 

Classificação dos peixes

De acordo com a estrutura física, podemos classificar os peixes em dois tipos:

Peixes ósseos


Os peixes ósseos são abundantes tanto em água salgada (tainhas, robalos, cavalos-marinhos, pescadas, etc.) como em água doce (lambaris, dourados, pintados, pacus, acarás-bandeiras, etc.).

Vamos considerar algumas características dos peixes ósseos:


  • esqueleto predominantemente ósseo;
  • presença de quatro pares de fendas branquiais e ausência de espiráculo, brânquias protegidas por uma estrutura denominada opérculo;
  • boca localizada na região anterior e intestino terminado no ânus, não há cloaca;
  • presença, em muitas espécies, de uma vesícula armazenadora de gases chamada bexiga natatória ou vesícula gasosa.

Ausente nos peixes cartilaginosos, a bexiga natatória - que pode aumentar e diminuir de volume de acordo com a profundidade em que o peixe se encontra - favorece a flutuação e, com isso, permite ao animal economizar energia, já que ele pode permanecer mais ou menos estável numa determinada profundidade sem que para isso necessite de grande esforço muscular para a natação.


O coração dos peixes ósseos possui um átrio e um ventrículo, com circulação simples e venosa. Excretam ureia e/ou amônia, com o rim auxiliando neste sentido. Possuem encéfalo com cerebelo bem desenvolvido, olhos bem desenvolvidos, sacos olfativos e ouvido interno. Apresentam linha lateral. São, geralmente, dioicos, sendo que a maioria fecunda seus gametas externamente.


Peixes Cartilaginosos


O esqueleto dos peixes cartilaginosos é composto de cartilagem. Possuem mandíbulas móveis, são predadores e todos são marinhos. A pele destes peixes é rija, coberta por escamas placoides e glândulas mucosas, possuem várias nadadeiras. A boca é na região ventral, com muitos dentes. A narina termina em fundo cego, tendo apenas função olfativa. O coração é formado por duas câmaras: 1 átrio e 1 ventrículo. Respiram por brânquias, possuem ouvido, os rins são do tipo mesonéfrico, são ectotérmicos, a principal excreta nitrogenada é ureia. São dioicos  com fecundação interna, podendo ser ovíparos ou ovovivíparos.
Normalmente, os condrictes apresentam de 5 a 7 pares de fendas branquiais, dependendo do gênero e da espécie. As quimeras, ao invés de fendas branquiais, possuem opérculo (só tem um par de fendas branquiais). Possui uma cauda fina e longa (cauda heterocerca) e a nadadeira peitoral é muito desenvolvida. Esta nadadeira promove a natação através do movimento na forma de “remo”. As quimeras são encontradas a partir de 80 metros de profundidade.
Existem cerca de 900 espécies descritas de peixes cartilaginosos.
A presença da mandíbula permitiu que a alimentação destes animais fosse mais variada. Também houve alterações no comportamento sexual. Nos condríctes mais primitivos só existiam nadadeiras ímpares (caudal, anal e dorsal). Os mais evoluídos apresentam, além das ímpares, nadadeiras pares (peitoral e pélvica).
Nos tubarões, as fendas branquiais estão localizadas lateralmente. Nas raias, as brânquias se localizam na porção ventral do corpo.










 A circulação desses animais é fechada, o coração possui 1 átrio e 1 ventrículo, sendo todo o sangue venoso.

A respiração é branquial. A  água entra pela boca e passa pelas brânquias, que são formadas por vários filamentos delgados e paralelos, que contém vários capilares, onde ocorrem as trocas gasosas.

Quanto à reprodução são dioicos. O órgão copulador é chamado clásper, e se encontra na face interna da nadadeira pélvica. É um órgão rígido que é introduzido na cloaca da fêmea. Após ter sido fecundado, o óvulo passa para o oviduto e é envolvido por albúmen. No final do oviduto o ovo é recoberto pela casca.

Todos os condreíctes possuem fecundação interna. Existem espécies ovíparas, ovovivíparas e vivíparas.



Cláspers


NITRIFICAÇÃO E A "SÍNDROME DO AQUÁRIO NOVO"

O excesso de nitrogênio ingerido pela maioria dos peixes com nadadeiras raiadas é excretado na forma de amônia por difusão pelas guelras e urina junto com grande quantidade de água. Para garantir esta excreção sem desidratar o peixe necessita ingerir um grande volume de água. Quando a espécie de peixe é de água doce, não haverá nenhum problema, mas quando pertence a uma espécie de água marinha, a ingestão de água salgada pode saturar o meio interno de eletrólitos. As espécies de peixes mais antigas, como os tubarões, que sempre permaneceram na água marinha, desenvolveram um artifício para manterem sua homeostase: no fígado a amônia tóxica é combinada com dióxido de carbono e transformada em ureia. A ureia  que não é tóxica pode ser acumulada no organismo, aumentando sua carga iônica, e evitando a entrada de eletrólitos do meio aquático, sendo posteriormente excretada pelos rins.

A amônia liberada pelos peixes fica no meio aquático, e quando acumulada, pode intoxica-los. O processo natural de eliminação desta amônia chama-se nitrificação. A nitrificação é um processo microbiano, no qual a amônia é convertida a nitrato, em um processo de duas etapas. Espécies bacterianas do gênero Nitrossômonas oxidam a amônia (sob a forma do íon amoníaco, NH4+) a nitrito (NO2), e as espécies de Nitrobacter oxidam o nitrito a nitrato (NO3). A nitrificação é um processo natural, de ocorrência constante no solo e na água, como parte principal do ciclo do nitrogênio. A amônia constitui 80% dos produtos nitrogenados de excreção do peixe. A nitrificação é o mais eficiente método de remoção da amônia (altamente tóxica) do ambiente do peixe. Em um aquário estabilizado ou "condicionado", as bactérias nitrificantes podem oxidar a amônia a nitrito e nitrato tão eficientemente que mesmo em caso de densidade populacionais muito elevadas, os níveis de amônia e nitrito permanecem extremamente baixos. As concentrações de nitrato, entretanto, irão aumentar regularmente no ecossistema relativamente artificial que é o aquário, pois não poderá haver plantas suficientes no ambiente, de modo que todo o nitrato produzido seja utilizado. Este não é, entretanto, um problema da maior monta, pois o nitrato é não-tóxico para os peixes; concentrações de até 4.000 ppm não os afetarão. As concentrações apreciáveis de nitrato no aquário irá acarretar o indesejável efeito colateral de estimular o crescimento de algas. As concentrações de nitrato são facilmente controladas pela mudança de aproximadamente 25% da água do aquário, a cada 3-4 semanas.

A "síndrome do aquário novo" é provavelmente responsável por uma mortandade mais elevada de peixes tropicais, a cada ano, que qualquer doença infecciosa isolada. Esta sindrome ocorre quando demasiada quantidade de peixes é colocado em um aquário não condicionado. O aquário, nessas condições, não possui um número significativo de bactérias nitrificantes para oxidar a amônia tão rapidamente quanto a sua excreção pelo peixe. Quando isto acontece, a concentração de amônia rapidamente aumenta, podendo matar os peixes. Nos peixes intoxicados pela amônia exibem sinais de hipóxia, observando-se a hiperplasia e fusão das lamelas branquiais, resultando em deficiência respiratória.

Os níveis elevados de amônia estimulam, então, o crescimento de certas espécies de Nitrossômonas  que rapidamente oxidam NH4 em nitrito. Esse metabólito, por sua vez, é também extremamente tóxico (1ppm) para os peixes; provavelmente terminará por extinguir todos os peixes remanescentes no aquário. O mecanismo de intoxicação por nitritos é similar ao do monóxido de carbono, ligando-se à hemoglobina e, uma vez combinados, impedem o transporte de oxigênio. Assim, os peixes intoxicados por nitritos exibem sinais de carência de oxigênio, vindo finalmente a morrer por asfixia. As altas concentrações de nitrito estimulam o crescimento de espécies de bactéria Nitrobacter, que passa a oxidar o nitrito a nitrato. Neste ponto, o aquário estará condicionado, e deverá facilmente suportar muitos peixes. O tempo decorrente entre o momento em que os peixes são colocados em um aquário não condicionado, e o início da mortalidade pela "sindrome do aquário novo" varia diretamente com a velocidade de produção de amônia, que por seu turno, é determinado pelo número e tamanho dos peixes, sendo geralmente entre 2 a 4 semanas após a montagem do aquário.

O tratamento pode ser feita pela troca de 25% da água do aquário diariamente, até que o processo de nitrificação tenha se estabelecido. Esse procedimento irá efetivamente diluir os agentes tóxicos, causando uma acentuada melhoria na condição dos peixes. A prevenção pode ser alcançada por três métodos simples:

Introdução lenta e gradual de peixes em um novo aquário. Esse método manterá baixos os picos de concentração da amônia e nitrito, dentro dos limites de tolerância dos peixes.

Colocação de algumas pedras do fundo de um aquário bem condicionado, e livre de doenças, no novo aquário. As bactérias nitrificantes aderem à superfície das pedras, e o procedimento irá, essencialmente, inocular os nitrificantes no aquário. Os peixes, todavia, deverão ainda ser introduzidos cuidadosamente.

Estimulação artificial do processo de condicionamento pela adição de sais de amônia e nitrito ao novo aquário. Haverá, em conseqüência, estimulação para o crescimento de bactérias nitrificantes. Pela monitoração das concentrações de amônia, nitrito e nitrato, pode-se determinar quando o aquário estará condicionado e apto a receber os peixes.

questões sobre peixes

1) (USP) As escamas dos peixes cartilaginosos (tubarão) são homólogas:

a) às escamas dos outros peixes;
b) aos dentes dos outros cordados;
c) aos pelos dos mamíferos;
d) às escamas dos répteis;
e) às penas das aves.

2) (PUCC) Os peixes marinhos sempre absorvem água e sal em quantidade. O excesso de sais é excretado:

a) pela pele;
b) pelas brânquias;
c) pelos rins;
d) pelo intestino;
e) pelo ânus.
3) (PUC) No coração dos peixes teleósteos adultos:

a) circulam, separadamente, sangue arterial e venoso;
b) circula só sangue venoso;
c) circula só sangue arterial;
d) misturam-se sangue venoso e arterial;
e) no átrio passa sangue venoso e no ventrículo sangue arterial.
4) (FATEC) Nos peixes cartilaginosos encontramos a tiflosolis, dobra intestinal também encontrada em:

a) poríferos
b) platielmintes
c) asquielmintes
d) anelídeos
e) moluscos
5) (UMC) Todos os animais abaixo pertencem à fauna ictiológica brasileira, exceto:

a) peixe-espada
b) cavalo-marinho
c) pirambóia
d) pirarucu
e) peixe-boi
6) (SANTA CASA) A principal estrutura responsável pela propulsão dos peixes é:

a) bexiga natatória;
b) nadadeira peitoral;
c) nadadeira dorsal;
d) nadadeira ventral;
e) nadadeira caudal.
7) (UBERABA) Peixes que migram da água doce para o mar para desovar são:

a) dóldromos
b) catádromos
c) saládromos
d) anádromos
e) pinóticos
8) São órgãos homólogos:
a) nadadeiras de peixes e parápodes de poliquetas;
b) nadadeiras anteriores de uma baleia e asa de morcego;
c) brânquias de camarão e brânquias de peixes;
d) nadadeiras peitorais de peixes e braços de polvo;
e) asas de aves e asas de insetos.


9) (UFRN - RN). Na maioria dos peixes ósseos o órgão responsável pela manutenção do equilíbrio hidrostático com o meio é denominado:
a) bexiga natatória 
b) nadadeira caudal
c) clásper
d) brânquias
e) linha lateral


10) (UFJF - MG). Indique qual das características abaixo não corresponde aos peixes:
a) circulação fechada e coração com duas cavidades fundamentais 
b) sangue com hemácias bicôncavas e anucleadas
c) temperatura corporal variável (pecilotermia)
d) ocorrência de respiração pulmonar em algumas espécies
e) intestino com válvula em espiral em determinada classe
11) (F. C. Chagas - BA). Na maioria dos peixes, as narinas são fechadas em fundo de saco, atuando apenas na percepção do olfato. Num grupo de peixes entretanto, as narinas se abrem para o interior da faringe. Isto ocorre com: 
a) dipnóicos e crossopterígios (coanícties) 
b) todos os peixes ósseos (osteícties)
c) os peixes cartilaginosos (condrícties)
d) os holocéfalos apenas
e) peixes marinhos apenas
12) Em que se distinguem estruturalmente as escamas placóides do tubarão das escamas ciclóides ou ctenóides dos osteícties?


Gabarito:

1) B 2) B 3) B 4) D 5) E 6) E 7) B 8) B 9) A 10) B 11) A
12) As escamas placóides têm uma estrutura semelhante à de um dente, inclusive com esmalte, dentina e polpa. As escamas dos osteícties não têm essa estrutura e se mostram recobertas pela epiderme.












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