sábado, 19 de abril de 2014

Biografia e obras de Oscar Wilde



Oscar Fingall O'Flahertie Wills Wilde (Dublin, 16 de outubro de 1854 — Paris, 30 de novembro de 1900) foi um dos maiores escritores de língua inglesa do século 19, tornou-se célebre pela sua obra e pela sua personalidade. Sofisticado, inteligente, dândi, adepto do esteticismo (da "arte pela arte"), escreveu contos ("O Crime de Lord Arthur Saville"), teatro ("O Leque de Lady Windermere"), ensaios ("A alma do homem sob o socialismo"), e romances ("O Retrato de Dorian Gray").

Oscar Wilde era filho de um médico, Sir William Wilde e de uma escritora, Jane Francesca Elgee, defensora do movimento da Independência Irlandesa. Desde criança Oscar Wilde esteve sempre rodeado por grandes intelectuais. Criado no protestantismo, destacou-se nos estudos das obras clássicas gregas e no conhecimento dos idiomas.

Estudou na Portora Royal School de Enniskillen e no Trinity College de Dublin, onde se sobressaiu como latinista e helenista. Ganhou depois uma bolsa de estudos para o Magdalen College de Oxford.
Wilde saiu de Oxford em 1878. Um pouco antes havia ganhado o prêmio "Newdigate" com o poema "Ravenna". Passou a morar em Londres e começou a ter uma vida social bastante agitada, sendo logo caracterizado pelas atitudes extravagantes.

Em 1882, foi convidado para ir aos Estados Unidos para falar sobre o seu recém criado Movimento Estético, com as idéias de renovação moral. Defendia o "belo" como única solução contra tudo o que considerava denegrir a sociedade. Esse movimento visava transformar o tradicionalismo na época Vitoriana, dando um tom de vanguarda às artes.

No ano seguinte foi para Paris, e, no contato com o mundo literário francês, seu movimento acabou por enfraquecer-se. Em seguida, retornou para a Inglaterra, onde se casou com Constance Lloyd , filha de um rico advogado de Dublin, e foi morar em Chelsea, um bairro de artistas. O casal teve dois filhos, mas mesmo após o casamento, Oscar continuou freqüentando todas as rodas literárias, espalhando glamour e comentários nos eventos sociais em que comparecia, sempre elegante e extravagante.

Em 1880 lançou "Vera", um texto teatral bem sucedido. Chegou a ter três peças em cartaz simultaneamente nos teatros ingleses.Em seguida publicou uma coletânea de poemas. Em 1887 e 1888, seu período mais produtivo, lançou vários contos e novelas, como "O Príncipe Feliz", "O Fantasma de Canterville" e outras histórias.

Em 1891, lançou sua obra prima, "O Retrato de Dorian Gray", que retrata a decadência moral humana. No entanto, no seu apogeu literário, começaram a surgir os problemas pessoais. O que antes eram boatos quanto a uma suposta vida irregular, passaram a se concretizar, dando início á decadência pessoal do escritor. Apareceram rumores sobre seu homossexualismo, (severamente condenado por lei na Inglaterra), que não puderam mais serem negados. Oscar se envolveu com Lord Alfred Douglas (ou Bosie), filho do Marquês de Queensberry, que sabendo do relacionamento, enviou uma carta a Oscar Wilde, no Albermale Club, onde o ofendia e recriminava já no sobrescrito: "A Oscar Wilde, conhecido Sodomita".

O escritor decidiu processar o Marquês por difamação. Depois tentou desistir do processo, mas era tarde demais e as provas da sua vida sexual desregrada começam a aparecer. Um novo processo contra ele foi instaurado. Sua fama começou a desmoronar. Suas obras e livros foram recolhidos e suas comédias retiradas de cartaz. O que lhe restava foi leiloado para as despesas do processo judicial. Acabou passando dois anos na prisão, que lhe renderam obras comoventes como "A Balada do Cárcere de Reading" (1898) e "De Profundis", uma longa carta ao Lord Douglas.

Ao sair da prisão, retirou-se para Paris, onde adotou o pseudônimo de Sebastian Melmouth e onde passou o resto dos seus dias, em hotéis baratos, embriagando-se com absinto.

Oscar Wilde morreu de um violento ataque de meningite (agravado pelo álcool e pela sífilis) às 9h50 do dia 30 de novembro de 1900.1

Em seu leito de morte Oscar Wilde foi aceito pela Igreja Católica Romana e Robert Ross, em sua carta para More Adey (datada de 14 de Dezembro de 1900), disse: Ele estava consciente de que havia pessoas presentes, e levantou sua mão quando pedi, mostrando entendimento. Ele apertou nossas mãos. Eu então fui enviado em busca de um padre, e depois de grande dificuldade encontrei o Padre Cuthbert Dunne, que foi comigo e administrou o Batismo e a Extrema Unção — Oscar não pode tomar a Eucaristia.
Wilde foi enterrado no Cemitério de Bagneux fora de Paris, porém mais tarde foi movido para o Cemitério de Père Lachaise em Paris. Sua tumba em Père Lachaise foi feita pelo escultor Sir Jacob Epstein, à requisição de Robert Ross, que também pediu um pequeno compartimento para seus próprios restos. Seus restos foram transferidos para a tumba em 1950.

Principais obras de Oscar Wilde

A antologia começa com o clássico O retrato de Dorian Gray, único romance que escreveu, que narra a intrigante história do jovem que faz um pacto com o destino em troca de não sofrer as marcas do tempo. Em seguida, o leitor irá se envolver com a tragédia de Salomé, peça de teatro representada por Sarah Bernhardt (grande diva do teatro europeu), onde as paixões violentas vão se vestir de contornos bíblicos e míticos. Outra peça presente no livro é Um marido ideal, comédia de costumes que fez de Wilde um dos grandes dramaturgos de sua época. A ação se passa nas 24 horas em que Sir Robert Chiltern, cidadão exemplar, recebe duas notícias: sua nomeação para um alto posto do governo e a ameaça da Sra. Cheveley, disposta a revelar um segredo pouco recomendável do passado daquele homem tido como ideal. 

Além de dois de seus contos mais notáveis, O crime de Lord Arthur Saville e O fantasma de Canterville, também integram o livro os poemas em prosa de Wilde e algumas de suas frases e aforismos, às vezes saídos de sua própria boca, outras da de seus personagens que o tornaram célebre. 
Ao percorrer esta excepcional seleção, o leitor vai perceber como a obra de Oscar Wilde permanece atual. 

Segundo o próprio escritor, devemos tratar todas as coisas triviais muito seriamente e todas as coisas sérias da vida com sincera e estudada trivialidade. Cem anos depois de sua morte, esta filosofia sobrevive em nosso mundo centrado na imagem, na celebridade e na ostentação. De acordo com o jornalista Paulo Roberto Pires, autor da introdução do livro, a importância de ser Wilde permanece na necessidade de lembrar que, mais do que nunca, vivemos os dias em que o grave aparece como frívolo e o efêmero ganha o peso da gravidade.

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