quinta-feira, 29 de maio de 2014

Biografia e obras de Pietro Aretino



Pietro Aretino (Arezzo, Itália, 20 de abril de 1492 - Veneza, Itália, 21 de outubro de 1556), escritor, poeta e dramaturgo italiano. Autor de "Diálogo das Prostitutas" e do livro "Sonetos Luxuriosos". Conhecido no seu tempo pelo nome de "secretário do mundo".

Famoso por suas violentas críticas aos grandes da época, aos artistas e aos religiosos, Aretino granjeou inimigos que chegaram a ameaçá-lo de morte. Viveu principalmente em Veneza, na Itália.

De família humilde da província - seu pai era sapateiro -, não teve formação clássica e, mesmo depois de enriquecido pelas chantagens contra os poderosos, que temiam a agressividade de seus escritos, fez questão de permanecer avesso às convenções classicistas, ao petrarquismo (movimento literário que sofreu a influência do poeta Francesco Petrarca), ao moralismo e a todos os mitos que sustentavam as concepções literárias de sua época.

Aretino tornou-se famoso através dos tempos por seus escritos pornográficos, sobretudo as obras As argumentações, Capítulos e Sonetos luxuriosos (estes últimos, admiravelmente traduzidos no Brasil por José Paulo Paes).

Porém, o escritor é muito mais importante como jornalista. Suas críticas mordazes e às vezes caluniosas eram divulgadas, numa época em que não existiam periódicos, no Pasquino, em Roma, e em Das Letras, distribuídas em volantes.

A independência de Aretino, que dispensava a proteção dos ricos, manifestou-se também na literatura. Enquanto os comediógrafos contemporâneos imitavam Plauto, Aretino soube ser original, utilizando uma linguagem popular oposta à linguagem retórica.

Morreu, em 1556, com um tesouro acumulado que se estima ter ultrapassado o milhão de florins.

Fecundo epistológrafo

Na prosa, Aretino substituiu a metáfora petrarquista por expressões menos convencionais e mais vivas. São humanas e naturais as suas descrições de paisagens, por exemplo a do crepúsculo sobre o canal Grande em Veneza.

Na tragédia Orazia, embora não tenha conseguido criar uma grande obra, atingiu originalidade inexistente em outros autores do teatro italiano quinhentista.

Segundo o que afirma José Paulo Paes, dando a si mesmo o título de O Flagelo dos Príncipes, Aretino exerceu sua atividade de chantagista sobretudo através das cartas que constantemente trocava com quase todas as personalidades da época. Foi, sem comparação, o mais fecundo epistológrafo da literatura italiana, onde praticamente inaugurou o gênero ao publicar, ainda em vida, seis volumes de suas Cartas.

Em sua obra, Aretino pinta um retrato excepcionalmente vivo da sociedade italiana da Renascença, desvendando-lhe a intimidade com uma incontinência de linguagem e um grau de realismo ao qual não chegara Giovanni Boccaccio, seu modelo evidente.

Obras de Pietro Aretino

Comédias

Maresclaco
Cortigiana
Ipocrito
Talanta
Filosofo

Tragédias

L'Orazia
Le lettere
Pasquinate per il conclave di Adriano VI

Sonetti lussuriosi

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