quinta-feira, 12 de junho de 2014

Biografia e obras de Raymond Aron


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Raymond Aron foi um filósofo, sociólogo e comentarista político francês. Aron nasceu em 1905 em Paris, e foi filho de uma família burguesa e judia da Lorena. Recebeu seu doutorado em filosofia da história em 1930. Como professor na Universidade de Colônia, na Alemanha, ele assistiu à ascensão do nazismo. Quando a Segunda Guerra Mundial começou, em 1939, era professor de filosofia social na Universidade de Toulouse e alistou-se na Força Aérea Francesa.

Quando a França foi ocupada, Aron foi para Londres, na Inglaterra, onde se juntou às forças do General de Gaulle e editou, de 1940 a 1944, o jornal do movimento de resistência, "France Libre". No fim da guerra, em 1945, ele voltou para Paris, trabalhando como professor de sociologia. 

Em Julho de 1950 a sua filha Laurence nasce com síndrome de Down e em Dezembro do mesmo ano a segunda filha, entretanto nascida em Londres, Emanuelle, com seis anos, morre de leucemia três semanas após o diagnóstico. São duas tragédias que o afectam profundamente. A breve passagem pela política activa, da qual está então já “literalmente saturado”, adiou contudo dez anos o ingresso na Sorbonne, onde é aceite somente em 1955 e ministra os seus cursos mais famosos, depois editados em livro, sobre a sociedade industrial, a luta de classes, os regimes políticos, as relações internacionais e ainda a história da sociologia, até que renuncia no fim de 1967.

Aron tomou partido contrário ao movimento estudantil que repercutiu pelo mundo, questionando os valores tradicionais, valorizando as drogas e reivindicando liberdade política e sexual. Os jovens pretendiam criar uma nova ordem, um novo começo na política, na cultura e nas relações pessoais.

O humanismo e liberalismo de Raymond Aron faziam contraponto ao existencialismo marxista de outro intelectual francês de sua época, Jean-Paul Sartre. Em "O ópio dos intelectuais", de 1955, o sociólogo criticou o conformismo de esquerda e as tendências totalitárias dos regimes marxistas.

Em outra obra, "A República Imperial: Os Estados Unidos e o Mundo, 1945-1973", de 1973, ele atacou a hostilidade da esquerda francesa, segundo ele obsessiva, contra os Estados Unidos. As questões de violência e conflito entre os Estados foram um tema presente em seus artigos e livros.

A partir da observação da realidade de sua época, o filósofo tentou explicar a atração exercida pelo marxismo sobre muitos intelectuais europeus, com quem entrou em conflito. Para Aron, a doutrina de Marx para a sociedade, a economia e a política parecia divorciada da evolução econômica e social do mundo ocidental.

Foi um colunista influente do jornal "Le Figaro" e do semanário "L'Express", onde escreveu até sua morte. Depois de mais de vinte anos de sua morte, ocorrida em 1983, a vasta e eclética obra de Aron continua a cada dia mais viva e atual.

Principais obras de Raymond Aron

- Raymond Aron, Paz e Guerra: Uma Teoria de Relações Nacionais
- Raymond Aron, O ópio dos intelectuais (1955) - Livro dedicado ao Marxismo
- Raymond Aron, Prefacio da traducao da obra O Principe de Nicolau Maquiavel - Brasil (1962)
- Raymond Aron, Três Testes da Era Industrial (1966)
- Raymond Aron, As etapas do pensamento sociológico (1967)
- Raymond Aron, O Marxismo de Marx, (1962)
- Raymond Aron, 18 lições sobre a Sociedade Industrial (1964)

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