De acordo com o Ministério da Saúde, os olhos, assim como a pele, são órgãos que ficam expostos e também sofrem com as mudanças climáticas. O calor e o tempo seco podem provocar sensações desconfortáveis, como vermelhidão e irritação. Entretanto, o uso de qualquer tipo de colírio, mesmo que com o objetivo de lubrificar os olhos, não é recomendado sem uma orientação médica.
O médico oftalmologista Álvio Isao Shiguematsu alerta que o uso indiscriminado de colírios, vendidos sem receita e em qualquer farmácia, pode levar à cegueira total ou baixar a visão em decorrência do desenvolvimento de glaucoma, especialmente quando esses produtos são à base de corticoide. “Sabemos que existem colírios que podem realmente ser muito prejudiciais para os olhos. Infelizmente, muitos desses produtos têm a venda livre na farmácia. Os colírios com corticoide, com corticosteroides, que é um tipo de hormônio sintético, causam uma série de alterações nos olhos, podendo levar ao aumento de pressão nos olhos e, com isso, induzir a um glaucoma”, explica.
Ele destaca que outros colírios, como os antibióticos, que têm a sua venda restrita, também podem ser prejudiciais. “Os colírios contendo vasoconstritores, tradicionalmente usados pelas pessoas para deixar os olhos mais claros, também podem causar uma vermelhidão excessiva, mas os que contêm corticoide são muito perigosos”, alerta o médico.
O especialista ressalta que o glaucoma funciona como uma espécie de ladrão silencioso da visão. Geralmente, a pessoa que apresenta o problema tem como consequência a perda do nervo óptico e não sente absolutamente nada. “O glaucoma aumenta a sua incidência nas pessoas a partir dos 40 anos de idade, mas em alguns casos pode ser precoce, principalmente quando já existe histórico da doença na família. A visita regular a um oftalmologista para a aferição da pressão ocular e exame detalhado do fundo de olho possibilita o diagnóstico na grande maioria dos casos. Se a pessoa não consulta o oftalmologista com frequência, especialmente a partir dos 40 anos, pode perder a oportunidade de detectar o diagnóstico precoce”, completa Álvio Isao.
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