Oferecido de forma mais atraente, o narguilé adotou uma manobra de popularização diferente do cigarro comum. A grande oferta de aromas e sabores geralmente adocicados vem conquistando um grande público, principalmente os jovens. Uma pesquisa coordenada pelo Instituto Nacional de Câncer (INCA) em 2011 demonstrou que 80% dos estudantes universitários de São Paulo que consumiam produtos derivados do tabaco eram adeptos ao narguilé.
Seu diferencial é a forma como é consumido: jovens reúnem-se para sessões de narguilé. A fumaça aspirada atravessa um tubo aquecido por carvão, passando pelo fumo aromatizado e com sabores.
Como qualquer outro produto originado do tabaco, o que é aspirado no narguilé contém nicotina e mais 4.700 substâncias tóxicas, também presentes no cigarro tradicional. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) os efeitos de uma sessão de narguilé com duração de 20 a 80 minutos são equivalentes a até 100 unidades de cigarro.
“Vários estudos ainda estão sendo feitos, pois não há um consenso quanto à comparação dos malefícios entre o consumo do cigarro e do narguilé. Porém, sociedades e associações médicas já concordam que o consumo do narguilé ou de qualquer outro produto derivado do tabaco acarreta prejuízos à saúde”, afirma a Dra. Maria Vera Castellano, membro da Comissão de Tabagismo da Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia (SPPT) e coordenadora do ambulatório de tabagismo do Hospital do Servidor Público Estadual (HSPE).
O próprio INCA afirma que o uso de narguilé colabora para o desenvolvimento de câncer de pulmão, de boca e bexiga, além de doenças respiratórias, doenças na gengiva, aterosclerose e doença coronariana.
Estudos também comprovam que a forma de uso por compartilhamento do bocal pode propiciar doenças infectocontagiosas como herpes, hepatite C e tuberculose.
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