sábado, 29 de março de 2014

Milhares de cidades ficam no escuro pela 'Hora do Planeta'

Milhares de cidades de todo o mundo devem ficar na escuridão por uma hora neste sábado como parte do movimento "Hora do Planeta", que tenta chamar a atenção da população para as mudanças climáticas.

Cerca de 7.000 cidades, da Nova Zelândia até Nova York, participam desta campanha de sensibilização sobre o meio ambiente, que este ano tem como objetivo arrecadar centenas de milhares de dólares para projetos verdes.

Ao longo das próximas 24 horas, muitos monumentos em todo o mundo, incluindo o Empire State Building, a Torre Eiffel e o Kremlin, vão desligar suas luzes por 60 minutos às 20h30, hora local, deste sábado.

A operação deve chamar a atenção "das pessoas para a necessidade de uma resposta global" ao aquecimento global e seus impactos, declara Anna Rose, diretora nacional da organização "Earth Hour" para a Austrália, o país onde o evento começou em 2007.

Na Austrália, a ação se concentra este ano na Grande Barreira de Corais, ao longo de Queensland, que os ambientalistas temem que seja irremediavelmente destruída pelas mudanças climáticas sem uma ação urgente.

"É muito bom quando as pessoas desligam suas luzes durante a Hora do Planeta. É como se dissessem às pessoas dos outros 154 países que estão todas juntas".

A fonte de Hong Kong, muito iluminada durante a noite, ficou irreconhecível quando os 118 andares do maior arranha-céu da cidade, o International Commerce Centre, apagaram as luzes.

Em Nova Déli nenhum ponto turístico ficou aceso, nem mesmo a Porta da Índia, monumento famoso dedicado aos mortos, no centro da capital indiana.

Na Grã-Bretanha, mais de 10 milhões de pessoas devem participar da operação. Edifícios emblemáticos, como o Palácio de Buckingham, e a roda gigante London Eye, devem apagar todas suas luzes.

Na Grécia, as luzes da Acrópole, em Atenas, devem ser apagadas por uma hora entre 20H30 e 21H30 locais (entre 15H30 e 16H30 de Brasília).

A "Hora do Planeta" é organizada pela organização WWF (World Wildlife Fund) e coordenada a partir de Singapura, com a participação de estrelas do novo filme "O Espetacular Homem Aranha 2" que ajudarão a apagar as luzes de Marina Bay.

A Hora do Planeta começou em Sydney em 2007, mas a ideia se espalhou rapidamente por todo o mundo e, estima-se, que centenas de milhões de pessoas desligaram suas luzes durante o evento no ano passado.

O evento é uma ação simbólica que atraiu críticas, inclusive do cientista político dinamarquês Bjorn Lomborg. Ele sustenta que a ação faz pouco para resolver o verdadeiro problema do aquecimento global e desvia a atenção de outros problemas.

"Esta celebração de obscuridade envia uma mensagem errada", declarou Lomborg em um comunicado esta semana.

"Enquanto mais de um bilhão de pessoas no mundo contribuem para uma economia de energia elétrica não essencial por uma hora no ano, 1,3 bilhões de pessoas em todo o mundo em desenvolvimento continuam a viver sem eletricidade, como fazem todas as noites do ano", lembra.

Anna Rose admite que as luzes por uma hora não vão resolver os problemas ambientais do planeta, mas salienta que o evento ajudou a aumentar a conscientização sobre as mudanças climáticas.

AFP

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