Pesquisadores dos Estados Unidos desenvolveram uma vacina capaz de eliminar completamente o vírus causador da aids em macacos. Nove dos dezesseis animais que foram vacinados e depois expostos ao vírus da imunodeficiência símia (SIV, na sigla em inglês) aparentaram não ter mais o vírus em seu organismo. Se aprovada pelos órgãos reguladores, os cientistas estimam que a vacina pode começar a ser testada em humanos em cerca de dois anos. O estudo foi publicado na quarta-feira na edição online da revista Nature.
CONHEÇA A PESQUISA
Título original: Immune clearance of highly pathogenic SIV infection
Onde foi divulgada: periódico Nature
Quem fez: Scott G. Hansen, Michael Piatak Jr, Abigail B. Ventura, Colette M. Hughes, Roxanne M. Gilbride, Julia C. Ford, Kelli Oswald, Rebecca Shoemaker, Paul T. Edlefsen, Jeffrey D. Lifson, Louis J. Picker e outros
Instituição: Universidade de Ciência e Saúde de Oregon, EUA, e outras
Dados de amostragem: 16 macacos rhesus
Resultado: Nove dos 16 animais que foram vacinados e depois expostos ao vírus da imunodeficiência símia (SIV), causador da aids em macacos, aparentaram não ter mais o vírus em seu organismo, mesmo após três anos.
Título original: Immune clearance of highly pathogenic SIV infection
Onde foi divulgada: periódico Nature
Quem fez: Scott G. Hansen, Michael Piatak Jr, Abigail B. Ventura, Colette M. Hughes, Roxanne M. Gilbride, Julia C. Ford, Kelli Oswald, Rebecca Shoemaker, Paul T. Edlefsen, Jeffrey D. Lifson, Louis J. Picker e outros
Instituição: Universidade de Ciência e Saúde de Oregon, EUA, e outras
Dados de amostragem: 16 macacos rhesus
Resultado: Nove dos 16 animais que foram vacinados e depois expostos ao vírus da imunodeficiência símia (SIV), causador da aids em macacos, aparentaram não ter mais o vírus em seu organismo, mesmo após três anos.
Apesar de ser algo raro, existem registos na literatura médica de pacientes com aids que conseguiram eliminar o vírus do HIV, ou tiveram uma cura funcional — que se dá quando o vírus se apresenta em quantidades tão pequenas que é incapaz de produzir sintomas. Isso aconteceu em casos particulares, como o de bebês que receberam medicamentos logo nos primeiros dias de vida ou de pessoas que passaram por um transplante de células-tronco, como parte de um tratamento contra o câncer.
O HIV é difícil de ser eliminado porque cria “reservas” dentro do organismo. Assim, o vírus pode voltar a se multiplicar se o uso dos medicamentos é interrompido. Por essa razão, os tratamentos com antirretrovirais são feitos durante toda a vida do paciente. Além disso, como o HIV afeta o sistema imunológico, a capacidade de o organismo combater a infecção é prejudicada.
Nova arma — Diante disso, os pesquisadores criaram uma vacina que fornece novas armas às células de defesa do corpo, chamadas de células T. Essa vacina é feita a partir do citomegalovírus, um vírus da família do causador do herpes, que grande parte das pessoas já possui no organismo. Ele foi modificado para expressar proteínas do SIV: as células de defesa criam uma “memória” do vírus, tornando-se capazes de rastrear e destruir as células infectadas.
“Conseguimos ensinar o organismo dos macacos a ‘preparar melhor suas defesas’ para combater a doença”, explica Louis Picker, pesquisador da Universidade de Ciência e Saúde de Oregon, nos Estados Unidos, e um dos autores do estudo.
Resultados — A vacina foi testada em dezesseis macacos rhesus, que receberam a injeção antes de entrar em contato com o vírus. Os pesquisadores observaram que, em um primeiro momento, a infecção começou a se espalhar. Mas, na sequência, o organismo dos animais passou a combatê-la. Nove primatas testados responderam positivamente à vacina: os testes indicam que o vírus foi completamente eliminado de seus organismos. Testados novamente um ano e meio e três anos depois, eles continuaram livres da infecção.
“Nossa vacina mobilizou uma resposta das células T que foi capaz de controlar a invasão do SIV em 50% dos casos estudados. Nesses casos com resultado positivo, os estudos indicam que o SIV foi erradicado do hospedeiro”, completa Picker.
Os pesquisadores esperam que a vacina apresente resultados semelhantes contra o HIV. Picker explica que para a vacina poder ser testada em humanos serão necessários novos estudos para confirmar a segurança do uso do citomegalovírus. Depois, eles pretendem descobrir por que a infecção não foi combatida em todos os animais testados.
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